23 de julho de 2009
Finalmente! Finalmente livrei-me do peso que me consumia nestes 14 anos de vida! Finalmente confrontei os meus pais. Finalmente lhes disse tudo aquilo que me revoltava. Tenho 14 anos, sou jovem, gosto de me divertir, fazer aquilo que eu amo, mas não de uma forma tão exagerada!
Amo cantar, estar num palco a fazê-lo perante milhares de pessoas, essas que gastaram o seu dinheiro nuns meros pedaços de papel só para me puderem ver cantar as suas músicas preferidas, cantar faz-me esquecer de tudo e todos, é como se criasse o meu próprio casulo, onde só existo eu e a música....
O mundo da representação, outra grande paixão, é um mundo mágico, onde encaras um mundo que não é teu, na representação não existem um tu ou um eu, mas sim uns personagens, peças de uma vida,.. é bom encarares outros problemas sem serem os teus....
Mundos diferentes, onde podes fugir da tua realidade…
O facto, é que entrar no mundo da fama quando és apenas uma criança, pode não ser o mais aconselhado…
Fama... é tão estranho para mim poder dizer que pertenço a esse mundo, passaram-se já 5 anos desde que assinei um contrato com a discográfica que fez conhecer a minha voz ao mundo.
Concertos, entrevistas, filmes,… é tudo um sonho, um sonho tornado realidade, é bom fazê-lo, mas tornou-se tudo demasiado. Começou a ser mais como uma obrigação do que apenas viver o sonho. Isso não funciona comigo.
Em finaisdo ano passado procedeu-se uma situação nada agradável, na minha vida, algo que não quero voltar a experienciar,… Não foi agradável devido ao facto de não querer lá estar, mas no final aquilo acabou por me fazer bem. Agora,está na altura de viver a minha vida, tentar afastar-me do mundo pesado que me rodeia, e por isso é que estou dentro de um avião, numa viajem até Londres. Não vai ser fácil passar despercebida, pois, modéstia á parte, eu sou uma das maiores estrelas da música e cinema da atualidade, por onde passo há pelo menos uma pessoa que reconhece a minha cara, e isso preocupa-me, sempre o fez, pois era difícil ser livre em lugar algum mas agora, mais que nunca.
Está na altura de parar para pensar. Fazer uma pausa.
O facto de eu ser reservada não vem para ajudar na minha integração, por mais atrevida e espontânea que eu possa ser, é sempre difícil, ganhar o meu á-vontade.
Quando digo que confrontei os meus pais, digo que finalmente desabafei, que finalmente deitei tudo cá para fora. Eu amo os meus pais. Foram-no, talvez, demasiado cedo, (ok eles foram-no definitivamente demasiado cedo. Eu tenho sérias dúvidas de que conseguiria criar uma criança aos meus 16 anos) porém não podia pedir melhores.
A minha mãe esteve sempre ao meu lado, sempre desempenhou o papel de mãe da melhor maneira e compreendeu a minha decisão, mas demorou a aceitá-la, a “mãe coruja” não me queria deixar ir.
O meu pai, nem sempre foi o melhor do mundo.. no que toca a mim ele sempre foi excelente, no entanto lembro-me muito bem de quando ainda era muito nova e vê-lo a agredir a minha mãe, ao fazer isso ele deixava-me triste, zangada,...Magoava-me sem se aperceber. Acredito que esse não era o seu objetivo, de todo. Recordo-me de tentar ajudar quem me trouxe ao mundo, mas esta afastava-me e dizia-me que estava tudo bem, o que não estava, claramente. Eu tinha medo de perdê-la. O meu pai sabe aquilo que fez, ele tem plena consciência disso. Ele passou por uma má fase na sua vida e isso fez-me perdoá-lo. Não há qualquer justificação viável ao que toca a agredir uma mulher daquela maneira, mas é meu pai e com os meus 14 anos já consigo perceber aquilo que se tivera passado com ele. Nunca deixou de me apoiar, no bem e no mal, sempre soube o que dizer. Acho que o meu pai tinha futuro como aquilo a que chamamos de filósofo.
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Undercover (Liam Payne)
Ficção Adolescente"Sou egoísta, impaciente e um pouco insegura. Cometo erros, descontrolo-me e às vezes tenho mau feitio. Se não conseguires suportar-me no meu pior, certamente também não me mereces no meu melhor." - Marilyn Monroe Kayla Jöhn, uma estrela de 14 anos...