Para cada levantar de mão,
Uma pílula.
Por todos os gritos e calúnias,
Uma inflamação.
Sinta a dor que fora imposta a mim desde cedo
Observe as marcas que o meu ser aderiu com o decorrer dos anos.
Feridas externas que cicatrizaram,
Machucados internos que ainda atormentam
O que deveriam ser noites de sono tranquilo.
Este foi o destino da pobre criança,
Escrito pelas mãos agressoras
De quem nunca se contentou com apenas ameaças.
"Ela nunca apanhou de verdade!"
Eles dizem.
Os estrangulamentos eram apenas
Um método de impor "educação".Olhem para mim,
Vejam o que me tornei.
Se hoje tu choras sangue
sob uma cama desforrada
É porque a vida segue regras simples
De um jogo de dar
e receber.— Lay Cruz
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Notas de um inverno que nunca passou
PoesíaBreves poemas e pensamentos, outrora esquecidos em uma gaveta empoeirada, durante os longos anos de um inverno sem fim.