Às vezes eu tenho algumas visões estranhas do meu futuro.
Com você.
Eu chego à noite, do trabalho, e você está no quintal, tocando ukulele e cantando.
Eu vou até você e te beijo.
Vamos ajeitar a mesa do jantar e, em seguida, eu vou tomar banho.
Depois de 20 minutos cantando, vendo vídeos idiotas e de você me gritando pra que eu tome banho logo porque você está com fome, eu finalmente saio do banheiro.
Sentamos à mesa. Eu te pergunto como foi o seu dia e você me conta cada detalhe, desde o momento em que você saiu de casa até o momento em que chegou.
Vou lavar a louça e você fica em pé, ao lado da mesa, esperando que eu as entregue pra que você possa secá-las.
Tudo isso ouvindo Vanguart e conversando sobre como a minha teoria estava certa: o Hélio e a Mallu tinham continuado juntos, como amantes. Inclusive, o filho era dele e não do Camelo, como todos pensavam.
Eu te beijo, ainda com o pano de prato nos ombros e fazemos sexo ali na cozinha mesmo.
Depois, vamos pra o quintal.
Conversamos sobre questões existenciais, deitados, enquanto eu procuro por constelações que não encontro.
Mas tudo bem, porque eu invento um bocado pra você.
Inclusive uma que dou o nome de A Assassina de Coelhos e outra que dou o nome de A Tartaruga Fugitiva.
Eu pego meu violão e toco a mais nova horrível música que eu fiz.
Você diz que amou e me enche de beijos.
Fazemos sexo novamente, mas dessa vez com a brisa do vento batendo em nossos corpos nus e com o céu estrelado sobre nossas cabeças.
Vamos tomar banho, o que resulta em, advinha, mais sexo, isso mesmo.
Você veste o seu pijama, eu, a minha cueca furada que você tanto me pede pra jogar, mas que eu não a jogo porque ela é incrivelmente confortável.
Escovamos os dentes, lado a lado na pia do banheiro.
Deitamos em nossa cama, que eu deixei milimetricamente perfeita, antes de sair de manhã; Você no lado direito e eu no lado esquerdo.
Pegamos os livros que estamos lendo, contamos coisas interessantes sobre eles um ao outro.
Apagamos as luzes dos abajures, porque sim, nós teremos abajures.
Você deita a cabeça no meu peito e eu te faço cafuné, até quem pegar no sono primeiro.
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Diário de um Jovem Perdido (Concluído)
PoesíaDiário de um Jovem Perdido traz relatos de experiências sobre relacionamentos amorosos que fracassaram antes mesmo de começarem, amizades que se desgastaram, saudades de pessoas que nem se lembram mais de mim e todo tipo de pensamento que me invade...