Capítulo 2

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Chiara Martinelli

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Chiara Martinelli

Um dia antes...

Observo pela janela da sala a perfeita vista que Paris proporcionava, o nosso apartamento ficava no centro da cidade, era ótimo acordar, olhar para o lado e dar de cara com a Torre Eiffel. Mas o que era legal nos primeiros anos, depois de quatro longos anos morando aqui, todas as coisas deixaram de ser novidades e passaram a ser meramente corriqueiras. Eu amava Paris, mas sentia saudades de casa, de toda aquela adrenalina que cercava Chicago, eu também sentia falta da minha melhor amiga Scarlett, nós nos divertimos muito naquela cidade. Deixe-me explicar melhor, quando eu e Brianna tínhamos 15 anos, fomos mandadas para estudar aqui na França, eu queria aprimorar as minhas técnicas no desenho e Brianna queria estudar em uma escola de ballet renomada, mas não era só isso, papai queria nos tirar da cidade, aquele lugar estava muito perigoso para nós ficarmos, corríamos o risco de nos tornar alvos dos inimigos de papai.

Eu relutei o quanto pude, não queria ir para outro país, tinha coisas para fazer em Chicago, minha escola, meus amigos, um namorado, mas tive que deixar tudo para trás e sair praticamente fugindo da cidade junto com minha irmã. Posso dizer que não foi fácil deixar tudo o que era importante para mim, mas a imposição de meu pai foi até bem - vinda. Um dia antes da viagem, eu descobri que Benício, meu antigo namorado estava me traindo com uma "amiga", lembro que na época fiquei arrasada, afinal ele era o meu primeiro namorado, primeiro amor, primeira transa, primeiro tudo. Eu realmente o amava, mas depois do que eu descobri o sentimento foi morrendo aos poucos, e quando eu me mudei ficou mais fácil esquecê-lo, hoje posso dizer com convicção que estou curada.

Tive apenas um namorado neste período que moro em Paris, Pierre era um cara atencioso e me tratava super bem, nós nos dávamos muito bem, éramos amigos acima de tudo e nosso relacionamento foi bom, leve, descomplicado, mas não deu certo por que não éramos apaixonados, gostávamos um do outro, mas não havia paixão. E quando ele começou a sentir isso por outra pessoa, nós terminamos amigavelmente, sem mágoas ou ressentimentos. Agora permanecemos amigos, sou muito amiga de seu namorado também. Sim, ele era gay. Como eu não tinha percebido? Nunca no nosso um ano e meio de namoro eu notei tal coisa, o cara me fodia super bem. Mas depois eu entendi, ele estava apenas querendo se enganar.

Eu já terminei a escola e também o curso de designer de jóias, estou criando a minha primeira coleção assinada por mim, mas eu queria poder confeccionar as peças em Chicago, quero abrir uma empresa lá. Por isso, pedi para papai nos deixar voltar para casa, eu já não aguentava mais os ares dessa cidade e todas essas pessoas falando francês, acho que enjoei da língua. Papai não queria de jeito nenhum que nós voltássemos para casa, mas eu insisti de todas as formas para ele ceder, até tive que apelar para o choro. Don Giovanni aceitou mas não sem impor suas condições, apartir do momento em que estivéssemos em solo americano, estaríamos rodeadas de seguranças, tive que aceitar mesmo odiando aqueles armários em meu enlaço. Aqui em Paris não precisávamos de segurança, usávamos nomes falsos e se estivéssemos em perigo, nós saberíamos nos defender.

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