Embarcação na nave

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A senhora Albany começava a esboçar desespero e a irmã de Hoppins olhou para ele de relance, e no momento, o doutor soube o que ela pensava em fazer. Faltavam pouquíssimos passos para alcançarem a nave: a estrutura começava a dar indícios de partida.Eles tinham que adentrar na nave com urgência, pois não suportariam outra explosão solar prevista para ocorrer em menos de uma hora. Hoppins ajudou a velha Albany, que chorava compulsivamente pelo neto, a embarcar, quando ele se virou para buscar a mão da irmã, ela já não estava ali. O irmão olhou para todos os cantos e não a viu, quando estava prestes a desistir, viu um borrão ao longe. Era ela. O doutor se apressou em encontrá-la e ao ver que ela carregava o neto de Albany, lançou-lhe um olhar de alívio.

Ele teve pressa em pegar a criança dos braços da garota e os irmãos correram em direção à nave que já estava de partida. Hoppins alcançou a borda da grande rampa e lançou o garoto para dentro, ele também se jogou e esticou o braço para alcançar a irmã, suas mãos estavam a milímetros das dela quando a nave deu um solavanco lançando o irmão para longe da porta, foi então que a rampa começou a se fechar. Como última tentativa, ela pulou para alcançar a beirada da nave sem sucesso, levando de prêmio pelo pulo, uma pancada forte com a cabeça. A garota se levantou determinada, mas seu último pulo foi fatal, ela encostou-se nas turbinas quentes da nave e sentiu que o metal cortara seu pescoço, Hoppins, agora trancado na nave assistiu a sua irmã despencando. O corpo dela jazia no chão quente e encardido. Seu corpo fora privado da vida.

Flashback off

Senhor Kellin bateu na porta fazendo com que Hoppins saísse de seu transe, obrigando-o a desviar o olhar da foto da irmã e prestar a atenção no visitante. Kellin se desculpou por incomodar, mas não saiu sem antes informar o doutor sobre uma Conferência obrigatória que Hoppins fora convocado. O doutor resolveu deixar seu aposento e caminhar um pouco antes que a reunião tomasse seu tempo. 

Ele atravessava a Ala 2 por meio das esteiras centralizadas nos corredores. Os números dos assentamentos eram tantos e passavam tão depressa, devido à velocidade da esteira, que acabaram deixando o doutor atordoado. A Ala 1 pertencia à Islândia, a Ala 2 à Irlanda, e a Ala 3 ao Reino Unido, e assim sucessivamente. O método de organização na nave era tão eficaz que até o doutor não podia deixar de ficar perplexo. Cada Ala pertencia a um país europeu, e neste momento o Mestre Petterson da Ala 15 alcançou o Doutor Hoppins para cumprimentá-lo e aproveitou para trocar umas boas palavras com o doutor, já que de qualquer forma, os dois rumavam o mesmo destino.

Ambos apresentaram seus cartões ao lazer vermelho e adentraram quando a porta se abriu. Era uma enorme mesa metálica que pelos cálculos do mestre, poderia ter um raio de cinco metros. O Conselho Administrativo Espacial encontrava-se todo naquela sala extremamente sombria. Os conselheiros europeus apresentavam-se pessoalmente enquanto os representantes dos demais continentes eram projetados em formatos de hologramas.



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