Protector

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Capítulo dois

"A luxúria é o desejo passional e egoísta por todo o prazer corporal e material. A luxúria é definida, por vezes, como desejo perante o prazer sexual mal administrado" ~Autor Desconhecido

[...]

Desde aquele dia já se passaram quatro dias depois que vi aquele garoto, ser, não sei bem como identificá-lo. Hoje é sexta feira e Stacy me convidara para ir em uma boate muito frequentada aqui da cidade.
Tento recusar mas a garota insistente que ela é conseguiu me tirar das maratonas de supernatural ou algum dorama que eu catasse na Netflix.

ㅡ Nossa você tá muito gato. ㅡ Stacy me elogiava enquanto eu entrava no carro, eu que tenho a auto estima baixa fico meio envergonhado, ainda mais com duas garotas e um cara no banco de trás. Por todo o percurso nós rimos e conversamos e eu não conseguia parar de pensar naquele garoto, estava começando a achar que ficara louco pois nessa cidade pequena com um garoto chamativo daquele jeito eu iria conhecê-lo de fofocas ou vê-lo por aí, mas não, nada.

ㅡ Stacy vai demorar demais pra gente entrar? Porque você não joga seu charme pra aquela mulher? ㅡ O garoto que estava nos acompanhando na boate fala para Stacy que cai na gargalhada.

ㅡ Porque você não vai lá Nam? Ela deve ser tão necessitada de sexo que só se olhar pra você ela goza ㅡ Stacy da um tapa no ombro do garoto que faz cara de nojo, enquanto eu e a outra menina, que se não me engano se chama Mary só nos encarávamos e ríamos sem graça.

ㅡ Querida, da fruta que você gosta eu chupo até o caroço. Porque não vai esse garotão aqui.
ㅡ Todos me olham enquanto eu tentava entender a situação em que eles me colocaram. Eu não queria fazer aquilo, me sentia envergonhado mas não queria contar pra ninguém minha sexualidade então com muita dificuldade aceitei.

Enquanto caminhava para ir ao encontro da segurança que era bem velha pra mim olho para trás e vejo eles rindo fazendo sinal para eu avançar.

ㅡ ...Eai você tem algo para fazer depois?
ㅡ Me inclino no balcão onde ela estava, passando a mão nos cabelos e lambendo os lábios tendo seduzi-la.

ㅡ Sim, vou ir para a casa cuidar do meu marido e filhos, por favor se dirija ao final da fila. ㅡ Fico a encarando com um olhar de cachorro pidão.

ㅡ É brincadeira, se você quiser eu mesma te ligo quando precisar. ㅡ Ela me entrega um papel amassado e uma caneta, e é claro que eu escrevi o número da pizzaria do bairro, nunca que sairia com ela até porque ela não faz meu tipo e eu me sentia tão desconfortável quando lembrada do garoto. Ahhh eu vou enlouquecer.

Em seguida pedi mais um favor, para que pudéssemos entrar na boate e assim fomos. Bebi tanto que já estava vendo três Stacy's. O cara que estava junto, Nam tentou me beijar diversas vezes mas recusei pois não eram os lábios dele que eu queria beijar e passar a noite acordado.
No final da festa percebo que Stacy saira com dois caras, a garota era poderosa quando se tratava de sexo, não que eu tivesse experimentado, mas a boca do povo não mente. Sempre que podia ela transava mais de três caras por final de semana. Nam foi embora com um garoto e Mary pegou um táxi para ir para a casa. Sem demora vou seguindo meu caminho a pé, passava por lojas de conveniência e lugares escuros. Um dia sonho em morar na França ou Flórida, mas com uma perspectiva de vida retrógrada da minha família me deixa meio sem chão do que fazer da vida além de vender cd's em lojas falidas.
Começo a ficar com frio, o calor da agitação começa a passar, percebo que as ruas estavam vazias, nada aberto a não ser o posto de gasolina que ficava aberto 24h.

ㅡ Eai viadinho, quando cobra um boquete?
ㅡ Dois garotos se aproximavam de mim, eles saíram de um beco escuro e fedido, estavam fumando maconha e bebendo, senti que não passaria daquela noite.
Começo a apertar o passo quase tropeçando nos cadarços desamarrados
"Uma boa hora pra isso acontecer"
Penso tentando não me desequilibrar e cair por conta da bebida.

ㅡ Corre ele vai fugir... ㅡ Os dois garotos começaram a correr em minha direção, em um reflexo tento correr mais rápido mas meus pés não ajudaram e acabei caindo no chão batendo o maxilar com força, o que acabou me deixando tonto, acabei sentindo um golpe forte na barriga, um deles me chutara na boca do estômago me fazendo vomitar tudo o que bebi, já o outro puxou meu cabelo me proferindo um soco no rosto que me deixara quase desmaiado na rua. Acabo apagando por alguns segundos, abro os olhos com a visão turva e enxergo um homem enorme estraçalhando os garotos, fico com medo e apago novamente.

ㅡ M-mas o que significa isso? ㅡ Acordo na minha cama com roupas trocadas e sim, aquele garoto misterioso sentado nos pés da cama me observando.

ㅡ Você gosta de chamar o perigo não é mesmo? Já avisei para os arcanjos não me pedirem para vir te protejer, uma hora ou outra você morre e não vou poder te ajudar. ㅡ Sem entender aquele papo de arcanjo e proteção me pego pensando se estaria alucinando, se esse garoto seria uma forma de proteção que minha mente criara para que eu me protegesse e achasse que foi ele que me protegeu quando na verdade eu machuco pessoas.

ㅡ O que você é? ㅡ Pergunto passando a mão no rosto que estava todo dolorido mas não haviam machucados, parecia que esse ser me curava de tudo mas deixava a dor lá. Me sento na cama o encarando.

ㅡ Nada que você entendesse, iria ficar louco. ㅡ O garoto fala, começo a ficar intrigado e irritado, me levanto indo em direção ao meu banheiro pegando uma navalha de barbear me posicionando á sua frente.

ㅡ Se não falar eu me mato, garanto que essas pessoas que te mandam me proteger não vão gostar... ㅡ Pego a navalha levando ao pescoço a pressionando.

ㅡ Você não tem coragem, é fraco, e se tentar vou ficar surpreso. ㅡ Ele me desafia passando a mão nos cabelos oleosos se inclinando na cama, como se podia ser tão misterioso e sensual ao mesmo tempo.

ㅡ Você dúvida porque sabe que tem que me proteger não é? Ou se eu me matar você sabe que irá se dar mal e possivelmente a morte ou algo pior irá ser o seu futuro. ㅡ Pressiono mais a navalha sobre meu pescoço, a dor era suportável mas fiz um corte superficial que acabou fazendo o sangue aparecer e pingar sobre a navalha e por fim descer aos meus dedos.

ㅡ Vá em frente. ㅡ Ele diz. Eu em um impulso o obedeço, antes de fazer o corte o garoto se vê incomodado com a situação, estava inquieto na cama, mordia os lábios e estralava os dedos com força. Eu crio coragem mas antes de passar a navalha o garoto me prensa contra a parede me fazendo soltar a navalha em um reflexo.

ㅡ Nunca mais faça isso você entendeu? Eu preciso te proteger, é algo que eu nasci para fazer e vou fazer até o fim então não acabe com esse fim tão rápido. ㅡ Ele se aproxima de mim quase sussurrando ao meu ouvido, sua voz era calma e sensual me fazendo derreter na parede, o garoto volta seu rosto para o meu beijando minha testa por alguns segundos até que meu pescoço parasse de sangrar e o corte fosse curado.

ㅡ Eu irei te proteger, sou seu anjo protetor e não suportaria sua morte, somos ligados desde o seu nascimento, então quando precisar de mim, me chame pelo nome. ㅡ Ainda assustado sendo prensado contra a parede suas palavras me confortaram.

ㅡ Q-qual o seu nome?

ㅡ Jungkook, Jeon Jungkook. Mas pode me chamar de kook ㅡ O garoto se afasta sorrindo gentilmente para mim. O mesmo pede para que eu me deite que ele ficaria comigo até eu pegar no sono. O obedeci, custei a dormir com uma visão angelical aos meus pés, os pensamentos impróprios continuaram mas me mantive controlado. Quando acordo no outro dia o garoto que agora sei que se chama Jungkook tinha sumido, talvez estivesse ali mas não estava na forma humana e sim espiritual. Me senti apaixonado pela primeira vez mas sabia que aquilo não iria perdurar então meu amor ficara escondido até o meu último suspiro.

Angel's Love - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora