▫Capítulo 12▫

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[Não revisado]
Qualquer erro, por favor me pergunte ou corrija
Estou com preguiça de revisar as onze da noite

— E ai, já terminou? - Kai perguntou pela milésima vez naquela tarde insuportável.

— Eu disse que terminei? - Reviro meus olhos por puro impulso enquanto o ouço bufar. Merdinha impaciente.

     Não era a primeira vez que ele me fazia aquela mesma pergunta e pelo jeito estava longe de ser a última, eu já estava quase acabando e talvez já até teria terminado meu trabalho se o mesmo não me interrompesse toda hora. A cada cinco minutos ele me perguntava se eu já tinha terminado ou tentava levantar da cadeira para ver meu progresso com o desenho, oque sempre resultava em um grito meu dizendo "não acabei, porra" e ele bufando de novo e de novo.

     Eu só queria que ele sentasse a bunda quadrada dele naquela cadeira e ficasse quieto de uma vez.

     Teve um momento em que eu apaguei o rascunho a lápis umas dez vezes na parte de seu rosto, isso por que eu o pedi que me olhasse para eu ver a expressão que iria desenhar e seu olhar não poderia ser mais intimidador. Seus olhos castanhos pareciam que iriam me engolir, tão profundos, fora seus olhar levemente provocante, nada exagerado mas ainda sim... Um pouco sexy. Eu fiquei bem nervoso com aquele olhar me encarando como se me despisse de minhas roupas - que consistiam em uma camisa branca, uma calça jeans preta só um pouco colada, meus tênis e um simples colar com um pingente redondo que sempre uso.

— Já estou quase acabando, seja paciente - disse após ouvir um bufar do outro.

— E eu já estou quase morrendo de tédio - disse ele.

— Uma pena que tédio não mata de verdade - pensei, porém oque o disse foi: — A ideia foi sua, seja homem e aguente.

— Claro que eu aguento! Eu sou macho! Tá duvidando da minha resistência?- Falou irritado e claramente com seu orgulho masculino ferido. Esses machos de masculinidade frágil, aff. A gente não pode dizer nada que eles já se ofendem. "Ain, eu sou macho", "ain, eu faço flexões", "ain, meu braço malhado", "põe a tua mãe de quatro pra ver se eu não sou homem!"

     Não tenho paciência para isso.

— Muito bem, continue assim, macho man.

     Continuei meu serviço, agora tranquilamente, enquanto tinha que lidar com o olhar - já descrito - de Kai sobre mim. Comecei a pintar os detalhes de seu rosto, tomando o maior cuidado do mundo para não errar, tinta é tinta e esse material é perigoso de se mexer já que um erro pode ser bem difícil de concertar e além disso se ele visse um errinho sequer já começaria o show: "Aaa, faz outro!"

     Já disse que não tenho paciência para isso? Acho que já.

     Por um momento me imaginei namorando com alguém como ele, deve ser terrível, o cara não é menos que super insuportável. Imagine só você ter que lidar com alguém tão irritante, impulsivo, chato, e que só tem de - levemente - agradável a sua aparência externa. Eu não aguentaria nem um mísero mês de namoro e já terminaria, deve ser tão parecido com aqueles programas de teste social, onde nesse, eu testaria minha paciência e meu controle para não cometer homicídio. Seria muito intenso e difícil para eu aguentar.

— Por que parece tão distraído? Se errar meu desenho eu quero que faça outro - cagou pela boca inundando meus ouvidos com merda porém surpreendentemente me tirando de meus pensamentos ridículos. Até na minha mente esse cão me segue... EU NÃO TE CONVIDEI PARA CÁ! SAI!

— Não estou distraído, bebê - ironizei. — E parece que eu finalmente acabei isso daqui - me levantei devagar para não me quebrar em mil pedaços, meus ossos doíam e eu me encontro tentando alonga - los agora. Aos poucos eu posso voltar a caminhar como já caminhei um dia. Drama.

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2018 ⏰

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