Capítulo 2

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Desde que comprei meu avião nunca mais precisei fazer um voo convencional. Mesmo sendo em primeira classe, uma viagem de horas como esta que vou realizar, sempre causa desconforto e cansaço, no entanto dessa vez fui obrigado a viajar dessa forma. Uma peça com problema e alguns mecânicos demitidos pelo atraso e incompetência, me obrigaram a vir para o Brasil em um voo comercial.

Depois de cinco dias longe de casa embarco retornando, não consegui conhecer praticamente nada do país tropical, muito trabalho e a urgência em voltar devido a doença que agrava cada dia mais o estado de saúde da minha mãe, não me permitiram ficar para passeios turísticos. A noite que estive livre, consegui conhecer um dos clubes do Rio de Janeiro, onde estava hospedado, foi uma experiência surpreendente, as brasileiras são mulheres atraentes, cheias de desejos e dispostas para os jogos. Foi uma ótima noite.

Só que não foi o suficiente para um cara como eu, e isso acabou me deixando um pouco estressado, por isso não vejo a hora de desembarcar em Nova Iorque, ver minha mãe e depois poder extravasar esse estresse no clube Moikanos, o qual já frequento há algum tempo e no qual possuo minha cabine particular.

Sou um Dominador, gosto de conduzir o jogo, controlar a situação e ter uma boa submissa ao meu dispor. Se estivesse no meu avião particular, eu teria uma noite agitada com minha comissária de bordo, mesmo não gostando de repetir figurinha, ela é uma boa distração e aceita os meus termos.

Assim que me ajeito em minha poltrona, uma dose de whisky com uma pedra de gelo me foi servida, enquanto o degustava, acompanhei o movimento dos demais passageiros que se dirigiam a classe econômica.

Fico imaginando uma viagem de horas com as pernas encolhidas, e sem poder abaixar a poltrona. Balanço a cabeça, pois nunca viajei assim e tenho certeza que nunca vou saber como é, mesmo no tempo em que não tinha o patrimônio que tenho hoje, naquela época eu não viajava, e foi uma vez apenas, de trem, que enfrentei algumas horas de viagem desconfortavelmente, mas valeu a pena, pois fui ao encontro do meu sucesso.

Quando consegui deixar Linvingston para traz e ir em busca de oportunidade em Nova Iorque, eu tinha apenas dezesseis anos, acabava de enfrentar o meu pai, e foi a última vez que o vi. Depois desse dia, peguei minha mãe e algumas peças de roupas, dentre as poucas que tínhamos e fomos embora. Eu ainda não tinha ideia do que iria fazer da vida em um grande centro, mas transmitia toda segurança do mundo para minha mãe de que iria dar certo, e ela da mesma forma, concordava e confiava em mim.

Foi o primeiro passo de confiança que dei, mesmo que tenha sido no escuro, nunca me arrependi. O começo não é fácil para ninguém, eu era muito novo, precisava trabalhar para pagar aluguel e sustentar a minha mãe. Ela cuidava de umas crianças de algumas vizinhas e com isso ajudava nas despesas, mas não era assim que eu queria que fosse, então me dediquei cada dia mais, assim que consegui entrar em um escritório, mesmo que ainda fosse como estagiário, eu busquei aprender, ajudava em tudo que podia, ficava até mais tarde quando me deixavam e quando conseguia, devido as aulas. Logo eu não era mais um estagiário.

Com isso aprendi muita coisa do que faço hoje e do que não faço, pois sempre observei os erros que eles cometiam e no mundo dos negócios, ganhamos ainda mais quando erramos menos. Foi assim que aos 20 anos eu iniciei a minha empresa, depois de muitas economias, e uma aposta de sorte em ações, eu consegui adquirir minha primeira empresa de investimentos. Comecei trabalhando com ações, e fundos de investimentos, hoje ainda mantenho essa atividade dentre tantas que a minha incorporação tem, mas já não é mais o principal foco. Também tenho alguns estaleiros, fazemos importação e exportações para grandes empresas, e outros empreendimentos que foram surgindo com o tempo.

ENGANO DEGUSTAÇÃO completo até 04/11/19Onde histórias criam vida. Descubra agora