Naquela tarde de céu azul algumas nuvens se aproximando e eu de olho no relógio, incrível como aquele ponteiro demonstrava exatamente a minha inquietação de sentimentos, eu estava aguardando um sinal um gesto mas tudo que eu tinha naquele momento era o silêncio, não é nada fácil conviver com ele é como um pesadelo que você grita mas não sai a voz é como correr e não sair do lugar e era dessa maneira que estava me sentindo.
Carlos Dias é nome da doença rara em que fui diagnosticada há exatamente 3 anos, naquele dia eu não eu esperava nada além de um dia normal de aula e casa depois mas a vida adora me surpreender e ao chegar na faculdade um papel colorido chamou minha atenção no quadro de avisos, me aproximei e percebi que era uma vaga de atendente em uma lanchonete a dois quarteirões da universidade para trabalhar meio período, era o que eu precisava naquele momento um trabalho que não ocupasse meu tempo de estudo.
Chegando na lanchonete percebi que o folheto era mais atrativo que o local e pensei em mudar de ideia aquele lugar me deu sono, as paredes descascadas acho que a última pintura foi feita no século passado certamente Dom Pedro era o pintor, as cadeiras e mesas de madeira eram coloridas umas amarelas outras azuis já o balcão era grande de tijolos e cerâmicas antigas certamente pensei o trabalho aqui deve ser voluntário.
Enquanto eu analisava o ambiente escuto uma voz de fundo pedindo licença para entrar, até achei estranho ver alguém interessado naquele lugar e quando viro meu professor de ciências contábeis um senhor muito simpático que me fez entender aquelas fórmulas de outro mundo.
-O Anne como vai?
-Olá Professor Claudio, estou bem obrigada. Logo em seguida apareceu uma senhora que aparentava ter seus 49 anos cheia de alegria e vigor, o professor se afastou foi em direção do balcão e ela me perguntou em que poderia me ajudar, eu expliquei sobre o anuncio mas que não tinha certeza ainda se queria, antes de terminar de falar aquela senhora já me contou a história daquele lugar.
-Querida esse lugar pode não ser os mais bonitos e sofisticados que conheceu mas já vivenciou muitas histórias, amores e amizades começaram aqui, tem pessoas que tomam café há 15 anos nesse mesmo lugar, não estamos em condições de reformar agora pois sou mãe solteira e preciso pagar a faculdade do meu filho.
Naquele momento foi um choque pra mim, não esperava tanta hospitalidade naquele ambiente simples e pacato, fui tão bem tratada que aceitei o emprego o salário era baixo mas era o que eu precisava e de certa forma me comovi pela dona daquela lanchonete.
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O tempo
RomanceUma história em que o maior obstáculo é esperar o tempo certo. Anne uma jovem que está em seu segundo ano de faculdade numa vida sem grandes perspectivas e marcada por traumas, tudo muda ao iniciar um emprego em uma simples lanchonete, lá todo o s...