Três

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- Não conte aos nossos pais que eu te disse isso, mas aconteceu algo - ele faz um gesto para que ela entre no quarto, lá dentro ele se conforta na cama como se mostrasse que é uma longa história. Já ela, se conforta na cadeira, de frente pra ele.

- Agora diga, o que aconteceu? - como tempo para pensar em suas palavras, ele respira fundo.

- Em seu 8° ano íamos mudar de cidade, por causa do que acontecia com você na escola. Já estávamos com tudo pronto. E pra falar a verdade, você não queria isso...

- Sério? Mas eu odiava aquela escola....!

- Aí que vem a complicação... 3 semanas antes, você havia arranjado um namorado.

- O-o que..?

- Sim, você já namorou e não queria ir embora já que não queria deixá-lo. Ele era até legal, mas sabíamos que não era uma boa idéia você namorar com ele.

- E por quê?

- É que ele era meio sádico...

- O-o-o que..?

- Sabe, sádico; gosta de ver os outros sofrerem, provavelmente deve ter se apaixonado por você quando a viu com a doença se espalhando pelo corpo, já que estava reclamando de dor. - ele para um tempo para pensar. - Mas... Por que quis saber disso agora?

- Por nada...

- Nada mesmo?

- Sim... - ela responde quase como uma tossida.

- Continuando... Como quaisquer pais sensatos, eles escolheram a mudança de cidade ao invés de seu namorado. Eu também, em partes...

- Tá, mas por que ainda estamos nessa cidade então?

- Quando estávamos indo no carro, um outro carro atravessou na nossa frente, provavelmente bêbado. Você estava sentada no meio, do meu lado e do lado de umas coisas. Você estava sem cinto porque tinha deixado o celular cair e foi pegar, foi daí que o papai bateu no carro dele, e você voou pra frente, batendo a cabeça no vidro e criando um corte. - ela passa a mão na cabeça e sente uma cicatriz.

- Sempre me perguntei daonde veio essa cicatriz...

- E como você sabe que nossos pais acreditam em "sinais". Eles acharam que esse acidente foi um sinal, e desistiram da mudança. Você perdeu parte da memória, mas os médicos disseram que se você se esforçasse pra lembrar, a memória voltava, porém como nossos pais não queriam que você continuasse namorando aquele garoto, nunca mais citaram ele pra você não se lembrar.

- Entendi... Além dele, tinha outra coisa que eu tinha esquecido?

- Você também tinha esquecido do bullyng que os garotos fizeram com você, mas um desses garotos se mudou para sua nova escola e você se lembrou pois ele te atormentou por um tempo.

- Me lembro dele... Aquele desgraçado..!

- Você só fala, mas se visse ele de novo você sairia correndo.

- É verdade... Mas você tem alguma coisa a adicionar nessa história?

- Nada relevante, mas seu ex-namorado tentou te procurar, e nós o impedímos e pedimos pra ele te esquecer, o que não funcionou, então reclamamos com a mãe dele. E agora a mãe dele nos odeia.

- Puxa... Vocês não pegaram muito pesado não?

- Admito que nunca gostei dele...

- Mas, vocês ele ainda tem nosso contato?

- Não, deve ter perdido, ele tentou nos contatar à alguns anos.

-Entendi... Obrigado por me falar. Que bom que existe alguém que é sincero comigo nessa casa.

- De nada.

- Mas porque eles esconderam isso de mim?

- Estavam com medo de você querer voltar com aquele garoto.

- Faz sentido...

- Mas, você não quer saber sobre seu ex? Tipo seu nome, idade ou algo do tipo?

- N-não to muito interessada...

- Sério..? Tudo bem então, boa noite.

- Boa noite.

- E de jeito NENHUM conte aos nossos pais que eu te disse isso!

- Sim! - ela estende o dedinho e eles selam a promessa.

Ela vai dormir, com os pensamentos em mente e lembranças à tona.

     Lembrança ON
    
' Senhorita Kim Chul Ye para a diretoria, repetindo, Kim Chul Ye, favor comparecer à diretoria'

  O que será que me acusaram dessa vez?

  Vou até a diretoria, com a cabeça baixa, evitando os olhares dos outros.

- Chul Ye, gostaria que me dissesse, por que esses fogos de artifício estavam em seu armário?

- Nunca vi isso em minha vida senhora...

- E como estava em seu armário? Isso não passa pela passagem de ar, e só você sabe a senha.

- E-eu juro que não fui eu...

- Acho que vou ter que chamar seus pais, pois não é a primeira vez que você dá problemas...

- Por favor não!! Eu juro que não fui eu!!

- E quem foi então? Algum suspeito?

- Provavelmente algum garoto...

- E por que acha que ser um garoto tem a ver com isso?

- .....

- Ok, então me fale o nome de qualquer suspeito e vamos ver o culpado, pois vai ganhar suspensão.

- .....

- Nenhum nome?

- .......

- Vou chamar seus pais e vamos discutir isso pois trazer esse tipo de coisa não é permitido!

- Não precisa chamá-los, eu aceito uma suspensão...- Não quero que meus pais venham na escola, se pelo menos eu pudesse falar para ela algo como: "posso chamar meu irmão?" Seria muito melhor.

Chegando em casa procurei qualquer coisa estragada na cozinha e comi, torcendo para ficar doente. Pedi a Namjoon pra me ajudar a fingir aos meus pais que não estou de suspensão. E a não ligar pra escola avisando que estou doente.

Sempre podia contar com ele pra tudo, as vezes ele até ia na escola, mesmo sabendo que não podia. Isso foi em meu 7° ano. Eu achava muito legal quando ele ia pra minha escola e espantava os meninos, já que ele era do 1° ano.

Porém no final de meu 8° ano, alguns meninos de 16 anos que ainda estavam no 9°, me levaram para um beco ao lado da escola e me espancaram, como vingança de quando alguns deles apanharam do Namjoon.

Isso foi o que aumentou meu trauma e provavelmente atiçou minha síndrome. Lembro-me claramente como aconteceu, quase de tudo.

- Isso é por aquele idiota do seu irmão ter deixado esse olho assim! - ele me deu um soco no maxilar.

- Isso é por você se achar apenas por ter ele para te proteger. - um outro garoto me dá uma joelhada na barriga, me fazendo cair no chão.

- E aí? - ele ri. - cadê seu irmãozinho agora ein garotinha?

Fico sem responder, falar algo pode apenas me trazer mais dor...

Eles continuam me batendo, me espancando sem piedade, até que alguém aparece.

- Ya! Parem com isso! - alguns deles fogem, enquanto outros tentam lutar mas fracassam.

    Lembranca OFF

Chu Ye lembra que foi salva por ele, mas não se lembra de seu rosto. A única parte da lembrança que não voltou. Ela acha que se o reencontrar não vai sentir medo dele, mas será mesmo?

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Oláár pessoinhas, há quanto tempo não é mesmo? Hihihihi, foi mal... Bom, por causa de uma pessoinha estou de volta, sei que a fanfic não é popular então vai ser só ela que vai ler mesmo :')

Aprendizado do Amor ♡ KTHOnde histórias criam vida. Descubra agora