Eu acordo no meu antigo quarto, os pôsteres de banda espalhado na parede e a janela aberta, bem na direção do vizinho mais gato da rua. Encaro tudo aquilo como se estivesse em outro planeta, era-me familiar, mas não entendia o que fazia ali.
O cheiro de ovos com bacon era fortíssimo, abri a porta e desci as escadas. O dia estava completamente ensolarado, algo raro aqui. De pé na mesa, colocando os talheres, mamãe me olha e sorri.- Bom dia, querida.- ele sorri. Encaro-o.
》》》
- Levem ela para sala de cirurgia, urgente.- ouço vozes, mas não as vejo.
- Emergência número 8. Menina baleada, aparentemente 17 anos.- ouço uma voz masculina dessa vez.
- A senhora não pode acompanha-la.
- Por favor, eu preciso...
- Senhora, distancia, respeite...
- MAYA...- ouço um grito se distanciando. Casey.
Tudo se apaga, por mais uma vez.
》》》
- Querida, vamos. Papai não tem todo o tempo do mundo.- ele diz abrindo a porta.
- Papai?- encaro-o.
- Bebeu alguma coisa ontem? Que cara de ressaca...- dá risada.- Vamos, Maya. Sua mãe já está no carro.- diz saindo.
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Agora é uma luz branca que invade meus olhos e o som de maquinas.
- Doutor, ela acordou.- uma voz feminina diz um pouco nervosa.
- Cedem ela, rápido.- grita uma voz maculina.
E mais uma vez, eu apago.
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O cenário agora já era completamente outro. Meu pai e eu estávamos em um píer caminhando.
- Sabe, pudim.- ele costumava me chamar assim desde pequena.- você é a menina mais forte que já conheci.
- Por que diz isso, papai?- suas palavras me deixam confusa do que ele quer acarretar com essa conversa.
- Porque eu sei que é. - ele para de andar e se vira de frente para mim. - Eu e sua mãe decidimos...- enfia a mão no bolso.- te dar isso.- tira uma caixinha do bolso. A caixinha era preta de veludo e dentro havia um colar dourado com um M.- Posso?- faz sinal para eu virar. Viro-me e ele encaixa o colar.
- É lindo, papai.- digo voltando de frente pra ele.
- Maya Monroe.- sorri e me dá um abraço.
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Dessa vez, as luzes não eram mais tão claras e as vozes não estavam mais lá.
A dificuldade de abrir os olhos parecia piorar cada vez mais e a força que eu fazia parecia movimentar todos os meus músculos do corpo.- Maya?- ouço a voz desesperada de Casey.
- Calma.- ouço uma voz masculina familiar, mas ainda não tinha certeza de quem eram.- Ela deve estar com dor, não pule nela.
- Gus?- tento ter certeza de quem estava ali.
- Sou, querida. Como está?- sinto-o aproximar a mão e acaraciar o topo da minha cabeça.
- O que aconteceu?- digo com dificuldade.
- Você levou um tiro no ombro direito.- diz Casey se aproximando.
- Foi ele?- pergunto.- Foi o Cory?- pergunto com medo da resposta. A última cena que eu vi foi Cory me olhando com os olhos arregalados e uma arma na mão.
- Não. Ele atirou no cara que tentou matar você. - diz Gus.
- Ou pelo menos tentou atirar...- ouço Casey falar baixinho.
- Aonde ele está?- pergunto.
- Na sua casa.- diz Casey.- Na casa dele não é seguro e em qualquer hotel também não...- diz rápido.
Viro-me para o lado e lembro-e da corrente. Passo a mão pelo meu pescoço e não à encontro.
- Aonde está a minha corrente?- pergunto.
- Eu não sei, acho que tiraram por causa da cirurgia.- diz Casey.
- Eu quero ela.- digo.- Por favor, pegue.- olho pra Casey.
- Ok. Vou procurar.- sai da sala.
Viro-me novamente e tento descansar mais um pouco.
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Sweet Revenge || Froy Gutierrez.
Romance"Quantas vidas pode se perder quando se esconde a verdade de alguém?" Ao ver o pai sendo assassinado quando só tinha 8 anos, Maya Monroe cresce com sede de vingança e utiliza tudo o que pode para se vingar do assassino. Indo embora para Nova York...