day eight

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De muitos fatos que poderia ressaltar desse dia, jogo com antecipação aquele do qual foi o mais memorável seja para Dean ou Castiel, Charlie ou Gabe, até mesmo Hannah e Lisa.

A notícia do namoro dos dois correram de forma rápida pelos estudantes; quando se deram conta, todos da escola, até mesmo aqueles dos quais não estavam na viagem, já tinham conhecimento do então nomeado: surpresa do ano.

Pois Cassie e Dean eram a personificação da surpresa.

O que ocorreu então, foi que em qualquer lugar que seja em que os dois passavam, sejam juntos ou individualmente, era ouvido os murmurinhos e os olhares de curiosidade com um misto de espanto. Dean, que adorava atenção, estava odiando-a neste exato momento, e bem, Castiel que sempre a detestara, continuou na mesma: odiando-a.

- Dean, por que você foi se transformar nos rapazes popularzinho da escola? - o de olhos azuis lamuriou, retoricamente.

O loiro sorriu e inclinou-se, deixando um beijo simples na boca do outro e então respondeu: - Um cara lindo como eu tem fazer jus aos estereótipos do ensino médio.

- Ah, então me responda: qual é o papel que eu tenho que fazer jus?

- Deixe-me pensar. - Dean revirou sua cachola por alguns instantes antes de retomar. - Seu papel seria não seguir papel algum e ser o que é, mandando todo mundo para casa do Romero Jucá e os xingando de filho da mãe.

Castiel não exitou em rir e deixou que após a breve crise de risos, o silêncio se seguisse enlaçando os dois corpos.

- Dee, você me ama?

- Muito. E você, Cas? Você me ama?

Castiel ponderou um pouco, ergueu seu olhar para o loiro e abriu um enorme sorriso, respondendo: - Não.

Os dois pombinhos que estavam deitados na grama do mesmo parque que visitaram nos primeiros dias em que chegaram em Roma, levantaram-se numa brincadeira boba e infantil de pega-pega.

A programação do dia havia se estendido por mais um passeio a tal parque e essa brincadeira foi a ponte para que todos expandissem suas mentes e analisassem como aqueles dois opostos, que sofreram todos os tipos inimagináveis de nomes, apelidos e padrões, eram simples adolescentes, cada um amadurecido e pego em sua própria essência, vivendo e praticando aquilo que as pessoas intitulam de "paixão adolescente".

- Sabe Gabe, olhando para esses dois panacas, eu me lembro o porquê escolhi virar um cupido ao invés de ser atingido por um. - a ruiva, que estava sentada junto ao amigo dividindo os doces e observando os outros dois amigos rirem e correrem um do outro.

- Ué criatura, por quê?

Ela riu, então apontou com uma gesto da cabeça para os outros dois, fazendo o mais baixo olhar para lá e disse certeira: - Para não levar tombos como esse.

Não dando outra, Castiel dera de cara com o chão e logo seu corpo foi lugar de 'abrigo' para o de Dean que caíra sobre o seu. Alguns começaram a rir, tipo, quase todos ali riram do tombo.

Mas os dois não se importaram, porque quando um olhar conectou-se no outro, as risadas e a vergonha não lhe eram relevantes.

Era relevante apenas o som do silêncio quando o verde e o azul desfizeram a conexão para darem espaço ao instantâneo breu que durara poucos segundos, dando espaço a explosão de cores assim que ambos lábios se friccionaram e o clichê beijo pós-queda se concretizava ali; naquele meio de jovens carregados por algo tão natural quanto o ódio de ter que acordar para enfrentar as pessoas: o reconhecimento de que todos ali tem suas diferenças, mas que todos são humanos; que padrões são apenas padrões, que cabe a nós, sermos responsáveis pelo nosso próprio desfecho.

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⏰ Última atualização: Jan 22, 2020 ⏰

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