- EU SABIA! Você me deve um jantar, Kovačić. – Alicia observava a minha tentativa de tentar me recompor apressada, me colocando de pé no meio do corredor e andando calma até a sala, onde minha amiga e o meio campista croata se acomodavam no sofá roubando um dos potinhos de nosso jantar.
- Achei que vocês iriam jantar hoje.
- E nós fomos, mas o restaurante estava fechado.
- E o meu apartamento pareceu uma boa opção.
- Claro. Você tem tempo de ir ao mercado. Logo, tem comida. Mas parece que ela veio de uma fonte diferente hoje. – Alicia disse, mordendo um rolinho primavera. – Vocês dois.
- É. Nós estamos nos... entendendo de uma forma diferente. – eu olhei para Marco com uma careta e ele riu. – Isso foi realmente péssimo. Desculpa.
- Não tem como dizer de uma forma diferente. É isso. Estamos... estamos. – foi a vez de Marco me encarar com um olhar confuso. – Isso foi igualmente péssimo. Desculpa.
- Vocês ficam bem juntos. Eu torci por vocês desde que conheci a Flora. Fico feliz. Nós dois, certo, Alicia? – Mateo olhou de lado para a minha amiga, que parecia concentrada no resto do meu yakisoba, tentando resgatar o macarrão com os palitinhos. Ele fez menção em chamar sua atenção de novo, mas eu fiz um sinal para ele.
- Eu me entendo mais tarde com ela. – pisquei de lado para ele, que sorriu. – Vocês topam um filme?
🍀
Uma hora depois de sua chegada, Mateo Kovačić se despediu e se dirigiu a sua casa, levando Marco consigo. Alicia foi para o seu apartamento e entrou no banho após lavar a pouca louça utilizada por nós, enquanto eu terminava de arrumar a cozinha e sala.
Após terminar tudo, usei a chave extra que ficava embaixo do meu tapete para entrar no apartamento. Ela saia do banheiro quando eu entrei no quarto.
- Como foi sua aula hoje?
- Na mesma. A sua? – ela pegou um pouco de um dos seus hidratantes dispostos na bancada e passou em suas longas pernas.
- Na mesma. Você mal falou comigo desde que chegou. – eu me joguei na cama e abracei o travesseiro de estimação dela, só por provocação. Ela me encarou com um olhar quase assassino e eu apenas larguei o travesseiro.
- Você parecia bem ocupada. – ela espalhava a loção nos braços dessa vez.
- Isso tudo é porque eu não contei a você sobre Marco?
- Isso tudo o que?
- Não finja que não está sendo grosseira comigo.
- Achei que você me contasse tudo. – ela tirou a toalha enrolada nos cabelos e praticamente a atirou no chão.
- E EU CONTO! Mas estou confusa em relação a isso ainda. Em relação à eu e ele. Eu não contei pra mais ninguém. Só a Jade sabe. – encolhi minhas pernas contra meu tronco e abracei as mesmas.
- Me conforta muito saber que a Jade que está há quilômetros daqui enquanto eu que estou há alguns centímetros não tinha ideia do que estava acontecendo.
- Ela me ligou hoje e eu só soltei. Foi sem querer.
- Ótimo. Então nenhuma de nós duas saberia? – ela bateu a porta do armário com uma certa força após vestir o pijama de ursinhos dela.
- Eu não sabia o que dizer! – naquela altura, algumas lágrimas tomavam os meus olhos. Eu odiava discussões. - Além disso, você tem seus estágios, e o Mateo... Eu não queria o foco em mim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Lucky
Romancesor.te (s.f.): acaso ou coincidência feliz. Flora é uma pessoa sortuda: tem uma família fantástica, o futuro trabalho de seus sonhos, mora em uma das cidades mais incríveis do mundo e é melhor amiga de um dos mais promissores jogadores do Real Madri...