ATHENA IX

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Os homens depois da derrota inevitável da vida, a nunca quererem aceitar a noite, a nunca quererem anoitecer e tornarem-se ontem amanhã, memória, os homens depois da vitória da terra sobre o corpo, a nunca aceitarem o seu corpo inacessível aos seus gestos, as suas mãos sem préstimo no espaço que lhes resta num sonho negro, as suas pernas a recusarem passos nas paredes negras e frias da solidão sem fim."

                    José Luís Peixoto





Athena's POV



Uma luz forte me fez abrir meus olhos.

– Athena, cacete, acorda! - ouvi a voz de Justin mal humorada.

– Qual é Bieber, me deixa em paz. - resmunguei e virei para o outro lado.

Senti o lençol sendo puxado com força de cima mim.

– Filho da puta. - resmunguei baixo e continuei na mesma posição.

– Me xinga de novo e eu acabo com seus dentes na porrada. - quase dei risada de sua ameaça.

– Você vai pagar pelo conserto deles mesmo. - me levantei e fui até as cortinas, as fechei.

– Você entende que nós estamos indo embora? - Justin estava parado no meio do quarto enquanto eu me vestia.

– Por que você já acorda de mau humor assim? - passei por ele e fui até o banheiro.

– Eu vou te arrastar pelos cabelos. - ele falou baixo vindo atrás de mim.

Me virei para ele e sorri de lado, fechei a porta na sua cara a trancando.

– Se você não sair daí em cinco minutos...

– Relaxa! - gritei de volta.

Eu não ia tomar banho, já tinha feito isso algumas horas atrás depois que terminei de satisfazer o meu homem.

Um pensamento amargo passou pela minha mente, como Amanda era burra de deixar Justin passar a noite fora assim? O que ele dizia para ela enquanto estava comigo?

Sai do banheiro alguns minutos depois.

Ao contrário do que eu imaginava, Justin não tinha pedido café da manhã no quarto. Qual era a graça de ficar em um hotel luxuoso então?

– Você atrasou meu dia inteiro. - Justin digitava alguma coisa em seu celular, estávamos dentro do elevador.

– Não me inclua no seus planos matinais então. - eu odiava quando Justin estava assim, a noite de ontem tinha sido tão boa por que ele tinha que estragar tudo?

– Não seja uma vadia mal agradecida. - falou enquanto digitava em seu celular, com quem ele estava conversando uma hora dessa?

Aquilo bastou para o último resquício de bom humor dentro de mim fosse embora.

– Eu não pedi por nada disso, você fez porque quis. - ele me fuzilou com o olhar - Não desconte seu mal humor em mim, desconte em quem tá conversando com você aí nesse celular.

Ele soltou uma risada nasalada e me olhou.

– Olha só, feche a porra da boca e só abra quando eu mandar. - e voltou seu olhar para a droga do telefone.

Eu nem me lembrava do por que estávamos brigando, só sabia que estava com muita raiva e com ciúmes.

– Você é ridículo. - falei com desprezo e ele olhou para cima como se pedisse ajuda aos céus.

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