Segredos, Reflexo e Visão

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    "Ele estava preocupado, a noite era bela, o ar convidativo
e a sede aumentava. Se perguntou até quando conseguiria resistir."

Século XXI

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Século XXI

   Vlad tinha segredos. Segredos trancado no mais fundo de seu ser enegrecido, uma parte sua inutilizada que vagava por um lugar inerte e sem vida, algo empoeirado e sozinho, calado alí dentro, incompreendido e triste, sofrido, incompetente, um segredo que o corroeria enquanto sua existência maldita continuasse, mas por algum motivo idiota e inefável ele continuava lá, no vasto e relento mundo material, vivendo sua "vida" insípida e podre, sua alma estava impura há muito tempo, sabia muito bem qual seria seu destino, talvez por isso persistia em continuar se embriagando com a meretriz chamada de vida.

Por esse segredo maldito o nosferatu não dormiu o dia inteiro, agora já era noite, ele parecia ter trocado os papéis como um fuso horário imbecil, isso era cômico, mas não era isso que importava, ele não dormiria, não quando o destino arrazoador lhe fazia as honras de recordá-lo do passado. Talvez fossem os pensamentos o pertubando ou, talvez ele se pertubando com os próprios pensamentos, seja como for, não repousaria de toda e qualquer maneira, não quando os pensamentos se conturbavam em tudo que, se pudesse, esqueceria. Se pudesse.

   Vlad tinha segredos, trancados há muito tempo, encobertos pela petulância, sarcasmo, maldade humorística e sede de sangue. O lugar em que guardava esse segredo era tão protegido que, se houvesse uma chave, Vlad a engoliria por acreditar ser arriscado simplesmente jogá-la de uma janela ou lançá-la numa lareira. Segredos, pedaços seus que o torturavam imensamente e conflitavam ao serem chamados de preciosos. Seu preciosos segredos. Não deveria ser assim, pesava na sua alma carbonizada, machucava intensamente, mesmo se passado tanto tempo, era angustiante, uma dor imensurável, acumulada junto com uma culpa que cresce ainda mais do que uma dívida. Perdido nesses pensamentos, não conseguia repousar.

Certamente muitos poderão dizer "entendo", mas calem-se antes que assim o faça. Talvez aqueles que possuem sentimentos apáticos possam imaginar a densidade desta solidão, mas somente os que sentiram fielmente o que aquele "homem" sentiu, ganham o direito de dizer que compreendem sua dor.

 Talvez aqueles que possuem sentimentos apáticos possam imaginar a densidade desta solidão, mas somente os que sentiram fielmente o que aquele "homem" sentiu, ganham o direito de dizer que compreendem sua dor

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Segredos de Vlad(PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora