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Eu não conseguia decifrar se os tambores que agitavam-se dentro de mim eram mesmo tambores, ou meu coração.

Eu não imaginaria que aquilo poderia acontecer, "mas é claro Frank, é uma casa no meio do nada!" , aquilo se repetia em minha cabeça agora. Eu fui tolo em achar que seria as mil maravilhas como as outras vezes, em algum momento teria que dar errado não é?

Eu estava tão fora de mim, que a minha primeira reação quando eu ousei abrir a porra dos meus olhos, foi avançar com minhas mãos tentar parar algo... macio e forte, certo, muito forte. E antes que eu gritasse, eu já não podia mais. Pois tinha uma mão que vamos dizer, gelada pra caralho, me impedindo de gritar e fazer um escândalo.

E o ser era alto... Ao menos bem mais alto que eu, eu só conseguia capturar uma parte do maxilar da pessoa, que julguei ser um homem pela altura e pela força que possuía ao praticamente quebrar meu queixo pra mim não gritar, e graças a pouquíssima claridade que invadia pela janela pequena dali, consegui também ver parte da boca e do nariz. Onde eu vim me meter?

A respiração pesada e os ofegos nada simpáticos vindo de encontro a minha face não era nada muito legal. Aquele cara iria me matar. Apertei minhas mãos em seu pulso com mais força, em vão tentando me liberar daquele ser e fugir. Mas a minha força não era nada comparada à dele.

- Quem mandou você entrar aqui?! - E a frase intercalada em ruídos, liberada entre dentes, ao que eu era ainda mais esmagado contra à parede, para o meu desespero.

Ele liberou meu queixo, mas eu não iria sair tão impune dessa, a mesma mão que me impedia de falar, foi de encontro ao meu pescoço e ali se fechou.

- N-Não... Ninguém me mandou vir... até aqui. Eu só estava caminhando e...

- Cala boca! - Ele gritou, e não me segurei em gritar, quando após a exclamação, uma faca foi cravada logo ao lado de meu rosto, o aperto em meu pescoço intensificou, e o corpo do... O corpo dele colado ao meu.

Inteiramente colado.

Respirar era uma batalha difícil, tentar detê-lo também era, tentei levar umas das mãos que estava em seu pulso, para seu torso, empurrando-o ou tentando no caso, mas sem muito resultado. Comecei à chutá-lo também, mas dois segundos após disso, eu me arrependi, e muito.

Pois as mãos pesadas e firmes me ergueram na parede, minhas costas reclamando por aquilo, mas o que importava a dor sendo que meu desespero era maior do que qualquer coisa?

- Me solta... ! Eu juro que vou embora e nunca mais piso aqui! Mas me deixa ir! - Com o resquício de voz que me sobrava, eu consegui gritar e localizar meus olhos na pessoa à minha frente.

Como agora eu estava uns centímetros longe do chão, desviando meu olhar um tanto mais à baixo consegui enxergar um maço de cabelos negros e brilhantes, partes dos antebraços brancos e firmes em me manter erguido. Olhei mais ao lado e a faca estava um tanto mais à baixo de minha cabeça. Ainda tentando o empurrar, eu desisti e levei de súbito, a mão até a faca cravada à parede. Reuni forças para descravar aquilo dali, e tentar o acertar de alguma maneira.

- Eu acho que... - Uma risada, uma risada sarcástica mas séria, séria demais. - Acho que você pode demorar um pouco para sair daqui, sabe... - Ao que a frase foi morrendo em um sussurro extremamente vingativo, com a faca em mãos, eu levei até seus braços, na tentativa de cravar ali. Mas ele era bem mais ágil que eu, e em um tapa forte em meu braço, a faca voou até o outro extremo do quarto e meu braço foi cruelmente esmagado pelo dele. Okay eu estava muito ferrado, eu pensei tentar gritar, gritar aos ventos, mas seu aperto em meu pescoço já estava me impossibilitando até de respirar, meu braço estava preso e o outro continuava preso ao seu pulso.

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