Vinho Rubro

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Alex the Wolf

James estava estonteante. Ele vestia um traje parecido com os dos guardas, só que era infinitamente mais chique, elegante, de cores brancas com medalhas douradas.

Mackenzie parecia uma princesa da neve. Seu vestido era de um azul-gelo com desenhos de flocos de neve, uma tiara prateada com uma jóia azul enfeitava os longos cabelos loiros dela.

Senti uma pontada no peito e não pude deixar de comparar as roupas das demais com a minha. Eu parecia selvagem, animalesca, rústica e bruta, as demais eram delicadas, sensuais e alegres.

Mordi o meu segundo cupcake e mandei minha inveja para a merda. Eu era uma loba, de nome e de espírito, e é assim que eu ajo.

Seline e Angeline pareciam prestes a quebrar as taças de vinho tinto em suas mãos. Algo me dizia que o vestido branco de Mackenzie poderia acabar vermelho-sangue se ela não se cuidasse até o fim da festa.

"Por que você está aí sozinha?" Julie, usando uma maquiagem e cervo, sentou-se na minha frente.

"Digamos que as cisneis ali não estejam muito a vontade com uma predadora como eu." Mostrei a ela minhas unhas longas negras e pontudas.

"Isso não é verdade. Jazz disse que você sabe tocar e cantar. Por quê não nos tocar uma música?"

"Quê?!" Falei quase me engasgando com o fondue.

"É só dar um jeito na maquiagem, vamos!" Julie me deu um copo d'água enquanto Camily retocava minha boca com delineador preto.

"Aí pessoal, Alex vai tocar uma música." Camily gritou e todos se prepararam. A banda parou de tocar e fui empurrada até o mini-palco.

Seline, Angel e mais da metade das meninas me olhavam com repúdio. Elas querem me humilhar, querem ver meu fracasso. E não vou deixar que elas consiguam isso.

De queixo erguido, peguei um violino e o afinei. Depois olhei para James e Kenzie. Suspirei e deixei a música me levar.

Tocar violino é como pintar em tela, exigia técnica, suavidade e total consciência do que você quer passar para a tela e aos espectadores. Era isso que Martha sempre dizia.

Pensei nos sentimentos que queria passar, meus dedos passavam pelas cordas com suavidade e precisão. A música suave e rápida ecoava pelo salão.

Quando abri meus olhos, olhei com satisfação a expressão pasma de todas as pessoas que duvidaram de meu potencial. Eu podia ser uma Sete, mas eu tinha valor.

James e Mackenzie bateram palmas de pé, seguidos por Jazz, Camily, Julie e as outras. Ao longe vi os músicos sorrindo e Allan batendo palmas com um sorriso deslumbrante no rosto.

Quando eu desci do palco senti um monte de meninas me abraçarem, mas o momento foi interrompido quando vim uma taça de líquido rubro.

A Seleção da Sete [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora