Depois De Todo Esse Tempo

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Point Of View Bradley Martin

No outro dia marquei de me encontrar com a Liza aqui em casa, ela ficou de passar aqui no final da tarde, passei meu endereço por mensagem e combinamos tudo. Terminei de dar uma geral no apartamento e logo depois fui tomar um banho.

Estava terminado de me arrumar quando a campainha tocou, assim que abri a porta Liza estava com um leve sorriso no rosto, a convidei pra entrar e a cumprimentei com um abraço.

Resolvi fazer um chá enquanto conversávamos sobre alguns assuntos na cozinha.

- Esse apartamento é bem bonito. – Liza disse olhando ao redor.

- Obrigada, eu divido ele com uma amiga, fica mais fácil de pegar as contas. – respondi e coloquei as duas canecas de chá sobre a mesa.

- Sabe, quando eu falei para o Gus que vinha aqui te visitar ele ficou bem contente, ele gosta mesmo de você. – ela disse e bebeu um pouco do chá.

- Eu também gosto dele, na verdade eu o amo, mas... – suspirei e disse. - Às vezes eu só queria que tudo fosse mais fácil.

- Eu te entendo, tudo o que eu posso dizer é que eu vou ser sempre muito grata por você estar com ele Bradley.

- Não precisa me agradecer, você acha que ele melhorou depois que a gente começou a namorar? Estou perguntando isso porque o Gus nunca me contou muito sobre sua infância ou sobre como ele era antes de me conhecer, tudo que ele me disse foi que teve uma infância difícil e que isso mexe com ele todos os dias.

- Ele sempre foi uma criança diferente e a maioria das pessoas não aceitavam isso, então ele teve bastante problema em fazer amigos, quer dizer ele não tinha muitos amigos, mas tem amigos verdadeiros que fazem parte da vida dele até hoje. – Liza bebeu mais um gole do chá e disse: - Quando me separei do pai dele foi uma fase difícil para todos nós, o pai dele nunca quis nenhum tipo de contato, então o Gus sofreu muito com a ausência do pai, a maior parte de sua adolescência era com ele sozinho em seu quarto, tudo mudou quando ele começou a escrever músicas, de certa forma ele se encontrou.

- Ele realmente leva jeito. – falo.

- E aí veio o envolvimento com as drogas, ele nunca perdeu o controle, mas o que eu quero dizer é que isso se intensificou quando ele mudou pra cá e teve algumas overdoses. – ela disse e percebi que seus olhos encheram de lágrimas.

- Liza, não precisamos falar disso se você não quiser, sei o quanto isso deve ter sido difícil, foi pra mim quando isso aconteceu. – respondi.

- Está tudo bem Bradley, eu nunca conversei muito sobre isso com alguém é bom poder falar com você. Enfim eu tentei fazer com ele procurasse alguma ajuda médica, porém ele nunca quis e ai você apareceu e ele me disse que queria fazer a coisa certa dessa vez.

- Eu também tentei falar com ele sobre a possibilidade de ele ir em um psicólogo, mas ele recusou, eu não entendo ele me diz que quer mudar e eu acredito nele, porém eu não sei se ele consegue sozinho, entende?

- Entendo, acho que podemos tentar conversar com ele outra vez, se não fosse o casamento do pai dele isso seria muito mais fácil. – ela disse e eu fiquei confusa.

- Casamento? Como assim não entendi.

- É isso mesmo, meu ex-marido cretino resolveu assim de uma hora pra outra que quer se aproximar do Gus e quer convidar ele pra ir ao seu casamento. – ela respondeu.

- Puta que pariu, me desculpe eu não quis dizer isso. – falei e ela riu.

- Tudo bem Bradley eu tive a mesma reação quando ele me ligou e o cretino ainda me disse que se eu não conversar com o Gus sobre isso ele mesmo iria vir aqui, imagina como isso ia ser? – ela diz e eu concordo balançando a cabeça.

- Iria ser um desastre. - respondo e penso na possibilidade do Gus vendo o pai dele depois de anos.

- Pois é, então eu pedi pra ele um tempo e que eu mesma iria falar com o Gus, agora me diz Bradley como eu vou fazer isso?

- Liza eu não sei nem o que te dizer, quanto tempo você vai ficar aqui? - pergunto.

- No máximo umas duas semanas.

- E quando é o casamento?

- Daqui um mês e meio. - ela responde e termina de beber o seu chá.

- É pouquíssimo tempo. - falo sem saber bem o que dizer.

- É sim, olha, por um lado eu penso que o Gus não vai querer falar com John, o que me preocupa é saber em como ele vai ficar quando souber que o pai dele quer voltar a se aproximar.

- Isso eu concordo com você, mas se você quiser eu posso estar presente quando você for conversar com o Gus. - falo e pego as duas canecas vazias e coloco dentro da pia.

- Isso iria ajudar muito Bradley. - ela responde e sorri.

- Acho não dá pra escolher o momento certo, porém deveríamos conversar o quanto antes com ele. - falo.

- Sim, por mim tudo bem.

- Liza, eu sei que nos conhecemos à pouco tempo, mas eu fico feliz em saber que você está aqui me traz uma certa segurança. - respondo e ela segura minha mão concordando comigo.

- Bradley, eu já considero você como se fosse da minha familia. - ela diz.

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