Arrepio

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“A sua beleza está nos pequenos detalhes.”  

~ 3 ~

Nossos olhares não conseguem quebrar o contato que se forma por um longo tempo, mas sinto necessidade de fazer isto devido ao meu coração, que acelera. – O que faz aqui? – questiono.

– Ouvi esta bela música e desejei vir até aqui para saber ser era mesmo você que a estava tocando. – Jimin se aproxima e se apoia no piano. – Onde a aprendeu?

– Minha mãe costumava cantar ela para mim e acabou que eu nunca me esqueci da melodia. Gostou? – ele assente. – Quer tentar tocar?

– Acha que consigo? – me coloco de pé e dou o lugar para que ele se sente.

– Sim. Sente-se aqui, Jimin. – ele me obedece e senta ao piano. Suas mãos delicadas dedilham algumas teclas e eu acabo sorrindo com seu jeito tão doce de fazer cada coisa. Eu não esperava que Jimin agisse assim, o criei de uma forma mais normal, mas a cada segundo parece que ele mesmo está desenvolvendo sua personalidade, que me agrada mais e mais. Ele é doce e expõe isso também na maneira de olhar. – Consegue reproduzir o que estava escutando ou quer tentar algo diferente? – meus olhos estão bem focados nele, que continua a passar os dedos pelas teclas como se estivesse fazendo um reconhecimento.

– Irei tentar algo novo. – Jimin começa a tocar, incerto se está fazendo corretamente, mas consegue se sair muito bem.

– Está vendo? Você consegue tocar muito bem. – ele sorri da forma mais bela que já vi alguém fazer, sorriso tão sincero que faz com que seus olhos se fechem em dois risquinhos adoráveis. – Pelo amor de Deus, não seja tão fofo assim, ou terei uma overdose de doçura. – brinco.

Me surpreendo comigo mesma, afinal, depois da morte dos meus pais eu não faço mais coisas assim, sempre me mantenho reclusa em meu mundinho patético e deprimente.

– Querida, sua refeição está servida.  – Sorah nos surpreende ao adentrar a sala e causa visivelmente incomodo em Jimin a maneira como ela olha de mim para ele como se estivéssemos fazendo algo muito ruim.

– Eu já estou indo. – ela assente e se retira. – Jimin, quer me acompanhar enquanto como alguma coisa?

– Não será melhor se eu ficar em meu quarto? Parece que esta senhora não gosta da minha presença. – ele se põe de pé e coloca as mãos nos bolsos da calça preta que está vestido.

– Querido, não importa a opinião de ninguém nesta casa, apenas a minha, ok? – Jimin assente e me aproximo dele. – Agora venha, pois estou faminta. – em um momento de desatenção, eu simplesmente seguro a mão dele e saímos assim do cômodo até chegarmos à mesa, que está posta apenas para mim.

– Nunca sentiu solidão em comer sozinha? – nos sentamos, eu na cabeceira e ele ao meu lado, e seguro o garfo de prata.

– Sim. Minha vida não foi assim sempre, você sabe, e levei muito tempo para me acostumar em estar sozinha. Sorah é uma ótima pessoa, é minha babá desde que me entendo por gente, mas mesmo assim me sinto sozinha em grande parte dos meus dias. – evito olhar para ele e apenas remexo a comida, que parece desinteressante e sem graça, não por estar ruim, mas por ter perdido o interesse aos meus olhos.

– Noona, você não está mais sozinha. Eu sei que sou apenas uma máquina, mas estou aqui e farei de tudo para tornar teus dias melhores. – sua mão captura a minha e busco seus lindos olhos azuis, que se prendem ao meu como se tal contato fosse uma necessidade. – Não quero te ver triste, noona.

– Jimin, por favor, não repita que você é apenas uma máquina, pois para mim você não é isso. – com toda a sinceridade que há em mim, vocifero e ele acaba corando.

Coração de Robô (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora