Estamos bem

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Fazia tempo que eu não pegava um livro e, logo nas primeiras páginas, sentia que ele seria importante pra mim.

Quando isso acontece, eu tento aproveitar o livro o máximo que der.

Leio bem devagarinho, imaginando todas as cenas e todos os grandes pequenos detalhes, com medo de chegar ao final rápido demais.

Com esse, eu senti o quanto as minhas leituras ficaram, em grande parte, automáticas.

Ano passado eu li uns 20 livros, no máximo, e eu me senti bastante envergonhado porque foi o ano em que eu menos li.

Então prometi a mim mesmo que esse ano eu leria o máximo que desse.

Então comecei a fazer uma meta de 15 livros por mês, e até março eu consegui.

Aí a faculdade começou a apertar e eu percebi que não conseguiria dar conta, então baixei pra 10 livros por mês.

Agora, em Agosto, estou no meu 99° e 100° livro e me perguntando o que ficou em mim de todos eles.

É triste admitir, mas foram poucos os livros que realmente me marcaram.

Foram poucos os livros que me fizeram imergir em seu universo.

Foram poucos os livros que me deixaram acordado de madrugada pra terminá-los.

E eu poderia tê-los largado, sabe? Eu poderia ter ido ler algo realmente bom.

Mas eu percebi que isso é algo que eu faço muito, não só em relação a isso, mas em muitos outros aspectos da minha vida.

Eu sempre insisto muito.

Na esperança de que haja algo que valha a pena ali, algo que vá me recompensar, mesmo que claramente não tenha.

Diário de um Jovem Perdido (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora