capitulo 24

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24

Abro os olhos por me sentir desconfortável e reparo que ainda estou na sala.

Não me lembro do filme ter acabado nem de ter adormecido. Olho à volta e não vejo o Niall.

Não acredito que ele foi para a cama e não disse nada e nem me levou.

Levanto-me e ando até ao quarto mas ele não está lá.

-Niall?!

Eu procuro pela casa mas nada. Nem sinal dele.

-NIALL!! Onde estás?

Ele não responde e eu decido ir ao jardim.

-NIALL?!- chamo mas mais uma vez ninguém responde.

Vou até à porta da frente e reparo que o seu carro não está lá fora.

Onde é que ele foi?

Fecho a porta e pego no telemóvel.

Onde raio é que ele foi? As 3h da manhã e sem dizer nada a ninguém?

Encosto o aparelho à minha orelha e espero que ele atenda mas vai direito à caixa correio.

Eu tento mais umas vezes mas não obtenho resposta.  Fodase Niall!!

***

Ando de um lado para o outro enquanto que vejo  as horas a passar. Já são 6h da manhã e nada dele.

Niall pov

Depois daquela chamada não aguentei estar em casa. Eu quero saber o que a Jessy tanto esconde naquele telemóvel. Eu sei que é errado atender o seu telemóvel, ver as mensagens e contactos...mas ela apenas continua a não me contar nada. Isto das drogas foi de mais para mim, de tudo que já pensei de mal sobre a Jessy nunca pensei nisto então vim procurar respostas. Com a sua irmã.

-É irônico tu namorares com una pessoa que não conheces.

Ela diz com um sorriso nos lábios e a minha mão quase se move para a empurrar.

Estamos num quarto de Hotel que parece que é onde ela está.

-Eu conheço-a!! Apenas não sei algumas coisas.

Eu tento remediar o que ela disse mas nem para mim fez sentido.

-O que queres saber?

Ela pergunta enquanto que se senta na cama.

É impressionante como elas são iguais.

-Quero saber o que aconteceu para ela estar nas drogas.

Eu digo e sento-me no banco a sua frente.

-Foi por causa da morte do meu pai. Ela não era nada disto. Era muito tímida...divertida...a menina preferida de todos. Depois o meu pai morre e ela muda. A minha mãe decide vir para Londres mas eu fiquei lá. Num colégio e é claro que a menina querida tinha que vir com a mãe.

Ela conta e eu escuto cada palavra tentando imaginar a minha Jessy tímida, indefesa e triste por ter perdido o pai. Outra coisa que  só soube hoje. Tudo nela é um ponto de interrogação que nunca acaba.

-Mas ela disse que tu ficas-te lá porque quiseste.

Eu contradigo o que ela disse.

-Isso foi o que a minha mãe lhe disse. Mas continuando... Quando ela veio para Londres tinha 14anos, idade da estupidez. Ela meteu-se com as pessoas erradas e deu mal. Depois ela começou a roubar para ter droga e quando a minha mãe se apercebeu já se tinha passado quase um ano.

Sinto os meus olhos a arder. Ouvir isto é estranho, eu sinto como se a conhecesse desde sempre é vir a saber agora disto...é tão estranho.

-Ela não é muito de bebidas e pelo que me disseram ela agora nem num cigarro pega.

Ela diz é bate com as mãos nas pernas descobertas.

-e é isso. Mais alguma coisa que queres saber?

Eu ia falar sobre a mensagem do número anónimo mas prefiro estar calado e levantar-me.

-Não. Vou embora. Obrigado por tudo. E...a Jessy não precisa de saber disto.

Saio do quarto do hotel e sem dar nas vistas saio do edifício e corro para o meu carro.

Logo que entro tento sair dali o mais depressa possível.

Ainda são 4h da manhã. De certeza que a Jessy ainda está a dormir no sofá. Não quero ir já para casa...preciso de pensar.

A noite está calma mas mesmo assim não consigo deixar de pensar nos milhões de histórias diferentes se passam em cada casa desta cidade. Há tantas pessoas no mundo e eu penso que isto dá Jessy me está a dar a volta à cabeça. Eu tenho que parar com isto. Parece que mudamos de papéis. Preciso de esquecer tudo e apenas viver o momento, mas ao mesmo tempo há coisas que eu preciso de ter respostas sobre a Jessy e ela não me as dá! Quando é que isto dos altos e baixos vai acabar?

Alive (Niall)Onde histórias criam vida. Descubra agora