ATHENA IV

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"Guarda-te uma vez dos inimigos e mil vezes dos amigos, porque um amigo poderá vir a ser teu inimigo e prejudicar-te com facilidade."

                       Petrus Alphonsi


Athena's POV


Desci do ônibus com pressa e olhei para a avenida movimentada. Atravessei a rua e cumprimentei o porteiro como de costume, entrei no elevador e logo entrava naquele apartamento enorme.

– O doutor Jimmy não está. - uma das empregadas falou mal humorada e eu só revirei os olhos.

Ninguém merece esse mau humor desnecessário, ainda por cima alheio.

– Amor? - chamei por Julie afim de achá-la logo.

Eu tinha refletido sobre a decisão de abandonar meu emprego, estava com um pouco de medo, para falar a verdade, bastante medo. E se Justin não cumprisse o que estava falando? Minha mãe iria me matar se soubesse que a filha agora seria sustentada pelo traficante da esquina.

– Você não me pega! - escutei uma voz infantil e me virei correndo atrás daquele pestinha, a paguei em meus braços e a enchi de beijos.

– Aí meu Deus que coisinha mais gostosa! - falei a segurando em meu colo.

Naquele dia eu vestia roupas normais que uma garota de dezoito anos poderia usar, ao meu ver não era nada de mais. Um cropped florido de alças e um short jeans claro, porém o olhar que eu recebi em seguida me fez repensar se minha escolha estava apropriada ou não.

– Jimmy? - escutei uma voz fina, mas decidida e me virei para trás.

Arregalei os olhos ao ver a esposa do Bieber bem ali, na minha frente.

– Amanda? - enruguei a testa e Julie começou a reclamar, querendo voltar a brincadeira.

– O que você está fazendo aqui? - perguntou ríspida.

Abri um sorriso debochado.

– Eu trabalho aqui. - Julie se assanhou no meu colo e saiu correndo.

– Dando para o seu chefe também? - sorriu forçando e me controlei para não dizer que estava dando para o marido dela.

– Não preciso disso, aliás, nunca precisei. - pela sua feição ela tinha capitado a indireta.

– É repugnante saber que um homem como o Jimmy, emprega um tipinho como o seu. - ela havia cruzado os braços enquanto eu revirei os olhos.

– Aí me poupe, você quer falar com ele? - perguntei impaciente - Mas ele não está, volte depois ou nunca mais.

Ela parecia ofendida, eu não dava a mínima.

– Você não parece uma simples empregada, não usa nem uniforme. - falou estreitando os olhos - E ainda dá ordens como se fosse a dona da casa.

– O doutor deixa eu usar o que eu quero, até porque o que é bonito é para se mostrar né. - sorri de lado ao reparar sua blusa larga...

Foi aí que a ficha caiu. Provavelmente o Doutor devia acompanhar o caso dela e do bebê, se é que ele cuidava de bebês.

Meu rosto estava sem cor.

– Com licença. - cocei a garganta e sai dali o mais rápido possível.

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