Angústia, meu bem, vá embora

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Ah, angústia...

Já faz algum tempo que eu venho pensando sobre você.

Todas as nossas emoções tem um valor adaptativo, de sobrevivência, mas você não, angústia.

Eu não sei qual o sentido de te sentir.

Não te sentimos por medo de um perigo real, como a ansiedade, por exemplo.

E eu sei que filósofos como Sartre, Kierkgaard e Heidegger se debruçaram sobre você, mas até agora eu não me senti satisfeito com o que encontrei.

Quando você aparece, eu sinto como se houvesse um buraco negro bem no meio do meu peito, porque eu de fato sinto a minha energia, psíquica, física e espiritual, sendo sugada por ele.

E eu me sinto triste, desanimado, com algo parecido como um latejar no peito, com um certo desespero e com uma vontade imensa de chorar, embora eu não consiga.

O que mais me intriga é de onde você vem, porque você surge do nada... Eu nunca encontro nenhum motivo certo pra você.

Mas talvez eu apenas não esteja conseguindo te ver.

De qualquer modo, se você estiver lendo isso, me deixa em paz, eu fico tão bem quando você não está.

Diário de um Jovem Perdido (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora