FITA 2/b : Tyler Down

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Shh!... Se você estiver conversando na biblioteca.Shh!... No cinema ou na igreja.Às vezes não tem ninguém em volta para mandar você ficar quieto...Às vezes você precisa ficar em silêncio quando está completamente sozinho. Como eu, agora, neste instante. Shh!Por exemplo, é melhor você ficar quieto — não dar nem um pio — se você for um voyeur. Imaginou se te escutam?E se ela... e se eu... descobrisse?Adivinha só, Tyler Down? Eu descobri.Sinto pena de você, Tyler. Sinto mesmo. Todas as outras pessoas nessas fitas até agora, devem se sentir um pouco aliviadas. Elas são apresentadas como mentirosas, ou babacas, ou pessoas inseguras que atacam os outros.Mas a sua história, Tyler... ela é meio perturbadora.

E me sinto um pouco perturbada contando isso, também. Por quê? Porque estou tentando me colocar no seu lugar, Tyler. Tentando entender a excitação de ficar olhando pela janela do quarto de uma pessoa. Observado uma pessoa que não sabe que está sendo observada. Tentando flagrar essa pessoa no ato de... Qual era o ato que você estava tentando me flagrar, Tyler? E você ficou decepcionado? Ou teve uma surpresa agradável?

Legal, vamos levantar a mão, por favor. Quem sabe onde estou?

Quem sabe onde estou parada agora?  Se você disse "Do lado de fora da janela do Tyler", acertou. E ela fica no A-4, no mapa de vocês. O Tyler não está em casa agora... mas os pais dele estão. E espero de verdade que eles não venham aqui fora. Felizmente tem um arbusto alto e largo bem embaixo da janela dele, que é parecida com a minha, então me sinto bem segura.

Como você está se sentindo, Tyler?Você está em uma reunião da equipe de produção do álbum do ano a escola. Isso inclui muita pizza e fofoca. Por isso, sei que você só vai chegar em casa quando estiver escuro, do jeito que você gosta. Algo que, como voyeuse amadora, também aprecio muito.Por isso, obrigada, Tyler. Obrigada por facilitar as coisas.Vamos dar uma espiada aí dentro, antes de você chegar em casa, que tal? A luz do corredor está acesa, por isso consigo enxergar tudo muito bem. E vejo, sim, vejo exatamente o que eu esperava — um monte de equipamento fotográfico.Você tem uma coleção e tanto aqui, Tyler. Uma lente para cada ocasiãoEu sei. Eu sei. Até posso ouvir. "Essas são para o álbum do ano, Hannah. Eu sou o fotógrafo da vida estudantil." Eu tenho certeza que foi por isso que seus pais não se importaram de gastar uma grana alta com elas. Mas essa é a única maneira que você usa esse material? Fotos espontâneas do corpo estudantil? Ah, é. Fotos espontâneas do corpo estudantil.Antes de vir até aqui, tomei a iniciativa de conferir "espontâneo" no dicionário. É uma daquelas palavras com muitas definições, mas tem uma que é a mais apropriada. E aqui está ela, memorizada para seu prazer: "sem artificialismo, elementos ensaiados ou estudados; natural, sincero, verdadeiro".Então conta pra mim, Tyler, naquelas noites que você ficou do lado de fora da minha janela, fui espontânea o suficiente para você? Você me flagrou ao natural, sem pose... Espera aí. Vocês ouviram isso? Um carro subindo a rua Será que é você, Tyler? Certamente está se aproximando. E aí vêm os faróis.Meu coração tem certeza que é você. Meu Deus, ele está batendo forte.O carro está fazendo a curva, para subir pela entrada da garagem.É você, Tyler. É você. Você não desligou o motor, então vou continuar falando. Ah, sim, é excitante. Dá para sentir qual é o barato.Certo, ouvintes, prontos? A porta do carro...e... Shh!Legal, Tyler. Aqui vai a narração, lance por lance. Você dentro de casa, com a porta fechada. Ou você está dizendo oi para papai e mamãe, contando que tudo correu super bem e que esse vai ser o melhor álbum escolar de todos os tempos, ou eles não compraram pizza suficiente para a reunião e você está indo direto para a cozinha.Enquanto esperamos, vou recuar no tempo e contar como tudo começou. E, se eu estiver errando a cronologia, Tyler, encontre as outras pessoas das fitas e diga a elas que você começou a espiar secretamente os outros muito antes de eu flagrar você.Vocês farão isso, certo? Todos vocês? Vão preencher as lacunas? Por cada história que estou contando deixa muitas perguntas sem resposta Por exemplo: há quanto tempo você me espionava, Tyler? Como você sabia que meus pais estavam fora da cidade naquela semana?A regra na minha casa, quando meus pais estão fora, é que eu não estou autorizada a sair com garotos. A impressão deles, embora nunca tenham realmente dito isso, é que eu poderia gostar demais do encontro e convidar o garoto a entrar.Nas histórias anteriores, contei a vocês que os boatos que todos ouviram a meu respeito não eram verdadeiros. E não são. Mas eu nunca disse que era uma santa. Eu de fato saí quando meus pais não estavam em casa, mas só porque eu podia ficar na rua o quanto quisesse. E como você sabe, Tyler, na noite em que tudo isso começou, o garoto com quem eu saí andou comigo o caminho todo, até a porta da frente da minha casa. E ficou parado ali, até eu tirar minhas chaves para destrancar a porta... aí ele foi embora.A luz do quarto de Tyler continua apagada. Ou ele está tendo uma conversa detalhada com seus pais, ou continua faminto.Ótimo, faça as coisas do seu jeito, Tyler. Eu continuarei falando a seu respeito. Você estava esperando que eu convidasse o cara para entrar? Ou isso teria deixado você com ciúmes?De qualquer modo, depois que entrei — sozinha! —, lavei o rosto e escovei os dentes. E, no momento em que entrei no meu quarto... Clique.Todos nós sabemos o som que uma câmera faz quando bate uma foto. Até algumas câmeras digitais fazem isso, para simular certa nostalgia. E sempre mantenho minha janela aberta, alguns centímetros, para deixar entrar ar fresco. Foi assim que percebi que tinha alguém parado ali fora.Mas me recusei a acreditar. Era perturbador demais admitir aquilo, na primeiríssima noite de férias dos meus pais. Eu estava pirando, só isso, disse a mim mesma. Estava apenas precisando me acostumar a ficar sozinha. Mesmo assim, não fui tão burra a ponto de me trocar na frente da janela. Por isso, sentei na cama. Clique.Ou talvez não fosse um clique, eu disse a mim mesma. Talvez fosse um rangido. A estrutura de madeira da minha cama range um pouco. Era isso. Tinha de ser um rangido.Puxei as cobertas para cima do corpo e tirei a roupa debaixo delas. Ai, vesti meu pijama, fazendo tudo da maneira mais lenta possível, com medo de que quem estivesse lá fora batesse mais uma foto. Afinal, eu não estava totalmente certa do que excitava um voyeur.Mas espera – mais uma foto provaria que ele estava ali fora, certo? Aí, eu poderia chamar a polícia e... Mas na verdade eu não sabia o que fazer. Meus pais não estavam em casa. Eu estava sozinha. Calculei que minha melhor opção seria ignorá-lo. E, mesmo ele estando do lado de fora, fiquei com medo demais do que poderia acontecer se me visse pegando o telefone.Burrice? Foi sim. Mas fazia sentido? Fazia sim... naquele momento.Então, para início de conversa, por que foi tão fácil para Tyler enxergar dentro do meu quarto? É isso que vocês estão perguntando? Se eu sempre durmo com as persianas totalmente abertas?Boa pergunta para vocês que gostam de pôr a culpa na vítima.Mas não era tão fácil assim. As persianas eram mantidas abertas em certo ângulo, exatamente do jeito que eu gostava. Nas noites de céu limpo, com a cabeça no travesseiro, eu podia adormecer olhando as estrelas. E, nas noites de tempestade, podia ver relâmpagos iluminarem as nuvens.Quando meu pai descobriu que eu mantinha as persianas abertas — mesmo que fosse só uma fresta —, foi até a rua para se assegurar de que ninguém podia me ver. E ninguém podia. Aí, ele veio andando desde a calçada, atravessando o jardim, até minha janela. E o que foi que ele descobriu? A não ser que a pessoa fosse muito alta e ficasse muito perto da janela, na ponta dos pés, eu era invisível.E então, quanto tempo você ficou parado desse jeito, Tyler? Deve ter sido bem incômodo. E se você estava disposto a passar todo esse incômodo só para dar uma espiada em mim, espero que, pelo menos, tenha ganhado alguma coisa com isso.Ele ganhou. Mas não o que queria. Em vez disso, ganhou isto aqui.Se eu soubesse que era o Tyler, naquele momento, se eu tivesse me estirado abaixo das persianas e olhado bem para o seu rosto, eu teria corrido para fora e feito ele passar a maior vergonha.O que, de fato, leva à parte mais interessante da...Espera aí! Aí vem você. Vamos guardar essa história para depois.Me deixem descrever a janela do Tyler. As persianas estão totalmente abaixadas, mas, ainda assim, dá pra enxergar lá dentro. São feitas de bambu, ou de uma imitação de bambu, e entre cada vara há espaços de tamanhos variados. Se eu ficar na ponta dos pés, como Tyler fez, consigo alcançar um vão razoavelmente aberto e ver tudo.OK, ele está acendendo a luz e... fecha a porta. Ele está... está sentando na cama. Está arrancando os sapatos e... agora as meias.Talvez eu devesse alertá-lo. Dar a ele uma chance de se esconder. De tirar a roupa debaixo das cobertas. Talvez eu devesse dar uma batidinha na janela. Ou socar, chutar a parede. Talvez eu devesse proporcionar a ele a mesma paranoia que ele me proporcionou.Ela está levantando a voz. Será que quer ser pega?Afinal, é por isso que estou aqui, certo? Vingança?Não, por vingança seria divertido. Vingança, de alguma maneira, me daria algum sentimento de satisfação. Mas isto aqui, ficar do lado de fora da janela do Tyler, não satisfaz.Estou decidida.Então por quê? Por que estou aqui?Bem, o que foi que eu disse? Só disse que não estou aqui por minha causa. E, se passarem as fitas adiante, ninguém, exceto vocês que estão na lista, jamais escutará o que estou dizendo.Então, por que estou aqui?Não estou aqui para observar você, Tyler. Fica calmo. Não ligo para o que você está fazendo. Na verdade, nem estou observando você agora. Minhas costas estão contra a parede e olho fixamente para a rua.É uma daquelas ruas com árvores dos dois lados, seus galhos se encontrando lá no alto, como pontas de dedos que se tocam. Parece poético, não? Eu até já escrevi, uma vez, um poema comparando ruas como essa à minha cantiga infantil favorita:"Se essa rua, se essa rua fosse minha... blá -blá-blá...".Um de vocês até leu o poema que escrevi. Falaremos sobre isso depois estou falando do Tyler agora. E continuo na rua do Tyler. Sua rua escura e vazia. Ele não sabe que estou aqui... ainda. Portanto, vamos encerrar esta história antes de ele ir para cama..No colégio, no dia seguinte, depois da visita do Tyler à minha janela, eu contei para uma garota que sentava na minha frente o que havia acontecido. Essa garota é conhecida por saber escutar os outros e ser solidária, e queria que alguém sentisse medo por mim. Queria que alguém entendesse minhas angústias.Pois bem, ela definitivamente não era a garota indicada para esse serviço. Essa garota tem um lado depravado que pouquíssimos de vocês conhecem."Um voyeur?", ela perguntou, "você quer dizer um voyeur deverdade?""Acho que sim", eu afirmei."Sempre tentei imaginar como seria isso", ela meio que se animou. "Ter um voyeur na sua vida é algo... sei lá... sexy."Ela sorriu e ergueu uma sobrancelha."Você acha que ele vai voltar?"Sinceramente, a ideia de ele voltar nunca tinha me ocorrido.Mas agora ela estava me assustando."E se ele voltar?" perguntei."Aí, você vai ter de me contar", ela falou. E me virou as costas, encerrando a nossa conversa.Essa garota e eu nunca tínhamos andado juntas. Fazíamos as mesmas matérias, éramos simpáticas uma com a outra na classe, e às vezes conversávamos sobre combinar algo, mas nunca combinamos.Aí está, pensei, uma oportunidade de ouro.Eu a chamei com um tapinha no ombro e contei que meus pais estavam cidade. Será que ela não gostaria de ir comigo e dar um flagra num voyeur?Depois da aula, fomos até a casa dela pegar umas coisas. E seguimos juntas para a minha. Como era um dia de semana e ela provavelmente ficaria fora até tarde, disse aos seus pais que iríamos fazer um trabalho da escola. Será que todo mundo usa essa desculpa?Terminamos nossa lição de casa na mesa de jantar e ficamos esperando escurecer lá fora. O carro dela ficou estacionado na garagem, como isca.Duas garotas. Irresistível, certo?Eu me retorço um pouco, mudando de posição na cadeira.Fomos para o meu quarto e sentamos, com as pernas cruzadas, em cima da cama, uma de frente para a outra, conversando sobre tudo que se pode imaginar. Para flagrar nosso voyeur, sabíamos que precisávamos conversar baixinho. Precisávamos ouvir aquele primeiro... Clique.O queixo dela caiu. Seus olhos, nunca os vi tão alegres.Ela cochichou para eu continuar falando."Finge que não ouviu. Vai só me acompanhando no que eu vou inventar agora".Concordei.Ela cobriu a boca com a mão e começou a improvisar."Ai, meu Deus! Onde você deixou ele te tocar?"Nós "fofocamos" por uns dois minutos, tentando segurar qualquer risada inadequada — do tipo que poderia nos entregar. Porém, os cliques pararam e nós já estávamos ficando sem assunto."Você sabe do que eu estou precisando?", ela perguntou. "De uma boa massagem nas costas, daquelas bem fortes." "Você é malvada", sussurrei.Ela piscou para mim, se ergueu de joelhos e esticou as mãos para a frente, como um gato se espreguiçando, até ficar toda alongada em cima da minha cama. Clique.Montei em cima das costas dela. Clique.Afastei o cabelo dela para o lado. Clique.E comecei a esfregar os ombros. Clique. Clique.Ela se virou de costas para a janela e cochichou:"Você sabe o que vai acontecer se ele parar de tirar fotos, certo?"Disse que não."Ele vai fazer aquela coisa." Clique."Ai, ai", ela gemeu.Continuei massageando seus ombros. De fato, achei que estava fazendo um ótimo trabalho, porque ela parou de conversar e seus lábios se curvaram num belo sorriso. Ela teve uma nova ideia. Uma maneira de pegar aquele tarado em flagrante.Eu disse que não. Uma de nós deveria sair do quarto, dizer que precisava usar o banheiro e chamar a polícia.Podíamos acabar com aquilo naquele momento.Mas isso não aconteceu."De jeito nenhum", ela insistiu. "Não vou embora antes de descobrir se eu conheço esse cara. E se ele for da escola?" "E se ele acabar se...", não consegui continuar.Ela me mandou seguir sua deixa, rolando de lado para sair debaixo de minhas pernas. De acordo com o seu plano, quando ela dissesse "três", eu deveria correr para a janela. Eu pensei que o voyeur tivesse ido embora — talvez com medo — porque não ouvi mais nenhum clique depois que saí de cima dela."Está na hora de passar uma loção para a pele", ela provocou.Clique.Esse som fez minha raiva atravessar o telhado. Tudo bem, eu posso jogar esse jogo, pensei. "Pega na minha gaveta de cima."Ela apontou para a gaveta mais próxima à janela e eu fiz um movimento positivo com a cabeça.Ela abriu a gaveta, olhou para dentro e cobriu a boca com a mão.O quê? Não havia nada na minha gaveta digno de uma reação daquelas. Não havia nada no meu quarto inteiro digno daquilo."Eu não sabia que você curtia isso", ela falou, em voz bem alta. "Nós devíamos usar isso... juntas.""Hum, está bem", eu concordei.Ela enfiou a mão na gaveta, empurrou algumas coisas para lá e para cá, e cobriu a boca novamente. "Hannah?", ela gritou. "Quantos desse você tem? Você é uma garota bem safada."Clique. Clique. Muito esperta, pensei."Por que você não conta quantos tem?"Foi o que ela fez."Deixa eu ver. Aqui tem um... e dois..."Escorreguei um pé para fora da cama."... três!"Pulei para perto da janela e puxei o cordão com tudo. As persianas voaram para cima. Procurei seu rosto, mas você se mexia muito depressa.A outra garota, ela não estava olhando para o seu rosto Tyler."Ai, meu Deus!", berrou ela. "Ele está enfiando o pinto dentroda calça!".Então quem era você? Eu vi sua estatura, a cor do seu cabelo, mas não consegui ver seu rosto com clareza suficiente. Ainda sim, você se entregou, Tyler. No dia seguinte, na escola, eu fiz para um monte de gente a mesma pergunta: "Onde você estava ontem à noite?" Alguns disseram que estavam em casa, ou na casa de um amigo. Ou no cinema. O que é que te interessa? Mas, você, Tyler você veio com a resposta mais defensiva — e interessante — de todas:"O quê, eu? Em lugar nenhum."E, por alguma razão, contar para mim que não estava em lugar nenhum fez seus olhos se retorcerem e sua testa começar a suar.Que idiota você é, Tyler.Ei, pelo menos, você é original. E, pelo menos, parou de rondar minha casa. Mas sua presença, Tyler, ela nunca foi embora.Depois das suas visitas, fechei as persianas vedando-as ao máximo todas as noites. Tranquei as estrelas do lado de fora e nunca mais vi os relâmpagos. Todas as noites eu simplesmente apagava as luzes e ia para a cama. Por que você não me deixou em paz, Tyler? Minha casa. Meu quarto. Deviam ser lugares seguros para mim. Seguros contra tudo que estivesse do lado de fora. Mas você foi a pessoa que tirou tudo isso de mim. Bom... nem tudo.Mas tirou o que havia sobrado...Então, qual é a importância da sua segurança, Tyler? E da sua privacidade? Talvez não sejam tão importantes para você como eram para mim, mas não cabe a você decidir.Hannah. Então, quem é essa garota misteriosa estrelando sua história, Tyler? Que sorriu tão bonito quando eu a massageei? Que me ajudou a expor você? Será que eu deveria contar?Depende. Será que ela me fez alguma coisa, alguma vez? Para ouvir a resposta... ponham a fita três.Ah, Tyler, estou parada do lado de fora da sua janela novamente. Eu me adiantei pouco para terminar sua história, mas a luz do seu quarto se apagou faz algum tempo... Por isso, estou de volta.Há longa pausa. Folhas farfalhando.Toc-toc, Tyler.Eu escuto aquilo. Ela batendo na janela. Duas vezes.Não se preocupe. Você logo logo vai descobrir.

As fitas ( Os 13 porques )Where stories live. Discover now