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Isaac Hale

Estava quase ficando louco de preocupação, me segurei para não passar por cima de minha ética e tomar a paciente de Wagner e colocá-la aos meus cuidados, com jeitinho consegui convencê-lo de que queria acompanhar o caso de Raíssa de perto, uma das vantagens de ser chefe de departamento era isso. As consultas pareciam que não iam acabar nunca, estava quase na hora da cirurgia e eu aqui enfiado nesse consultório, o relógio parecia que não andava de minuto em minuto e sim de dez em dez, o que me deixava ainda mais irritado.

Quando consegui finalizar tudo no consultório imediatamente me dirigi ao centro cirúrgico onde Raíssa ía ser operada, um procedimento simples, mas que eu fazia questão de acompanhar e verificar se tudo ía correr bem, ao adentrar no centro cirúrgico Raíssa ainda estava acordada, já estava conectada a todos os aparelhos e o anestesista estava pronto para iniciar, logo meus pensamentos foram interrompidos por Wagner.

— Oi Hale, não há necessidade de me acompanhar aqui, é coisa simples.

— Eu sei Wagner, mas eu quero acompanhar o procedimento.

— Certo, você quem sabe...

 Busquei Raíssa com os olhos e logo me deparei com aqueles belos olhos claros e delicados, era incrível como ela demonstrava ser uma pessoa tão forte e ao mesmo tempo tão frágil, sorri indo a seu encontro.

— E ai Raíssa, tudo bem? – concordou com um aceno — É um procedimento simples, vai ficar tudo bem, estarei aqui para garantir isso, certo!?

Como se eu não pudesse desviar meus olhos dos seus fiquei ali até que ela adormecesse, acompanhei todo procedimento, Wagner era um cirurgião excepcional, minha preocupação era infundada e desnecessária, mas alguma coisa dentro de mim não permitia que eu deixasse tudo em suas mãos sem ao menos acompanhar de perto.

O implante do marca-passo correu tudo na mais perfeita ordem, ao finalizar, Raíssa foi encaminhada até o pós operatório e fui atrás, já no quarto, Rebeca estava sentada lendo um livro enquanto esperava, quando notou a movimentação levantou-se preocupada e veio ao meu encontro, expliquei todo o procedimento a ela e disse que tudo correu bem, e logo ela teria alta e iria para casa e não havia motivo para maiores preocupações.

— Só temos um problema doutor!

— Qual?— meu sentido de alerta apitou.

— Eu não posso ficar aqui por muito tempo, vim apenas para ficar alguns dias, e Raíssa não tem ninguém! Fico preocupada de ter que deixá-la sozinha, na próxima semana preciso voltar! — realmente isso era preocupante, mas para tudo se dá um jeito hoje em dia, quando fui responder fui interrompido o que acabou por me deixar irritado.

— Eu cuido dela — Jason! Da onde esse idiota surgiu?

— Como assim? — minha irritação foi a um nível ainda mais alto.

— Isso mesmo que você ouviu, eu vou cuidar dela! E não adianta me falar que você vai cuidar, porque já sei de tudo, vocês não estão noivos — imbecil, como ele soube? — na academia me informaram sobre tudo, e ninguém nem sabe da sua existência doutor! — a palavra doutor saiu da sua boca de uma forma que eu fiquei a ponto de socar a cara desse idiota – E conhecendo Raíssa como eu conheço, ela é bem capaz de ter inventado uma bagunça toda para se livrar de mim naquele dia — sorri em sarcasmo.

— Se ela quis se ver livre de você, é porque quer manter distância! — digo friamente, noto ele tensionar o maxilar — ademais não precisamos resolver isso agora, quando ela acordar, conversaremos — declaro, me voltei para Rebeca — Rebeca me chame se precisar! E você Jason por favor se retire, Raíssa ainda não pode receber visitas, além dos parentes! — me virei e sai, não esperei que me desse alguma resposta, fui até a recepção e proibi visitas a Raíssa pelo menos por enquanto e que a única pessoa permitida a entrar naquele quarto era Rebeca pois estaria acompanhando e auxiliando no que a paciente precisasse.

Idiota!

Que cara mais inconveniente, mas ele não sabe com quem estava lidando, em termos de arrogância vamos ver quem pode mais, aqui é meu território!

Meu humor estava péssimo, o restante do dia levou uma eternidade para passar, antes de ir embora passei no quarto de Raíssa para ver como ela estava, dormia profundamente, era tarde da noite e estava serena naquela cama de hospital, acaricio seu cabelo e na penumbra mais uma vez noto seus belos traços.

  Lá no fundo eu torcia para que ela ficasse bem, eu precisava me afastar, estava envolvido demais, e preocupado demais com essa pequena de sorriso fácil, mas ela precisava de mim e me afastar, pelo menos por enquanto, com Raíssa nesse momento delicado estava fora de cogitação, antes de sair sem nem ao menos pensar no meu ato me abaixo e inspiro o cheiro doce de seus cabelos.

— Eu volto de manhã, pequena — sussurro, mais para mim mesmo do que para ela.

— Eu volto de manhã, pequena — sussurro, mais para mim mesmo do que para ela

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Até o próximo capitulo😚😚❤

Frágil Coração ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora