Coração de Robô (Concluída)

Coração de robô

Música: Evanescence - My Immortal (Synthesis version)

"Eu sinto o calor
O sangue corre em minhas veias e por causa de você, meu coração pode novamente bater."

16.

Uma semana depois.

Estar de volta à mansão era como fazer uma viagem no tempo. As paredes, a mobília, tudo fazia Jimin lembrar da sua amada. No fim das contas ele sabia que ter saído dali foi a melhor escolha. Seria uma tortura viver em uma casa onde até os mínimos detalhes o recordaria da pessoa que o deu a vida.

── O que tanto pensa? ── Jeon questionou o amigo, que observava a casa empoeirada, onde a um tempo ninguém entrava.

── Essa casa me traz muitas lembranças.

── Eu sei que sim. ── Jeon suspirou e caminhou até Jimin. ── Vamos dar o nosso melhor para trazê-la de volta.

── Espero que seja o suficiente.

── Será. Agora me ajude a pegar as coisas no carro. ── Os dois foram até o carro preto parado em frente a casa e tiraram de lá duas caixas grandes, metálicas, trancadas com cadeados.

── O que é isso, Jeon?

── Eu tenho contatos, meu caro, e consegui algumas peças para o novo corpo da sua criadora.

── Você não disse que haveria a junção da parte humana com a robótica?

── Pare de ser ansioso, Jimin. ── O moreno revirou os olhos e arrastou as caixas junto a Jimin até o laboratório.

Assim que entraram no lugar, perceberam que aquela era a única parte da casa que continuava apresentável depois de passar tanto tempo inutilizada.

── Precisamos pegar o corpo dela.

── Posso fazer isso?

── Pode. Não demore. ── Jimin assentiu e se retirou.

Caminhou calmante até a câmara onde o corpo estava sendo mantido em uma temperatura abaixo de zero, e destravou a porta. A fumaça branca e gelada o atingiu em cheio, fazendo-o se arrepiar. Quando conseguiu visualizar o interior do lugar, encontrou o corpo da sua amada assim como eles deixaram, deitada sobre a maca, pálida, congelada.

Jimin correu até ela e suas mãos tocaram levemente a pele fria. ── Eu estou aqui, meu amor. ── Seus braços fortes seguraram-na e ele caminhou para fora da câmara, retornando ao laboratório, onde Jeon caminhava de um lado a outro feito um cientista maluco.

── Coloque ela sobre esta maca. ── Ele acenou o lugar e Jimin deitou a mulher que trazia consigo. ── Preciso que me dê seu sangue.

── Para que?

── Sem perguntas, Jimin, apenas me dê. ── Jimin ergueu o braço e Jeon se aproximou com uma seringa, que foi inserida no braço do Park e sugou uma boa quantidade do líquido de cor azulada.

── Não vai me contar o que fará?

── Sua criadora deixou duas bolsas com o sangue dela, descobri isso nas anotações que encontrei. Vou misturar o seu sangue ao dela e a mistura necessária para conservar as duas partes dela estará feita, depois só precisaremos fazer uma transfusão.