Capítulo 1.

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Os pequenos flocos de neve caiam do lado de fora da janela, que pouco a pouco, ficava coberta pelos resquícios do material esbranquiçado.

Balancei o lápis em meus dedos e olhei para o relógio que ficava um pouco acima do quadro, na esperança que faltasse apenas alguns minutos para acabar a aula.

– Alex?

Amy, que estava do outro lado da cadeira, moveu as mãos em frente ao meu campo de visão, e no mesmo instante, eu saí do transe o qual eu me encontrava antes.

Pisquei os olhos freneticamente, voltando para a realidade.

– Sim?

– Em que mundo você está? — Amy, a minha melhor amiga, perguntou.

– Em um mundo melhor que esse, te garanto. — Sorri irônica.

Minha amiga revirou seus olhos acastanhados e eu dei de ombros para toda aquela situação.

Eu não gostava muito da aula de filosofia, apesar de gostar de praticamente todas as matérias de humanas. Mesmo com meu pouco interesse, eu ainda conseguia manter as notas.

Para a minha grande sorte, o som do sinal, que indicava o fim da aula, ecoou por toda a sala. Sem demora, peguei a minha bolsa, e com Amy ao meu lado, caminhei até a saída do colégio.

Amy Wood era praticamente o oposto de mim. Até hoje me pergunto como nos tornamos amigas tão próximas. Enquanto meus cabelos eram castanhos quase apagados, os de Amy eram pretos, quase azuis, destacando sua pele branca que parecia não pegar cor mesmo no verão. Além de ela ser extremamente um prodígio em matemática – matéria a qual eu nunca fui boa e nunca irei entender.

Era a terceira vez que meu estômago roncava, o que indicava que, se demorássemos mais um pouco para comer, eu iria devorar qualquer coisa que aparecesse na minha frente.

O único "problema" era que a minha querida amiga tinha se tornado vegetariana, o que queria dizer que, nada de carne para mim hoje. Amy tenta há semanas me tornar apta a comer legumes e coisas mais saudáveis, mas era mais forte que eu, no final de tudo.

– Eu não sei como você come tanto e não engorda nada.

Revirei os olhos, e continuei encarando as opções de pratos que o menu oferecia.

– Não é como se eu fosse a pessoa mais saudável do mundo também. — Retruquei.

– Mesmo assim, não é justo! Você come igual uma cavala, enquanto isso, se eu comer um pedaço de chocolate, preciso ficar longe da balança por duas semanas.

– Eu já te disse o quanto você é dramática?

– E você me ama mesmo assim. — Ela sorriu convencida, e mais uma vez, eu apenas revirei os olhos.

No almoço, por mais que a fome estivesse me consumindo, optei por algo mais saudável e sem carne. Eu sabia que se tivesse algum pobre filé no meu prato, Amy passaria as próximas horas me falando o quanto era errado comer animais, e honestamente, eu não estava nem um pouco a fim de ouvir mais um de seus discursos.

Após o almoço, voltamos ao colégio. Tínhamos mais algum tempo livre para ficarmos andando por todo o local, mas preferimos entrar logo na sala e esperar a próxima aula.

– Por que você está tão agitada? — Perguntei para Amy, que batucava a ponta das unhas na madeira da cadeira.

– Não sei. — Ela respondeu, dando de ombros. – Talvez porque é aula do Styles e eu estou preocupada com a minha nota na prova.

Harry Styles era o nosso professor de literatura. O mais novo professor do colégio, e também, o mais bonito. Porém, o que tinha de bonito, tinha de insuportável. Aquele homem, apesar de ser um pedaço de mau caminho, era um poço de ignorância. Parecia até que não fazia sexo há meses.

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