O tempo

Conhecendo o passado de Pety

Sra Petersson  não conseguiu segurar a emoção e chorou, parecia bem machucada diante dessa situação as palavras da carta ela havia decorado pela quantidade de vezes que já leu.
   -Afonso  após ler esta carta ele ficou revoltado, não aceitava ter sido criado por mim, e ser órfão de mãe e pai, ele sempre foi um menino amoroso  mas depois disso se afastou de mim, terminou o ensino médio e foi seguir seus sonhos, ser arqueólogo já viajou por  muitos lugares lindos e vem me visitar 1 vez no ano, as vezes na pascoa outras vezes no meu aniversário. Sra Petersson falava aquelas palavras em meio as lágrimas, dava pra sentir o quanto ela sofria com isso.
Automaticamente nasceu em mim um ódio por esse moleque, porque era isso que ele era  um completo idiota, rejeitar quem deu a vida por ele. De repente abrem a porta, e avistamos o médico um senhor de barbas e bigodes brancos, aparentava uns 60 anos, e parecia viver dormindo com os olhos minúsculos.
-Sra  Petersson que susto nos deu, os resultados dos exames saíram e a senhora teve um começo de infarto, precisa ficar internada por 5 dias para tratarmos e prevenir possíveis complicações no caso. Assim que ele terminou de falar entrou uma enfermeira com medicação, e o Doutor Stain me chamou para fora da sala.
-  A sra é filha dela? O quadro não é grave mas  delicado.
-Não, não sou
-Preciso de algum familiar, pois as informações são sigilosas, tem o telefone de alguém?
-Não, mas posso conseguir .Naquele momento eu não tinha ideia do que estava acontecendo, só que precisava ligar para alguém próximo, já estava anoitecendo e eu precisava ir pra casa no dia seguinte era seminário de contábeis. Entro no quarto e ela esta dormindo a enfermeira me disse que nesses dias ela precisará ficar dopada na maior parte do tempo, pois o coração está fraco, fiquei desesperada e resolvi ligar pra mamãe ela sempre me ajudava diante de situações difíceis.
Mamãe me aconselhou procurar algum telefone na casa da Sra Petersson , os telefones que haviam em sua ficha no hospital só chamou e o outro caixa postal. Chegando na casa dela entrei e me surpreendi, aqueles moveis limpos e organizados ,havia flores e fotos por toda casa, era impressionante como uma mobília tão antiga naquele lugar se tornava linda e impecável. Dentre as fotos havia alguns diplomas dela e de Afonso, fotos deles em todos os tipos de esportes achei um máximo mas as fotos eram antigas, o garoto deveria ter uns 10 anos eles eram bem apegados, parecia um mundo perfeito aquelas fotos em harmonia com aquela casa e eu uma desbravadora a procura de um contato misterioso.
Olhei na sala, na cozinha e na lanchonete e não achei  fiquei preocupada pois eu era a única pessoa que poderia ajuda-la naquele momento mas resolvi sentar um pouco aquele dia estava mais que anormal para mim, de repente me lembro que não fui nos quartos mas achei ser invasão de privacidade porém ela precisava desse contato nesses momentos devemos estar com nossos familiares. Subi as escadas e entrei na primeira porta, um quarto bege com uma cama de ferro azul e uma parede com inúmeros livros  e coleções de esqueletos e ossos, um ambiente que mais parecia um museu, na cômoda de roupas tinha algumas fotos e um caderno, nas fotos um adolescente com espinhas e aparelho cabelo lambido de lado, bem esses  tipinhos de garoto nojento.
Resolvi abri o caderno e lá estava algumas anotações  e comecei a ler, eram registros soltos de dias e momentos importantes achei incrível que todos envolviam a Sra Petersson, os elogios as memórias e a maneira de tratar, o cuidado e o amor era admirável o último registro foi quando ele descobriu que ele não ele era órfão: 
12 de Março
Considero como o dia mais difícil, o dia em que descobri que sou um ninguém a minha vida inteira fui criado por uma mulher fantástica e hoje descubro que sou filho de um fracasso, uma mulher que se deu por vencida por algo que poderia ser tratado, covarde e pior de tudo é que só agora vim descobri isso, confesso que  por mim morreria sendo enganado pois essa verdade só me causou tristezas ,hoje é meu ultimo dia nessa casa não vou suportar olhar pra ela ,mesmo sabendo que ela não tem culpa mas quero ficar distante deixar ela ter vida, pois sempre ralou pra cuidar de alguém que não é dela. Me mudo para faculdade de arqueologia e lá construo uma vida, porque só tenho certeza do meu presente, mesmo amando Pety.
A letra era meia  esquisita mas transmitiu uma dor que eu pude sentir de repente o sentimento de ódio se transforma em dó, quando ia fechando a folha percebi uma orelha no caderno e meu toc gritava ao ver essas coisas ao desdobrar percebo que tem algo escrito: 
Av: Coronel Firmino N°93 Ap 34
Então entendi que ali era o endereço de onde ele estava caso Pet quisesse o ver, anotei imediatamente e guardei no bolso.