Talvez fosse mais fácil não fazer nada,
Exceto deixar a vida seguir o seu curso naturalmente.
Talvez eu devesse permanecer assim,
De olhos bem fechados,
Sobre o lençol áspero da maca,
Enquanto a minha frequência cardíaca vai diminuindo
Cada vez maisTalvez daqui há alguns anos,
Quando a saudade se for e toda a angústia que passamos
Deitar-se na poeira do esquecimento,
Você que amou e sofreu comigo
Quando mais ninguém estava disposto,
Finalmente terá noites de sono tranquilo
E o meu sorriso,
Passará a ser apenas mais uma de suas lembranças felizes.Talvez todos que esperavam inconstantes por notícias
Retardariam o choro e seguiriam em frente
Levando uma parte de mim consigo para todo o sempre.
Talvez eu devesse deixar o sono afogar-me de uma única vez.Pena que as coisas não são tão fáceis assim.
E por mais que eu queira,
Não se pode viver apenas de um simples
Talvez.— Laís Cruz
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Notas de um inverno que nunca passou
PuisiBreves poemas e pensamentos, outrora esquecidos em uma gaveta empoeirada, durante os longos anos de um inverno sem fim.