Nos fins de semana seguintes, não tardou para que o novo amigo me apresentasse ao mar como ele o conhecia, tal como foi em uma ensolarada tarde de sábado.
Meus pés tocaram o mar gelado. Kaldur'Ahm estava logo à minha frente, entrando em seu território imenso e azul.
Não demorou para que meus pés não atingissem mais a areia, por mais que os esticasse como uma bailarina. Eu girava e girava as pernas, mas já não havia chão para ser tocado.
Sentia o vestido de renda branca com flores bordadas que pouco passava dos joelhos se enroscar em meus pés toda vez que dobrava os joelhos.
Ergui a cabeça para o imenso céu azul, procurando inflar os pulmões, enquanto instintivamente abri os braços, procurando me manter na superfície.
Senti um leve toque na parte de trás do pescoço. Virando-me para o auxiliador, encontrei Kaldur'Ahm com um breve sorriso. Senti a área tocada se expandir, fazendo com que sua mão espalmada sustentasse minha nuca.
Mais um leve toque na altura dos quadris ergueu meu tronco até que eu me deitasse na lâmina d'água.
Ao longe, a praia pareceu inatingível por alguns segundos. Abaixo, a escuridão do oceano engolia cada feixe de luz que ousasse permear seu domínio. Acima, o céu parecia tão perto... como se eu pudesse tocá-lo...
Ao lado, o atlante parecia concentrado em manter a estrangeira flutuando. Concentrado, seus olhos pareciam mais azuis ainda. Brilhantes, incendiários, estelares... céus, como eram hipnotizantes.
Antes que eu pudesse perceber, volteou em seu próprio eixo, fazendo-me sentir meus dedos cortarem a superfície perfeita do oceano, enquanto este trazia novas águas sobre a pele que teimava em secar.
Suspirei antes de ser completamente submersa pelo o que me cercava. Senti-me ser solta de suas mãos ao passo em que me encontrei na vertical, como que flutuando.
Abri os olhos para ver o atlante pouco abaixo, onde era mais escuro e frio. Mergulhei em sua direção, movendo meus membros lentamente, até alcançá-lo.
Ali embaixo, suas guelras se tornavam mais evidentes, bem como os olhos, que agora pareciam estrelas em um céu noturno.
Nadei para baixo, circundando o atlante, que me acompanhou com minucioso olhar. Sorri-lhe travessa antes de jogar meu peso para trás, produzindo uma cambalhota lenta e polida.
Quando o ar começou a me faltar, o forasteiro se achegou até mim. Envolveu-me em um abraço apoiador, ao passo em que me puxou para cima.
Ao alcançar o ar, suspirei fundo duas ou três vezes, antes de voltar a encará-lo.
— É hora de voltar — murmurou.
Odara, assenti com um maneio de cabeça e envolvi a pele negra com meus braços, deixando-me ser guiada até a costa.
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Kátharsis // Aqualad
FanfictionAo som das ondas se quebrando no litoral português, os olhos de Verônica encontraram olhos mais azuis do que o próprio céu e tudo que há acima dele e mais furiosos do que o próprio mar e tudo que há abaixo dele. 🌊 conto de romance sobre o Aqualad d...