Jasmine
Minha mãe ficaria orgulha com o pessoal que deu me arrumou de um jeito tão rápido e habilidoso. Meus cabelos que viviam soltos e indomados encontravam-se cortados em camadas presos em um coque na nuca. Um vestido veste escuro sem mangas e saia que batia nos joelhos destacavam meus olhos claros.
Eu me sentia uma princesa ao me olhar no espelho. De repente, fui levada para uma cadeira onde um homem de quarenta anos começou a me entrevistar.
Na maioria das perguntas tive certeza de que paguei um belo mico, mas o que eu poderia fazer se eu estava despreparada para aquilo?
No final das perguntas rápidas, procurei Alex por todos os lugares, até que meus olhos encontraram um par de olhos cor de lavanda.
Meu queico provavelmente se encontrava no chão naquele momento. Ela estava divina. Os cabelos curtos estavam enfeitados por um arquinho branco com um laço. O colar de lua parecia ser feuto para ela e o vestido, que coisa mais fofa! Ela parecia uma dama de honra em um casamento.
"Assim não vale!" Ela exclamou marchando em minha direção. "Enquanto eu fico aqui parecendo uma criança, você parece uma atriz no tapete vermelho!" Ela fez um biquinho.
Não pude deixar de rir. "Alex, acredite em mim, você está maravilhosa. Se o príncipe não gostar de você ele é louco!"
"EU FALEI QUE NÃO ERAM LENTES DE CONTATO!" Exclamou uma morena apontando para a car de Alex a dois metros de nós duas.
Camily Forbs, de Carolina, usava um vestido cor de pêssego com manga curta e os cabelos castanhos foram arrumado em uma trança. Ao lado dela estava Julie.
"Meu Deus do Céu. Que inveja!" Sem mais nem menos, Camily pegou o rosto de Alex e encarou os olhos violetas dela. "Parece um por do sol cheio de estrelas."
"Mily, está a assustando." Julie falou delicadamente. "Desculpe por isso. É que ela tem um fraco por olhos claros!"
"Diz isso a menina que nasceu com olhos cor de mel e não castanhos e sem graça como os meus." Resmungou a Dois.
"Não vejo problema algum em ter olhos castanhos." Falei.
"Querida, quando se tem olhos muito comuns, as pessoas dificilmente prestam atenção no seu olhar. É mais fácil identificar a tristeza ou a paixão em olhos como os seus do que em olhos escuro como os meus, e isso dificulta muito na hora de atuar." Falou dando de ombros. "Desculpe por isso, mas é um saco quando quase todas as selecionadas tem uma cor de olhos bem chamativa."
"Nem me fale. Eu já indentifiquei umas três de olhos cinzas, dez pares de olhos azuis, mais sete pares de olhos cor de avelã e duas de olhos negros." Alex disse mordendo os lábios.
"De qualquer forma, não vamos ligar muito para isso. O que importa agora serão nossas atitudes." Falou Julie sorrindo timidamente.
"Então nesse caso eu tô perdida, já que meu conhecimento de regras de etiqueta é quase tão ruim quanto Jasmine tentando falar alemão." Senti o sangue subir a cabeça com o comentário de minha amiga. Línguas nunca foi meu forte, e minha mãe cismou de que eu deveria aprender umas dez antes de ter um filho.
Uma mulher mais velha, Sabrina Tonks, nossa tutora e supervisora nos chamou e nos pediu para a acompanharmos junto com todas as selecionadas.
O castelo parecia maior por dentro do que por fora. Sério. E olha que eu nasci e vivi no bairo nobre de uma das províncias mais desenvolvidas de Illéa.
Mas a expressão de Alex foi a cereja do bolo, ela parecia uma criança entrando na maior loja de doces do mundo. Seus olhos viviam arregalados e mal piscavam. Tive que segurar a mão del ao trajeto todo para ela não ficar parada como uma estátua no meio dos corredores.
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Alex
Tenho certeza absoluta de que vou precisar de um mapa para conseguir me locomover naquele castelo.
O lugar era imenso. E eu pensando que a mansão da Dolores era gigante. Pelo visto eu tinha padrões bem baixos...
Quando entrei no meu quarto, pronta para ter um segundo de paz, fiu recebida por três jovens que deveriam ser pelo menos dois anos mais velhas que eu, elas usavam informes de empregadas iguais aos de Millie.
Tive que pedir com toda a educação para que elas saissem do quarto e me deixassem sozinha. Já era difícil eu ter que me acostumar a usar vestidos e morar no palácio, agora ter empregadas? Não mesmo. Prefiro fazer as minhas coisas sozinhas.
Assim que empurrei a última moça pra fora do quarto, tranquei a porta com chave e pude finalmente analizar meu novo lar.
Era o completo oposto do quarto simples e pequeno que eu estava acostumada. A cama era imensa e bem convidativa, havia uma penteadeira, mesa próxima à porta de vidro que levava a sacada. Um armário imenso que dava para guardar todas as roupas da família.
Próximo do armário, estava um piano de cordas, e um violino. O quê achei meio estranho até me lembrar de que coloquei que tocava instrumentos na minha ficha.
Olhei para a cama e me sentei nela. Era confortável demais, meu corpo afundava no colchão e o cheiro de baunilha impregnava minhas narinas.
Nem de longe me fazia lembrar do colchão velho e duro com cheio de produto de limpeza barato que eu dividia com Damian desde que me entendo por gente.
Olhei para minhas unhas postiças e então um choque de realidade me atingiu. Eu nunca iria me acostumar com aquela vida. Os vestidos. As acomodações. As empregadas. Tudo...
Abracei o travesseiro e pela primeira vez naquele dia, eu chorei como nunca havia chorado.
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A Seleção da Sete [Concluída]
RomanceHá décadas que alguém abaixo da casta Cinco fora escolhida para participar da Seleção, e mesmo com todas as esperanças reduzidas, Alex ainda se inscreve. A Sete nunca se imaginou vivendo no palácio, a única coisa que desejava era conseguir um bom em...