13- Número desconhecido.

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Eu estava exausta, ainda sentia dor pelo esforço da luta e também emocionalmente. Não conseguia raciocinar direito. Então, subi para o quarto a procura de roupas limpas.

Assim que criei posse de uma calça jeans preta e um moletom cinza, olhei para a pequena garota sobre a cama e a encarei. Quando ela acordaria? E se acordasse, seria um zumbi como disse Jenny? Teríamos que matá-la? 

Me aproximei de seu corpo e iluminei com a lanterna sobre ela que parecia normal para mim. Não estava pálida, estava rosada como uma criança saudável da sua idade. Não demonstrava sinal algum de que levantaria a qualquer momento e ficaria sedenta por carne e sangue humano.

Passei a mão por seu cabelo e ela se mexeu um pouco. Então me afastei rapidamente assutada, ficando em alerta para qualquer movimento brusco da parte dela. Mas ao sentir o odor de sangue molhado que minhas roupas transmitiam, entortei o nariz e caminhei em direção ao banheiro, ignorando o fato da menina se levantar naquele momento.

Como não havia luz, teria que tomar banho na água gelada mesmo. Seria bom, eu precisava acordar o corpo — e também, entre a água fria e minha roupa encharcada de sangue humano, eu preferia a água — e ficar pronta para qualquer coisa mais grave que fosse acontecer.

Já despida, liguei o chuveiro e com uma, duas, três tentativas exitantes de entrar embaixo da água, eu entrei e abracei meu corpo na tentativa inútil de me esquentar.

Me afastei da mesma rapidamente olhando em volta, somente a lanterna iluminava o box, o resto do banheiro era puro breu. E isso era um pouco assustador, pois imaginava aquele zumbi me espreitando em um dos cantos escuros a espera para me atacar novamente.

— Droga!

Bufei e retornei novamente para debaixo d'água, dessa vez, aceitando o fato de que era minha única alternativa se quisesse ficar limpa.

Peguei o sabonete e o passei exageradamente pelo meu corpo para retirar todo o mal cheiro que estava impregnado em mim. Mais tarde, aquelas roupas seriam descartadas para bem longe de minha vista.

(...)

Após me vestir, peguei a lanterna e saí do banheiro. Adentrei  em meu quarto e fui a procura de meus coturnos.

Me sentei na cama e os coloquei. Suspirei profundamente, já não sentia mais meus músculos doloridos, a água gelada realmente havia dado efeito.

Me virei para olhar a garotinha deitada na cama, e só naquele momento percebi que ela não estava mais ali.

Engoli em seco e olhei em volta do quarto com a respiração um pouco elevada, juntei a lanterna na mão e iluminei cada canto, sem sucesso algum de encontra-la ali me encarando de algum canto antes de me atacar.

Senti minha espinha gelar e me levantei em alerta.

Onde essa garota se meteu?!

Caminhei até o guarda roupas e o abri rapidamente derrubando uma das caixas que estava empilhada, fazendo um barulho alto.

Droga!

Juntei os acessórios que nela estavam e a guardei no mesmo lugar, ainda sim, a garota não estava escondida entre as roupas penduradas nos cabides.

Com o coração um pouco acelerado, me virei de vagar iluminando em direção ao chão e segui em passos lentos até a cama.  Me ajoelhei exitante, me abaixando e iluminando embaixo da mesma.

Não havia sinal da garotinha ali debaixo, talvez ela tivesse se levantado e descido para o primeiro andar. Mas descartei essa hipótese, já que algum dos mais velhos correriam até onde eu me encontrava e me avisariam.

Infestação Zumbi (Origens)Onde histórias criam vida. Descubra agora