Indo Para Outros Caminhos

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Notas da autora: não sei se é o melhor título, mas foi o único em que consegui pensar.

Point Of View Bradley Martin

Depois de tudo, Gus finalmente tinha conseguido dormir, fiquei o tempo todo deitada ao seu lado até ele adormecer.

Me levantei e saí do seu quarto indo até a dispensa, peguei uma vassoura e uma pá, comecei a varrer os cacos de vidros do chão da sala e arrumei todo o resto.

Já era mais de 10 da noite, sentei no sofá e comecei a pensar em tudo que estava acontecendo e sem que eu pudesse controlar deixei escapar algumas lágrimas pelo o meu rosto, meus pensamentos iam desde estar fazendo a coisa certa ou se eu iria ter forças suficientes para passar por tudo isso com o Gus.

Resolvi enxugar minhas lágrimas, e meu celular começou a tocar o olhei e vi que era a minha mãe, pensei em não atender mas já era a terceira vez que ela me ligava e se eu não atendesse ela começaria a ficar preocupada.

- Oi mãe. - respondi tentando disfarçar minha voz de choro.

- Oi querida, tudo bem? Estava chorando?

Droga, ela me conhecia muito bem, também eu era sua única filha, isso me permitia ter a atenção dela praticamente toda pra mim.

- Não, mãe está tudo bem.

- Não é o que parece, me diz o que aconteceu Brad. - ela disse insistindo.

- Você se lembra que eu falei que estava saindo com alguém?- perguntei e ela concordou.

- Pelo que eu me lembro você tinha me dito que o nome dele é Gustav, certo? O que ele fez?

- É ele mesmo mãe, ele não fez nada pelo menos não pra mim quer dizer não diretamente.

- Como assim? Não entendi, me explica direito.

- Ok, resumindo nós começamos a namorar e tudo estava indo bem, mas o Gus tem crises de ansiedade e ele tem depressão, não que eu não soubesse disso quando a gente se conheceu. - respirei fundo fazendo uma pausa e voltei a falar. - Mas, ele usava algumas drogas e tomava alguns remédios pra tentar controlar tudo isso.

Comecei a contar tudo para ela, pensando no que ela poderia dizer para me aconselhar, minha mãe sempre foi uma pessoa que sempre esteve disposta a ajudar os outros, eu nasci e cresci em Denver e só saí quando precisei vir para Los Angeles cursar moda. Parte da minha infância foi bem simples e tranqüila, tirando o fato de que meus pais se divorciaram quando eu tinha dez anos, não foi nenhuma experiência traumática, mas eu sentia falta de ter os dois juntos.

Porém, depois de alguns anos eu acabei me acostumando, os meus pais se dão bem e os dois tem uma relação amigável. Os dois sempre me ensinaram e ser forte e ajudar os outros, acho que parte disso não me deixa desistir do Gus e claro o mais importante é que eu o amo.

- Mãe o que a gente faz quando ama alguém e tem medo de que constantemente possa vir a perder esta pessoa?- falei enquanto as benditas lágrimas voltavam a cair.

- Minha querida filha, como eu queria estar aí para poder te abraçar, eu não sei bem o que te dizer, ele te ama certo?

- Sim, ama disso eu tenho certeza.

- Então faça o que o seu coração mandar, se você acredita que ele está tentando o bastante pra sair de tudo isso e que você é forte o suficiente para passar por todas essas situações então não desista dele.

- Ele está tentando mãe, como nunca tentou antes, você tem razão eu não vou desistir dele a não ser que ele me peça pra fazer isso. - como fez outra vez, minha consciência me alertava, mas resolvi ignorar.

- E querida você não acha que a mãe dele poderia te ajudar com isso, quer dizer você não precisa passar por tudo sozinha e acho que ela deve se preocupar com ele. - minha mãe diz e eu começo a pensar na idéia de falar com a Liza, eu não sei nada sobre ela.

- Eu não sei mãe, o Gus sempre falou muito bem dela, mas eu não a conheço não sei se vai ser uma boa idéia.

- Talvez seja, pense nisso ok?

- Ok, eu vou pensar, obrigada mãe por tudo.

- Eu vou estar aqui sempre que você precisar, eu te amo Brad e se cuida.

- Também te amo mãe. - respondo e ela se despede finalizando a ligação.

Fiquei pensando sobre a conversa que tive com a minha mãe e resolvi ir até o quarto do Gus, ele ainda estava dormindo, peguei o seu celular e levei ele até o seu dedo para poder desbloquear, comecei a procurar na lista de contatos o telefone da mãe dele.

Pode ser loucura querer fazer isso mas, eu acho que não vou conseguir sozinha e preciso que ela me ajude a fazer com o que o Gus passe por isso da maneira mais passiva que possa ter.

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