Capítulo VII - Más Notícias

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POV. Theo Campos Salles ~

Assim que cheguei em casa, cansado e com uma enxaqueca que fez meu tímpanos latejar, fui direto para o banheiro.
Tomei um banho frio e longo, bem longo e lavei o cabelo. Ao som de Feeling Fade - Gnash ft. RKCB. Assim que saí do banheiro, fui ao closet. Peguei uma samba canção preta com arabescos prateados e uma regata branca. Calço meu crocs preto e vou para a cozinha. Vi Jorge arrumando algumas coisas.

- Boa noite, Theo. - Falou virado para mim.

- Boa noite, Jorge! Como está?

- Bem. É... Theo? - Já até sabia que ele iria me pedir algo.

- Pode pedir, Jorge. - Falei.

- Você já me conhece... - Falou rindo e retribui a risada.

- Mas é claro, trabalha com minha família desde que eu tinha 10 anos. E agradeço por ter vindo trabalhar aqui em casa ao invés de ficar lá. - Falei.

- Eu sempre fui mais próximo de você, Theo. Sempre foi o único humilde naquela casa, seus pais são prepotentes e metidos, e os gêmeos ficaram igual à eles quando você foi para a universidade. - Falou e logo pensou no que disse. - Desculpe...

- Que nada! Você sabe que penso igual a você. Aquele ambiente é extremamente tóxico. Não sei como conseguiu trabalhar lá por tantos anos. Eu não consegui morar lá por tantos anos. - Falei e logo suspirei.

- Isso é verdade. Mas seus pais sempre pagaram bem, e eu tenho família. Logo suportava a prepotência deles. Mas quando me chamou para trabalhar aqui, não pensei duas vezes. Além de pagar bem, é um ótimo patrão, e sempre me tratou tão bem. É mais do que eu poderia pedir. - Desabafou.

- Não sabe como fico feliz ouvindo isso de você. Você sempre ajudou a sobreviver naquele lugar. Assim que me mudei para cá, você foi a quem recorri, pois queria retribuir todo o carinho que me deu quando eu era criança, com um emprego bem mais agradável. Onde você tenha uma voz. - Falei.

- E lhe agradeço intensamente por isso, Theo! - Falou com um sorriso terno, que retribui.

- Ah... como o Gui está? - Perguntei me referindo à Guilherme, seu filho de 10 anos.

- Está com saudade de você. Desde que você o ensinou a jogar futebol quando ele veio aqui, ele entrou para o time no colégio. - Falou orgulhoso e agradecido.

- Isso alegrou minha noite, traga ele aqui outro dia. Quero ensinar ele à tocar piano. - Falei meio sonhador. - Sempre amei piano, assim como futebol. E fiquei de ensinar à ele, pois ele adorou me ver tocar.

- Ele vai amar! - Falou.

- Vou até comprar um de natal para ele! - Falei.

- Não precisa, Theo. Isso é muito caro... - Falou ainda surpreso.

- Pare com isso, Jorge. Sabe que não é um problema para mim. Quero apenas ajudar o Gui a aprimorar suas habilidades. Ajuda muito no currículo, e à entrar em uma boa universidade. Além do mais, vai ser meu presente para ele. Assim como a bola de futebol assinada pelo Pelé. - Falei.

- Não sei como lhe agradecer por tudo isso, Theo. Tudo o que faz por mim. Por meu filho... - Falou intensamente agradecido.

- Não precisa agradecer. Eu só gosto de ver as pessoas com que me importo felizes. E você e Guilherme fazer parte da pequena lista! - Falei, e ele me abraçou. Um abraço terno, ao qual retribui.

- Você será um ótimo pai, Theo. Será o pai que você não teve. Pois você sabe o quanto uma criança precisa da atenção de um pai. E o quanto machuca não ter um pai presente. - Falou.

Coração MachucadoOnde histórias criam vida. Descubra agora