Capítulo um
ㅡ Mãe? ㅡ Falo em um tom alto saindo do quarto às pressas, encontro minha mãe sentada no sofá tomando chá de maçã e canela assistindo seu programa favorito de toda manhã, ela não me respondeu, claro. Minha convivência com meus pais têm sido gélida depois deles descobrirem meu affair com um colega de classe, o garoto se mudou de cidade por conta dos pais estarem tão cegos sobre a sua sexualidade.
Volto para meu quarto e vou direto para o banho, nesse meio tempo paro para pensar no sonho estranho que tive, parecia um dia inteiro tão real, tanta amargura e sofrimento existe na minha alma que eu ao menos conhecia.
ㅡ Estou indo para o colégio, tchau mãe... ㅡ Sem respostas, claro. Me dirijo até o carro de stacy, uma das minhas melhores amigas desde infância, claro que sua luxúria e arrogância fazia nós discutirmos algumas vezes, mas eu amo essa garota.
ㅡ E aí, por onde andou ontem à noite? Fui na sua casa e sua mãe disse que você chegou transtornado em casa e saiu às pressas sem dizer nada. Vai dizer que estava drogado? ㅡ Stacy fala parando o carro no sinal vermelho, ouvir aquilo me fez ter plena certeza de que algo aconteceu na noite passada. Aliás, quem era aquele garoto estranho?.
ㅡ Pode ser. ㅡ Respondi curto me encolhendo no banco do passageiro tentando me recordar da noite anterior mas parecendo ser tudo um sonho ou fruto da minha imaginação. Mal percebo é já chegamos no colégio, Stacy estaciona o carro ao meio de dois carrões dos populares mais fúteis do local.
Passamos por eles sem encarar, bom digo isso por mim já que Stacy só faltava transar com os caras com o olhar. Chegamos na sala de biologia e nos sentamos ao fundo da sala para ter mais liberdade nas aulas.ㅡ Abram seus cadernos na página número 62 por favor. ㅡ O professor dizia, obedecemos e seguimos tranquilamente as aulas, fomos ao refeitório onde era a pior parte do dia, Stacy me deixava sozinho como de costume e eu me sentava com os maconheiros em uma mesa afastada de todos, ao menos os chapados conversavam comigo e não me julgavam como se eu fosse um animal nojento. Pode se chamar de bullying, eu chamo de gente fútil.
ㅡ Amém, vamos? ㅡ O final da aula era a minha parte preferida, Stacy me levava até metade do caminho pois perto de casa há uma loja de conveniências e eu adoro comprar besteiras pra ir embora já que minha mãe não ligaria se eu desaparecesse desse mundo. Eu sei, é triste os familiares pensarem assim de um filho mas as famílias não são iguais aos comerciais de margarina.
Na metade do caminho sinto meu peito doer enquanto respirava ofegantemente por conta do cansaço, um cansaço extremo, coloco a mão sobre meu peito e sinto uma leve dor, com uma das mãos paro em uma vidraça de um açougue que estava fechado levantando minha blusa lentamente. ㅡ Merda ㅡ pensei. Seguindo uma linha das costelas até o peitoral estava completamente amarelado e roxo, como se tivessem pisado em mim ou me jogado com força, a única coisa que vem em minha memória é o estranho sonho, aquela voz angelical que ficou em meus pensamentos durante a manhã e a ponte quase chegando no final da cidade.
Chego em casa às pressas e percebo que meus pais já tinham ido ao trabalho, o carro estava na garagem, relutei muito mas a curiosidade foi maior em saber o que realmente aconteceu. Pego as chaves e me dirijo ao carro o ligando e saindo rapidamente do local. Cerca de meia hora chego a ponte, estava um clima bom para tentar se suicidar ou ao menos saber do que se tratava tudo aquilo. Nenhum carro passava naquele momento, achei meio estranho mas segui com o carro lentamente até o meio da ponte onde saio do carro sentindo a brisa em meus cabelos.ㅡ O que teria acontecido aqui? ㅡ Me pergunto me sentando no parapeito com o corpo para fora da ponte. Com medo e dificuldade me sento em um vão que a ponte continha apoiando as costas no parapeito. Fecho os olhos tentando me recordar do sonho, não era algum dia, eu já teria pensado em suicídio mas foram pensamentos vagos e vazios, nunca realmente tive coragem de acabar com o sofrimento, nunca sofri tanto a ponto de querer acabar com a dor, e minha vida.
Fico lá um bom tempo até começar a sentir o sol queimar minha pele a fazendo esquentar e corar. Em questão de segundos tentando lentamente ficar em pé naquele vão minúsculo meus pés escorregaram, mas algo estranho aconteceu. Eu rapidamente acordo deitado com o peito para baixo no chão da ponte, acredito que com a batida no chão meus lábios foram ao encontro dos meus dentes fazendo um corte profundo.
ㅡ Eu te disse pra não fazer isso ㅡ Viro lentamente com o corpo, no parapeito via uma sombra, um garoto, voz grossa e cabelos meio rosados me observavam, ele usava um casaco de couro preto e calças pretas, tudo preto.
ㅡ Mas, mas você nem estava aqui. ㅡ Ele sorri se prontificando em me ajudar a levantar do chão, ele puxa meu lábio inferior com a mão esquerda, com o dedo indicador da mão direita ele leva a sua boca lambendo a ponta e colocando em meu lábio, confesso que achei nojento mas sua beleza era de tirar o fôlego. Cerca de segundos meu machucado parara de doer, passava a língua constantemente no local me certificando do que tinha acontecido. Não sabia ao certo.
ㅡ Entra no carro. Segue seu rumo e não volte a visitar lugares altos e perigosos novamente. Boa vida. ㅡ O garoto passa a mão em meu rosto esfolado olhando o que provavelmente ele tinha feito se afastando e sentando no parapeito da ponte. Eu rapidamente entro no carros fecho a porta, mas o observando lá, sentado tão sereno me deixou curioso, saio do carro caminhando de mansinho e me sento ao seu lado.
ㅡ Não sei como mas...obrigado pelo "curativo".
ㅡ Enquanto falava observava cada detalhe do seu rosto com dificuldade por conta da escuridão que se formou, nunca tinha visto um garoto tão lindo na minha vida, e que fosse gentil daquela forma.ㅡ Se você parar de tentar morrer a cada dia talvez eu não precisasse estar aqui e agora. Mas tudo ordens lá de cima. ㅡ Ele me encara levantando o dedo indicador da mão esquerda dando um leve sorriso.
ㅡ Quando você fala desse "cara lá de cima", a quem se refere? ㅡ Pergunto me aproximando mais ainda daquele garoto de pele pálida e lábios carnudos. Ele realmente era uma perdição.
ㅡ Deus, ele sempre me avisa quando alguns idiotas por influências do mal estão em perigo. ㅡ Eu o fitava sem parar, quase poderíamos escutar meu coração saltar pela boca.
ㅡ Ah...e você, exatamente é o que? ㅡ Já não conseguia pensar em nada, meus lábios queriam os dele, meu corpo estava ligado ao dele de uma forma surreal como se nos conhecêssemos a muito tempo. Ah como eu queria mostrá-lo o que posso dá-lo.
ㅡ Se continuar com esses pensamentos impuros vou te mandar direto para o inferno. Acho melhor eu ir, e vê se volta pra casa Jimin ssi. ㅡ Como um passe de mágica ele some da minha frente me fazendo duvidar da minha existência, estaria eu morto? Ou só delirando? Ah tantas questões.
Sem pensar corro até o carro voltando para a casa. Minha mãe pela primeira vez me perguntou onde eu estava e disse que tinha se preocupado, fiquei feliz mas a respondi com poucas palavras e fui direto para meu quarto tomar uma ducha. Depois já deitado sonhei com aquele rapaz, coisas boas, muito boas, poderei sentir meu membro ereto pela manhã quando acordar, essas imagens não serão apagadas da minha memória nunca mais. Eu preciso saber quem é aquele garoto, custe o que custar.
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Angel's Love - Jikook
FanfictionExatamente no dia 13 de outubro de 2018 eu, Park Jimin me pego chorando, sentado no lado externo de uma ponte onde o final acabara em um enorme Rio com águas transparentes. Meu corpo estava leve e exausto de todo sofrimento, me lembro de tentar desi...