Capítulo 1: Mais um não fará diferença

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Primeiro capítulo para vocês conhecerem um pouco nossa Rainha do Gelo \o/ Espero que gostem.

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- Kourtney, vamos

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- Kourtney, vamos... Para um pouquinho para almoçar comigo. Quando voltar, tudo isso estará lhe esperando de volta. Royals não irá cair só porque você parou para comer. – Patrick tenta me abraçar por trás da cadeira enquanto mexo em meus óculos, já impaciente, digitando e-mails no computador.

- Hoje não dá, Patrick. Eu tenho muita coisa para fazer, a festa de dez anos da revista será daqui a um mês e eu não tenho A PORRA DE UMA ASSISTENTE PARA ME AJUDAR. – explodo. – Então se você não tem nada a fazer em seu trabalho, eu tenho e não pretendo levantar até eu terminar.

Essa sou eu. Amo o que faço, não troco meu trabalho por nada, por mais que me sobrecarregue na maioria das vezes (ou sempre), essa revista é a minha vida. É tudo o que eu tenho e eu não quero voltar para o lugar de onde saí, passar fome novamente e ficar me submetendo a sofrer tudo o que sofri na época da faculdade para poder me formar. Cheguei onde estou com muito suor e é assim que devo continuar, suando para estar sempre no topo e sendo a melhor, levando a minha revista ao top #1 todos os dias.

E não vai ser Patrick ou nenhum outro homem que irá me tirar esse foco. Afinal, não foi dependendo deles que consegui tudo isso.

- Quer saber, eu cansei. – diz, gesticulando com os braços, saindo de trás de mim e parando a minha frente na mesa. Tiro meus óculos e mordo a pontinha do mesmo observando seu pequeno espetáculo.

Patrick e eu estamos juntos há exatos três meses, ele é um advogado bastante requisitado em sua área e admiro-o por ser bom no que faz. É inteligente, porém precisa crescer muito ainda em relação a muitas coisas. Mas tenho que admitir que esse tempo em que tivemos juntos ele me proporcionou momentos legais, sua companhia é agradável e o sexo não é ruim, embora eu sinta falta de mais pegada da parte dele.

Mas sexo não define tudo em um relacionamento. Posso ser conhecida como a Rainha do Gelo, mas sei apreciar um bom sexo quente e fervoroso, se é que me entendem. Gosto de relacionamentos, por mais conturbados que sejam, eu os prefiro do que sexos casuais com desconhecidos. Não me sinto bem, mas não o nego quando surgem. Sou bastante conservadora referente à minha imagem, afinal, eu sou a cara da minha revista, se sempre me fotografarem com homens diferentes todos os dias, o que pensarão de mim? Da minha revista?

Isso é algo que não abro mão: Minha integridade e minha imagem perante ao público.

Qualidades as quais perdi no começo de minha carreira, mas ninguém precisa saber. Já sou assombrada pelos meus fantasmas o suficiente.

- Então vá descansar, querido. – ajo indiferente ao seu momento de explosão e suspiro, já desgastada.

- Por isso você é chamada de Rainha do Gelo, ninguém consegue lhe aturar! Aliás, VOCÊ se atura? Por que não é possível. – todos falam sempre a mesma coisa. Parece que combinam um script. – Você vai morrer sozinha desse jeito, Kourtney, se não mudar esse seu jeito.

- Eu vim ao mundo sozinha, Patrick. E no fim, todos nós iremos do jeito que chegamos. – respondo, ele me encara e balança a cabeça em negação.

- Tenho pena de você. – o encaro, suas palavras não me abalam. Entretanto, eu sei que o que ele fala é a verdade.

Eu morrerei sozinha. Já me conformei com isso.

- Já acabou? Eu preciso voltar a trabalhar, Patrick. – reviro meus olhos, deixando claro que sua conversa está me entediando e atrasando.

- Já acabei sim. Não quero mais te ver, Kourtney. Não quero mais ser apenas um brinquedo na sua mão, onde você manipula e faz o que quer a hora que quer. Você nem gosta de mim, não é?

- Não, Patrick. Eu não gosto. – digo assim, na maior naturalidade. O que, de fato, é pra mim.

Natural.

Ele balança a cabeça, rindo não sei de que, porém, é um risada obscura.

- Um dia você ainda vai encontrar alguém que vai te tomar de uma forma que você não verá mais um futuro sem ele. E quando esse dia chegar e essa pessoa partir seu coração, você vai sentir na pele tudo o que tem feito não só a mim, mas a todos os seus outros relacionamentos fracassados e corações partidos que deixou para trás.

Dito isso, ele sai da sala e me deixa atônita. Sim, estou atônita. Jamais ninguém me disse algo assim antes e me surpreendo com tamanha audácia de proferir essas palavras a mim.

Mais um não fará diferença.

Não me vejo apaixonada. Aliás, não sei nem como agir se algum dia acontecer comigo, embora eu ache muito difícil esse feitio. Não porque eu não quero, mas sim porque nunca aconteceu comigo até hoje, e confesso que eu não me fecho para nada, sou uma pessoa aberta à opções e novidades. Eu simplesmente não consigo... Sentir. Não dá. Parece que há um bloqueio do qual não tenho conhecimento dentro de mim que não me permite involuntariamente gostar sério de alguém. Posso dizer com convicção que o que eu mais amo nessa vida é o meu trabalho e por isso me dedico a ele vinte e quatro horas por dia.

Além do mais, não me acho digna de ser amada. Fiz coisas em meu passado das quais não me orgulho e acredito fielmente que o fato de não gostar de ninguém são consequências.

A lei do retorno.

Saio de meus devaneios e ligo para o RH, apressando-os a achar uma assistente nova para mim urgente. Eu preciso de alguém comigo o tempo inteiro para me auxiliar, agendar e me acompanhar nas viagens. Por mais que eu seja capaz de lidar com tudo sozinha, eu não preciso. Quero alguém trabalhando comigo. E eles parecem não estar entendendo isso, pois estou pedindo há exatamente dois dias e até agora nada.

- Já estamos providenciando uma pessoa, Srta York. Ele aparecerá hoje à tarde para a entrevista. É bastante eficiente.

- Ele? É um homem? – bufo.

- Sim, Srta. Mas lhe garanto que fará o trabalho melhor que todas as outras assistentes que já teve. A carta de recomendação é só elogios.

- Espero que seja bom mesmo, Ivan. Porque mais um incompetente quem vai pra rua é você.

Pensando bem, acho que preciso de uma pausa para o almoço mesmo.

Royals: A Rainha do GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora