Capítulo 16

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Isabella

- Vai mesmo embora? — questiona, mais uma vez, o Guilherme.

- Tenho que ir. Afinal, amanhã nós temos trabalho pra comparecer.

- Como é difícil ser adulto responsável — ele passa às mãos pelo cabelo, como se tivesse frustrado.

- Para de drama. Assim que der nos veremos novamente e aproveitamos. Podemos programar algo pra essa semana ainda — sugiro.

- Ok, você venceu — me puxa para si. — Vou pensar em algo legal pra gente fazer.

Presenciar a empolgação do Gui, é contagiante e apaixonante ao mesmo tempo. Mas aí lembro de um pequeno detalhe a resolver.

Levanto-me do seu lado e sento na cama. O Guilherme faz o mesmo, pois viu o quão séria fiquei.

- O que foi? Pode falar o que se passou nesta cabecinha agora.

- Então, com o nosso... envolvimento, acabei de lembrar, que não poderei mais ser a sua terapeuta. Você terá que se consultar com outro profissional novamente. Sabe, tem a ver com à ética e grau de envolvimento. Esses tipos de coisas.

- Entendi. Estou disposto a tudo, para que a gente der certo — pisca um dos olhos.

- Gostei de ouvir isto— não evito sorrir.

- Gostou é? — confirmo com um aceno de cabeça. — Ótimo! Tenho outra coisa para dizer e espero que goste.

- E o que seria? — indago curiosa.

- Já que a senhorita insiste em ir embora, que tal aproveitarmos e nos despedimos. Ou melhor, dizermos um até logo, aproveitando mais um pouco desta cama.

- Você "tá" me consumindo bastante. Porém tenho que admitir ser algo a considerar — faço charme.

- Algo a considerar? — ele entra na minha brincadeira.

- Ok. Muito a considerar.

- Vem cá Bella — ele me deita na cama e se coloca sobre mim. Durante algum tempo, que não sei dizer ao certo quanto, ele observa-me e acaricia minha face. — Ainda não consigo acreditar que você está aqui. Principalmente depois de tantos sonhos que tive contigo.

- Posso dizer o mesmo. Cheguei até achar ser loucura esta minha paixão por ti. Mas já que estamos aqui, vamos aproveitar o momento e esquecer que o amanhã existe.

- É pra já! Minha linda.

Nos beijamos com calma, que aos poucos dá vez ao desejo. Desejo que arde, transborda e nos instiga a querer mais um do outro.

Dessa vez transamos sem pressa. Como se não fosse apenas uma transa. Pelo menos não é para mim. Espero que para ele, também não.

Sei que tem sido tudo muito rápido, de fato. Porém creio, que a magia está no sentir a vida nos tocar, nos prazeres e principalmente no se permitir tudo que acharmos valer à pena. Por mais que corramos o risco de quebrar a cara depois. Pelo menos alguma lição tiraremos disso. Cansei de me privar, quero me sentir viva novamente. E não apenas sobreviver um dia, após o outro, cheio de vazios.

Ato do Recomeço - Livro 2 (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora