Era 00:00 e o Major Otávio comandava a patrulha de ronda. Em pleno ano de 1970 , no regime militar, também chamado de ditadura, o Brasil vivia quase em caos, a toda hora pessoas eram jogadas dentro de caminhões nas manifestações e sofriam dolorosos castigos na sala de tortura.Não haviam muitas pessoas na rua a esta hora, visto que já se passara o tempo do toque de recolher. Mas mesmo assim o Major julgava melhor terminar a ronda antes dele mesmo e de seus soldados voltarem pro quartel.
Enquanto Otávio olhava pelas ruas, uma figura estranha é vista atrás de um poste numa rua escura, o Major para o camburão, vendo a figura correr silenciosamente para dentro do beco, ao descer do veículo, ele entra no beco e vê um rapaz com um cigarro nas mãos, tal que cai no chão, devido ao susto que o rapaz tomou ao ver o militar.
— O que está fazendo ? — Ele gritou, se aproximando rapidamente, o rapaz tentou sair correndo, mas foram alguns passos para o Major alcançá-lo e o colocar contra a parede. — Moleque imbecil, não sabe que o toque de recolher já passou.
O rapaz tremia de medo, o mesmo era Luccino Pricelli, havia tido um dia péssimo no trabalho e só conseguiu fugir para fumar um pouco e ficar sozinho, sem imaginar que poderia ser pego. Mas como sempre ele estava errado. O Major segurava o braço do rapaz curvado na costas, ameaçando quebrar, e a outra mão pressionava o pescoço dele, prensado na parede, o rosto colado no concreto frio, o rapaz respirava rapidamente.
— Por favor, me deixe ir. Eu me distraí e perdi o horário. — As vezes Luccino esquecia que era um péssimo mentiroso, e isso lhe causou problemas mais cedo. — Por favor não faça nada comigo.
— Não sabe que é feio mentir, rapaz ? — Disse o Major, puxando pra trás e novamente o prensando na parede, fazendo ele soltar um gemido de dor. — Eu deveria te levar pra prisão.
— Por favor, não! Eu preciso trabalhar amanhã e meu pai vai me matar se tiver de pagar uma fiança. — Luccino podia ver o rosto de seu pai espumando de raiva, pronto pra dar uma surra nele. — Faça o que quiser comigo mas não me prenda. Eu faço o que o senhor quiser, mas me deixe ir. — Luccino suplicava, e aquilo pareceu interessante ao Major.
Rapidamente, o Major olhou o corpo do rapaz, que manteu os olhos fechados com força, sem saber que era observado. Otávio virou Luccino, ainda de olhos fechados, para ele e reconheceu seu rosto. Havia visto o rapaz mais cedo, quando ele e o Capitão Randolfo tinham ido comer num restaurante de aspecto italiano.
O mesmo ficava calado e olhava pro chão enquanto um homem mais velho, talvez o pai, gritava com ele em outro idioma, tudo era visto através de uma porta com janela. O rapaz subitamente saiu do lugar onde estavam, deixando-se ouvir apenas algumas palavras do senhor.
— Você não vai virar uma bicha, ouviu ? Trate de nunca mais falar com aquele garoto! — Esbravejou o homem por fim.
Luccino apenas foi para o caixa, sussurrou algo com uma garota e voltou a atender os clientes, incluindo o Major e o Capitão. Otávio não tirava os olhos do rapaz, admirando aquele corpo musculoso que o mesmo possuía.
Sorrindo de modo malicioso, ele apertou o quadril de Luccino com umas das mãos, ao mesmo tempo se aproximou do rapaz e respirou em seu pescoço, sentindo o cheiro de cigarro misturado a massa de pão. Luccino não ousou abrir os olhos, com medo do que lhe aconteceria, até ouvir a voz firme do major sussurrar em seu ouvido.
— Você tem um corpo bonito, sabia ? — Ele abriu os olhos e virou o rosto lentamente para o Major, que se afastava de seu pescoço e lhe encarava com um sorriso malicioso.
— O quê ? — Luccino tinha os olhos levemente arregalados.
— Qual o seu nome ? — Disse o Major, mirando os lábios de Luccino.
— Luccino. Luccino Pricelli.
— Eu tenho uma proposta pra você. — O Major tirou de uns dos bolsos um pequeno bolo de dinheiro e o colocou a frente de Luccino. — Posso de dar isso e deixar você ir sem nenhum hematoma.
— E o que você quer em troca ? — Luccino disse, sem gaguejar, mas ainda com medo.
— O seu corpo, por uma noite. — Luccino olhou do dinheiro para o Major. — Vamos lá, não é uma decisão difícil, o que você tem a perder ?
Luccino suspirou. Tinha de escolher, uma noite na prisão e seu pai irado com ele, gastando uma fortuna que ele não tinha pra tirá-lo de lá ou uma noite com o major por dinheiro em troca ?
Certo, ele não era burro. Sabia bem o que seria mais fácil. Ainda com medo, ele assentiu para o Major.
— Eu aceito sua...proposta. — Ele disse ainda relutante do que iria fazer. O Major Otávio sorriu, vitorioso.
— Vamos, venha comigo. — Ele levou Luccino pelo braço.
Os dois entraram no camburão, Otávio começou a dirigir pela rua escura,a viagem fora silenciosa,Luccino esfregava os dedos e olhava para os pés, enquanto Otávio acabou por parar num motel não muito chamativo, e desceu com ele.
— Ninguém vai desconfiar ? Digo...nós dois...aqui... — Luccino tentou ao máximo não soar insolente.
— Fique tranquilo. A dona é minha simpatizante, me deve muitos favores. Venha. — Otávio desceu do carro, e abriu a porta para Luccino , que desceu e andou atrás dele.
Enquanto Otávio pedia um quarto, ele tentou se distrair olhando ao redor do lugar, mas por todo ele haviam moças de roupas promíscuas olhando para o corpo dele, algumas davam risadinhas e sussurravam para outras, então ele decidiu olhar pro chão enquanto o Major não lhe chamava. Otávio chamou pelo rapaz e os dois subiram pelas escadas até um quarto. O cômodo era bem arrumado, a iluminação tinha qualidade e parecia aconchegante.
Otávio olhou pra ele e o mandou tirar a camisa que usava e sentar na cama, Luccino respirou fundo e obedeceu, ao sentar na cama o Major foi até ele e o cercou com os braços. O medo era visível em seu rosto, Otávio deu uma pequena risada ao notar o nervosismo do rapaz.
— Por que está desse jeito ? Vai me dizer que essa é a sua primeira vez... — Ele sorriu.
— N-não, claro que não. Eu já fiz isso antes... — Ele expirou novamente. — É só... — O Major olhou em seus olhos, e Luccino decidiu não falar nada. — Esqueça, não é nada.
O Major sorriu e sussurrou um "Como quiser" , antes de se aproximar do pescoço de Luccino e sentir o perfume dele novamente. Otávio aproximou-se ainda mais e colou os lábios direto na clavícula de Luccino, chupando com desejo aquela região, e repetindo o ato em outros locais abaixo do queixo e acima dos ombros de Luccino, que fechou os olhos e deixou a boca entreaberta, sufocando alguns gemidos, deixando que apenas alguns suspiros escapassem.
Otávio adorou aquilo, o gosto de Luccino era doce como mel, ao terminar de deixar uma marca perto da clavícula, ele se aproximou da boca de Luccino e o beijou, sentindo o mesmo gosto ali, dessa vez com traços de nicotina. Os lábios deslizavam suaves um pelo outro, Luccino passava a língua pelos lábios do Major,que as vezes mordia seu lábio inferior.
— Você é lindo, sabia ? Tem um gosto doce. Muito bom. — Disse o Major. E então Luccino sorriu, não um sorriso de vitória ou de orgulho. Um sorriso de agradecimento. A dura realidade que vivia, as poucas pessoas com quem tinha se envolvido, nenhuma delas disseram algo tão verdadeiro pra ele. O major lhe tratava bem sem nem mesmo o conhecer. Aquilo agradou Luccino, e o fez pensar que talvez a noite fosse prazerosa pra ele também.
Luccino se deitou na cama, puxando Otávio pra si, se entregando ao militar, sempre com as palavras dele em mente. Tudo acontecendo do modo mais natural, envolvendo desejo, entrega e muito prazer da parte dos dois.
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Olá fanfic nova
Devo avisar que essa aqui vai demorar a ser atualizada pois tenho muita coisa pra escrever e não tenho tempo de colocá-la no cronograma de fanfics então ela nao tem data de continuação.E lembrem dos avisos colocados na sipnose
E sim, Luccino ta praticamente se prostituindo mas ok skskskksksksksksks me perdoem plz
A ideia surgiu do nada e devido ao apoio da crischriscriss eu resolvi postar
Só isso mesmo bjs bjs
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Meu Maior Desejo
FanfictionTudo começou quando Luccino saiu escondido para desanuviar a cabeça de um dia trabalhoso no emprego, e dera o azar, ou não, do Major Otávio estar fazendo ronda pela área. O ano é 1970. O Brasil vive o regime militar, a famosa ditadura. A vida é dur...