Crônicas de uma futura S/N

Capítulo 1 - Começo

Acordei e fiz minha higiene matinal, fiz uma maçã frouxa e peguei um coque para comer... Não espera, rebobina.

Olá meu nome é Samanta e todos os dias eu tento descobrir um jeito de ser uma s/n igual às das fanfics.

Sempre sigo os mesmos passos dessas desgraças e nunca consigo esbarrar em Harry Styles ou Zayn Malik, meio difícil morando no Brasil, mas do jeito que anda minha situação aceitava esbarrar até no Faustão.

Os funcionários do Starbucks não aguentam mais ver minha cara. E toda vez que eu chego com meus vans surrados, meu coque frouxo perfeito, minha carinha fofinha de falsa sonsa tudo o que encontro são velhos tomando café ou gente me pedindo esmola.

Francamente o que tem de errado comigo? Será que tem algum ritual satânico que eu precise seguir minuciosamente para a magia acontecer?

Não importa eu vou mudar meu trágico destino, não importa como! Esses Starbucks sempre tem alguma s/n, o meu plano vai ser encontrar uma e seguir cada passo seu, assim não vai ter erro!

Me pego rindo de forma maléfica enquanto me olho no espelho do meu quarto, meu reflexo estava tenebroso.

Que horror nunca posso rir desse jeito na frente do meu futuro esbarrante.

- SAMANTA QUAL É A GRAÇA DA VEZ? TÁ COM O BOZO AI É? - Minha mãe berra do lado de fora do quarto, que chatisse não posso nem rir mais.

Antes que eu pudesse responder ela entra com uma cesta de roupas no meu quarto.

- Mãe bate na porta antes, você atrapalhou minha atuação. - Falo revirando os olhos.

- Vai ser palhaça de circo agora? - Ela diz me olhando com uma cara de quem está segurando risada.

- Só se for para fazer dupla com você, Patati e Patata. - Dou risada do meu desaforo mas logo o engulo vendo a cara de reprovação da minha mãe.

- Me fala isso de novo que minha chinela vai voar na sua cara, menina sem educação. - Disse pegando sua chinela.

- Não mãe é brincadeira. Mudando de assunto você pode me dar vintão? Amanhã vou dar uma passadinha no Starbucks.

- O que você vai fazer tanto lá? É algum namoradinho? Se for manda ele te bancar por que você está me falindo garota. - Queria que fosse mãe, queria.

- Não mãe, você sabe que eu estou atrás de emprego. Depois que ando o dia inteiro naquele solzão de rachar a cuca dou uma passadinha no Starbucks para descansar ora. - Uma mentira tão descarada dessa, nem criança iria acreditar.

- Ah se é assim então eu te dou, toma. - Ela tira vinte reais da sua carteira e me dá.

- Obrigada mamis quando eu arrumar meu emprego eu te devolvo todo seu dinheirinho que já gastei no Starbucks.

- Isso é impossível Samanta, você ia me dever até que se aposenta-se. Só de você arrumar um emprego já vai estar ótimo. - Ela debochou de mim, é isso mesmo?

- Tá bom mãe, pode sair agora do meu quarto. - Digo fazendo um sinal de dispenso com a mão.

- Arruma essa porcaria de quarto tem até uma caixa de pizza ali, porca! - Ela sai batendo a porta.

Que saco. Além de debochar de mim da um jeito de me esculachar.

(...)

Depois de passar duas horas limpando meu quarto que estava realmente trágica a situação, o sol já havia se posto. Meus pais estavam jantando e tagalerando na cozinha.

Decidi não comer já que estava de regime. Se meu plano dar certo amanhã preciso pelo menos estar em forma para quando esbarrar com meu futuro amor não joga-lo longe.

Acabei adormecendo e sonhando com Shawn Mendes me pedindo em casamento.