[ LIVRO DOIS ] Capítulo 19 - Samuel "Sam" Barnes

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Algumas horas antes da missão

— Sam, vamos, acorde! — Tio Steve me sacode, bruscamente me tirando do sono em que eu me encontrava.

— Já vou. – resmungo sonolento contra o meu travesseiro, criando forças para me levantar.

Respiro fundo e me sento na cama, colocando um dos braços ao lado do corpo para me apoiar, enquanto uso o outro para esfregar os olhos e bagunçar ainda mais meu cabelo.

Você deve estar se perguntando: por que Steve Rogers, o Capitão América, me acordou quando quem tecnicamente, deveria fazer isso era meu pai, Bucky Barnes, ou como é mais conhecido, Soldado Invernal?

Bem, essa é uma história um pouco complicada. Não sei se querem ouvir, mas contarei do mesmo jeito.

Moro sozinho com meu pai, desde que me conheço por gente. Há dezessete anos meu pai me cria sozinho, já que minha mãe faleceu logo depois de me dar à luz.

Pois é, presumo que devem conhece-lo como um vilão.

Ele era, mas não mais.

Graças a reabilitação e a recuperação da memória do meu pai, Steve e ele voltaram a ser amigos. Foi a minha sorte, já que assim, o Capitão, com muita insistência, conseguiu convencer Tony Stark a copiar a tecnologia do seu braço de metal e fazer duas próteses que me servissem. Por que preciso disso? Bom, por conta de um problema durante a gravidez, eu tive uma má formação dos braços.

Por isso considero Steve como um segundo pai para mim, e também admiro Tony Stark, mesmo nunca tendo o privilégio de conhece-lo pessoalmente.

De qualquer maneira, quando fiz dez anos, a HIDRA soube da minha existência.

Foi aí que os problemas começaram.

Eu e meu pai tínhamos que fugir, nos mudando constantemente, porque papai sabia que se ela pusesse as mãos em mim, me usariam para atingir a ele mesmo, já que agora, eles o consideram um traidor. Então, há um ano, papai pediu que tio Steve desse uma olhada em mim pelo menos uma vez por mês, já que ainda sou menor de idade, enquanto ele saia pelo mundo procurando os remanescentes da HIDRA pra acertar as contas com eles.

Com acertar as contas, eu quero dizer: quebrar a cara deles.

— Vamos logo, Sammy — Tio Steve chamou outra vez, agora já estava fora do quarto, me tirando de minhas lembranças e divagações. — Não pode se atrasar!

— Ok, já estou indo! — Respondi, finalmente me levantando e indo vestir algo para a viagem.

O apartamento em São Francisco foi o último lugar em que eu e meu pai nos vimos, e também o lugar que ele achou mais seguro me deixar, já que a cidade é área de atuação de alguns heróis que ele conhece e que poderiam me ajudar em caso de alguma enrascada.

Sim, quando você é filho de um cara considerado um ex-vilão, as coisas podem ficar perigosas pra você.

Mas você se acostuma, vai por mim.

Durante esse ano que tio Steve veio me olhando, andei fazendo algumas missões para a SHIELD e em troca eles me davam o necessário para me manter. Eu não me importo com isso, já que adoro ser um agente. Espero um dia poder ser um agente de alto nivel, e quem sabe, até um Vingador.

Assim que termino de me arrumar, vou para a cozinha comer alguma coisa — ficar com fome não me deixa exatamente feliz.

— Veio mais cedo hoje. — Comento, enquanto termino meu cereal.

— Tenho coisas para resolver pela cidade. — Ele responde, sem muito interesse. — Carol e Clint vão se encontrar comigo depois que você sair.

S.H.I.E.L.D - O Futuro: Jovens Vingadores | MarvelOnde histórias criam vida. Descubra agora