19 - O INICIO

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A desvantagem em deixar com que Aila assumisse era o cansaço e a dor excessiva que eu tinha em cada um dos músculos do meu corpo. Era como o primeiro dia de academia, só que umas mil de vezes pior. Eu me sentia acabado. O simples ato de levantar o meu braço fazia com que meus músculos implorassem por piedade e eu, que ironicamente tinha a habilidade única de me recuperar com a energia extra que meu elemento me dava, não conseguia me recuperar disso.

Aila tentou explicar esse fato. Segundo ela eu fiz duas coisas extremas durante a luta contra Maya. Invoca-la nessa dimensão e deixa-la assumir meu corpo. Só de traze-la até esse plano deveria me fazer dormir por dias, já que ela gastava uma quantidade excessiva de energia para se manter. Então isso explicava o meu cansaço. A dor muscular foi por ter deixado que ela assumisse o controle.

Dan me explicou que Lucia me seguiu por todo o caminho durante a luta com Maya, mas que não se aproximou por conta do calor intenso que eu estava emanando. O céu que normalmente não tinha nuvens se encheu rapidamente delas por conta da grande quantidade de vapor em alto mar que eu estava gerando. Segundo ele quando eu cai no oceano Lucia me conseguiu me resgatar antes que eu me afogasse. Parece que nenhum sinal de Maya foi encontrado.

Depois de todo o incidente na praia, diversos carros da polícia e do exército percorriam a área. Eles associaram tudo o que aconteceu a um ataque terrorista. Uma bomba biológica que havia provocado uma alucinação e pânico em massa, o que gerou as vítimas fatais. Estava claro que nenhuma força do governo reconheceria o que aconteceu na praia para o público, isso mostraria o quão frágil era a força de defesa.

Isso significava que nossos rostos permaneciam desconhecidos para a maioria da população. Porem não foi de grande surpresa quando, em algumas mídias sociais, várias pessoas estivessem interligando o que aconteceu ali com outros eventos semelhantes em diversas partes do pais e do mundo.

Já tinham se passado três dias desde que eu havia destruído o núcleo de Maya, minha energia havia voltado ao normal e a única coisa que não passava era essa dor muscular incomoda. Mas mesmo ela já começava a diminuir aos poucos.

Eu estava deitado no sofá, que tinha passado a ser minha nova cama desde que Lúcia se mudará para a casa de Diego, com um livro qualquer aberto na minha frente. Mas não estava com vontade de ler, eu só havia me cansado das perguntas aleatórias de Dani sobre meus poderes.

Graças ao incidente na praia Dani havia descoberto sobre mim e por tabela sobre Diego. O que a deixou muito irritada por termos deixado ela de fora dos nossos segredos. Diego ficou em pânico quando ela perguntou sobre as minhas habilidades, mas não havia como fugir da verdade, não mais. Um sermão e meio depois ela havia feito as pazes com seu marido de forma bem... energética (não me peçam para falar). Mas se recusava a permitir que eu corresse mais perigo.

_Você não tem como me impedir – Falei

_Mas e se você se machucar serio dessa vez? – Dani parecia triste – O que eu vou fazer se você morrer dessa vez?

_Hey, eu não pretendo morrer assim tão fácil – Falei forçando um sorriso. Ela não deveria saber que isso era um risco ocupacional de ser o guardião do fogo – Além do mais, meus poderes também vêm com fator de cura. Viu? – tentei levantar o braço para que ela entendesse o que eu queria dizer. Não foi muito inteligente porque ele começou a doer pra valer depois disso.

_Ainda não entendo como você pode querer ir assim! Somos sua família – Dani agora me encarava. Eu sabia que não precisava dizer que ela estava enganada, mas também queria acreditar que ela estava certa. Eu ainda tinha uma família.

_Eu sei – Essa foi minha única resposta. Eu não precisava que isso se estendesse mais. Seria ainda difícil quando eu tivesse que deixar aquele lugar.

Os 7: O HerdeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora