Um problema americano

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Petterson encorajou o amigo a comparecer na reunião, e vendo-se encurralado, ele aceitou. Pegaram a esteira e passaram seus cartões no lazer. Sentaram-se e depois da introdução escutaram um relatório do conselheiro-chefe sobre um vazamento em um dos reservatórios de água. Toda a água da nave era usada, filtrada e distribuída novamente, havia um setor exclusivo ao tratamento de água e o uso dela era regulado. Banhos cronometrados, os chuveiros desligavam-se automaticamente após sete minutos. A ingestão era liberada, pois cada indivíduo precisa de quantidades diferentes de água.

Aquilo não podia ser possível na percepção do doutor. Primeiro as bombas e agora os reservatórios, era normal que a nave apresentasse alguns defeitos, mas ele começava a pensar no pior, o que veio depois quase o fez cair da cadeira, o diretor tomou a palavra e anunciou que os astronomos avistaram uma massa que caminhava na direção da nave americana. A notícia não foi bem aceita pelos conselheiros, tudo que Hoppins podia fazer era aquietar-se e evitar maior confusão.




Hoppins deitou-se em sua cama e, a fim de distrair seus pensamentos, ligou a tela negra depositada na parede. A energia era de origem solar, placas captavam os raios e os enviavam aos receptores que por sua vez transformavam esta energia em térmica que será transformada em elétrica apenas nos geradores elétricos.

O doutor mal ligara a televisão e seu dispositivo apitou indicando uma emergência, ao mesmo tempo em que a sirene do toque de recolher soou. Hoppins olhou novamente para a foto da irmã antes de sair a caminho do Posto Emergencial.

Era tarde quando o doutor tomou caminho de volta para o quarto, devido à hora, ele não pode usar a esteira, pois ela não funcionava depois do toque de recolher, significava que o doutor teria uma longa e cansativa jornada pela frente. Os corredores estavam escuros e ele era guiado por algumas poucas luzes de emergência.

Doutor havia andado por mais de uma hora e ainda não percorrera metade do trajeto. Hoppins escutou um barulho e ele estremeceu, achava que era o único acordado àquela hora. De uma só vez, olhou para a direção de onde o barulho teria vindo e forçando um poço sua visão viu a silhueta de uma moça de altura mediana e por uma fresta de luz, ele pôde ver negros cabelos. Hoppins começou a tremer, suar. Aquela moça o fazia lembrar-se dela. Ele começaria a ter aquelas lembranças de novo. Ele não suportaria outra vez.



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