19.

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Eu acordo no meu antigo quarto, os pôsteres de banda espalhado na parede e a janela aberta, bem na direção do vizinho mais gato da rua. Encaro tudo aquilo como se estivesse em outro planeta, era-me familiar, mas não entendia o que fazia ali.
O cheiro de ovos com bacon era fortíssimo, abri a porta e desci as escadas. O dia estava completamente ensolarado, algo raro aqui. De pé na mesa, colocando os talheres, mamãe me olha e sorri.

- Bom dia, querida.- ele sorri. Encaro-o.

》》》

- Levem ela para sala de cirurgia, urgente.- ouço vozes, mas não as vejo.

- Emergência número 8. Menina baleada, aparentemente 17 anos.- ouço uma voz masculina dessa vez.

- A senhora não pode acompanha-la.

- Por favor, eu preciso...

- Senhora, distancia, respeite...

- MAYA...- ouço um grito se distanciando. Casey.

Tudo se apaga, por mais uma vez.

》》》

- Querida, vamos. Papai não tem todo o tempo do mundo.- ele diz abrindo a porta.

- Papai?- encaro-o.

- Bebeu alguma coisa ontem? Que cara de ressaca...- dá risada.- Vamos, Maya. Sua mãe já está no carro.- diz saindo.

》》》

Agora é uma luz branca que invade meus olhos e o som de maquinas.

- Doutor, ela acordou.- uma voz feminina diz um pouco nervosa.

- Cedem ela, rápido.- grita uma voz maculina.

E mais uma vez, eu apago.

》》》

O cenário agora já era completamente outro. Meu pai e eu estávamos em um píer caminhando.

- Sabe, pudim.- ele costumava me chamar assim desde pequena.- você é a menina mais forte que já conheci.

- Por que diz isso, papai?- suas palavras me deixam confusa do que ele quer acarretar com essa conversa.

- Porque eu sei que é. - ele para de andar e se vira de frente para mim. - Eu e sua mãe decidimos...- enfia a mão no bolso.- te dar isso.- tira uma caixinha do bolso. A caixinha era preta de veludo e dentro havia um colar dourado com um M.- Posso?- faz sinal para eu virar. Viro-me e ele encaixa o colar.

- É lindo, papai.- digo voltando de frente pra ele.

- Maya Monroe.- sorri e me dá um abraço.

》》》

Dessa vez, as luzes não eram mais tão claras e as vozes não estavam mais lá.
A dificuldade de abrir os olhos parecia piorar cada vez mais e a força que eu fazia parecia movimentar todos os meus músculos do corpo.

- Maya?- ouço a voz desesperada de Casey.

- Calma.- ouço uma voz masculina familiar, mas ainda não tinha certeza de quem eram.- Ela deve estar com dor, não pule nela.

- Gus?- tento ter certeza de quem estava ali.

- Sou, querida. Como está?- sinto-o aproximar a mão e acaraciar o topo da minha cabeça.

- O que aconteceu?- digo com dificuldade.

- Você levou um tiro no ombro direito.- diz Casey se aproximando.

- Foi ele?- pergunto.- Foi o Cory?- pergunto com medo da resposta. A última cena que eu vi foi Cory me olhando com os olhos arregalados e uma arma na mão.

- Não. Ele atirou no cara que tentou matar você. - diz Gus.

- Ou pelo menos tentou atirar...- ouço Casey falar baixinho.

- Aonde ele está?- pergunto.

- Na sua casa.- diz Casey.- Na casa dele não é seguro e em qualquer hotel também não...- diz rápido.

Viro-me para o lado e lembro-e da corrente. Passo a mão pelo meu pescoço e não à encontro.

- Aonde está a minha corrente?- pergunto.

- Eu não sei, acho que tiraram por causa da cirurgia.- diz Casey.

- Eu quero ela.- digo.- Por favor, pegue.- olho pra Casey.

- Ok. Vou procurar.- sai da sala.

Viro-me novamente e tento descansar mais um pouco.

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⏰ Última atualização: Dec 11, 2020 ⏰

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Sweet Revenge || Froy Gutierrez.Onde histórias criam vida. Descubra agora