Amor e Guerra ( SÉRIE AMORES NA MÁFIA )

Luna

 Eu estou sentada em sua poltrona preferida, nunca entendi o apego que Luca tinha com ela. É desconfortável e tem uma cor horrível. Me lembro de todas as discussões que tivemos por causa dela. Agora me encontro sentada aqui desde o enterro, sem ânimo para absolutamente nada. Nunca imaginei que me casaria tão jovem , menos ainda que me tornaria viúva seis meses depois. Olho em volto para nossa casa no subúrbio de Chicago , cada mobília que escolhemos juntos. Estávamos começando nossas vidas , todos diziam que eramos jovens demais para o casamento e não nos importávamos. Nos conhecemos a há 3 anos em um bar onde eu trabalhava, eu tinha acabado de sair do orfanato onde cresci com minha irmã mais velha depois que nossos pais morreram. 

............Passado...............

- Posso ajuda-lo? perguntei mantendo toda a profissionalidade, mesmo estando diante do sorriso mais bonito que já tinha visto.

-Um Whisky puro, por favor. Ele responde como se estivesse apreciando uma piada interna. Eu tento manter a firmeza em meus movimentos, mas sei que ele está me observando como um falcão.

- Aqui está! Me preparo para sair quando sua mão pousa suavemente no meu braço, me parando. - Deseja mais alguma coisa? 

- Sim, seu nome! 

- Desculpe ; não dou meu nome para estranhos. Lanço um sorriso educado e passo para o próximo cliente que está esperando impaciente. Mesmo sendo gatinho aquele bar não tinha uma boa reputação e eu recebia cantadas todos os dias. Quando aceitei esse emprego prometi a minha irmã que ficaria o mais longe possível dos clientes. Eu tinha saído do orfanato há menos de um ano e não conhecia muito a área , mas de acordo com Nina havia boatos de ser frequentado por criminosos. Em dois meses nunca tive nenhum problema. Eu os servia , eles me cantavam e eu ia embora. Continuei o meu trabalho e deixei o cara gato pra lá , para minha sorte não o vi mais o resto da noite. Depois de terminar de limpar tudo pego minhas chaves pronta pra sair; para minha surpresa lá estava ele encostado em uma moto gigante na calçada; Ele estava olha para o céu e parecia distraído, quando me viu abriu aquele sorrido e caminhou na minha direção . 

- Estava me perguntando quando você iria sair. Disse parando na minha frente.

-Planejando me sequestrar ou algo assim? Questionei cruzando o braços  sem descartar totalmente a ideia. Gato ou não ele era um estranho.

-Na verdade eu vim me apresentar e tentar descobrir o seu nome, mas esse pode ser o plano B.

Aquela droga de sorriso.

.............................................................................................................................................................

Depois desse dia trocamos nossos telefones e passamos a nos falar todos os dias e eventualmente a nos ver todos os dias. Nina não foi muito a favor desse romance no início e eu não a culpo; ela tinha saído do orfanado dois anos antes de mim e sua experiência com o mundo lá fora era bem maior. Eu por outro lado, tinha apenas 18 anos;  tudo que eu sabia sobre o mundo se resumia a freiras e meninas que perderam os pais. Com o tempo Luca ganhou um espaço no coração dela também, ele me protegia e isso bastava para ela. Quando fizemos um ano juntos ele me surpreendeu me propondo em casamento ; nunca me senti tão feliz em toda minha vida. Mesmo com toda correria entre meu trabalho , universidade e ele expandindo sua oficina com os amigos não sobrava muito tempo para planejar um casamento. Resolvemos então optar pelo prático, comprar uma bela casinha com quintal e casar lá mesmo apenas com nossos melhores amigos presentes. Em nosso segundo encontro Luca me contou que seus pais morreram quando era pequeno e que não manteve contato com seus parentes; foi algo que nos conectou completamente. Encontramos um lar um no outro, algo que valia a pena todos os riscos. E aqui estou eu olhando para todas as fotos na parede, repassando os últimos meses em minha mente. Tentando achar em meio a tantos sorrisos , planos e sonhos um sinal que indique o momento que estou vivendo hoje. 

"você precisa comer alguma coisa, não come nada desde ontem." Minha irmã Nina entra na sala interrompendo meus pensamentos. 

"Eu estou sem fome, mas obrigado e obrigado por ficar comigo também." Eu digo me levantando pra abraça-la. Nina é apenas dois anos mais velha do que eu, mas depois que nossos pais morreram toma conta de mim. 

-Você vai superar isso Luna, eu sei que vai. Eu vou estar com você. 

-Eu sei disso Nina, eu apenas não entendo. Estávamos tão felizes , ele estava . Como ele pôde fazer algo assim? não parece algo que o homem que eu conhecia faria. Eu digo exasperada. 

- Nós não podemos ter certeza de nada agora Luna. Você precisa descansar, amanhã conversamos mais. Nina segura minha mão e me leva pra cama.

Eu volto ao presente com o barulho do telefone tocando , corro para atender o mais rápido possível. A última coisa que quero é que Nina acorde e se preocupe comigo.

-Alô? Atendo me perguntando quem ligaria a essa hora da noite.

-Preciso falar com a esposa de Luca. Uma voz masculina responde.

-Sou eu mesma. Quem é?

-Eu sou Nikolai Caccini , irmão mais velho de Luca. Precisamos conversar!

E foi assim que todo meu mundo desabou.