Mate-me

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Cubra-me
Com as asas negras
Que pairam em seu dorso
E faça-me esquecer
Que um dia
Emanei amor por ti

Evene-me
Com o escárnio
Dos lábios rosados
Que dançam sob a crueldade
De seu dono

Machuque-me
Como a faca afiada
Dos pensamentos repetitivos
Que domina cada canto
Deste vaso quebrado

Mate-me
Neste quarto frio
E ponha um fim
No ciclo doloroso
Da minha pobre alma
Desesperada

Laís Cruz

Notas de um inverno que nunca passou Onde histórias criam vida. Descubra agora