Fatal

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-As coisas que me deu, sim, eu me lembro... serei eternamente grato! - dizia Sermo com sua voz poderosa, aquela que apenas um deus possui, no entanto apenas ele a dominava com tamanha tenacidade - porém, olhe para mim Venire, todas as coisas que um dia, eu como homem quis, hoje já não importam mais.

Foi o que ele teve que matar antes de tudo, para ser o que desejava. A vontade obscurece nossos caminhos e não permite alcançar nossos objetivos. Oh sim, há controvérsia em minhas palavras. Seria como conquistar algo jamais almejando, mas o paradoxo é a coisa mais linda vivida pelo homem, apesar da sua falta de sentido, todos nós abraçamos isso um dia, a menos que a sanidade, tão vil quanto todas as coisas, nos impeça.

Eu não digo uma palavra a Sermo e deixo q olhe meus olhos vazios que apenas contemplam o por vir de todas as coisas. Então eu olho para o longe, e lá estava o destino de nosso fim, dois outros deuses lutando ferozes, enquanto tudo que fizeram acabava.

A minha esquerda, vi a margem de dois paraísos se chocarem. Deuses do caos e do amor se enfrentarem. Tão próximo vi a luta entre Sermo e Venire e impedi o fim de suas majestosas criações.

Não lutei contra Sermo e disse o que não deveria dizer. A muito já havia forjado sua angústia na dor para q fosse imortal, não poderia tirar sua vida.

Disse a Sermo para que não lutássemos, que uníssemos forças, e ele me atacou. Desferiu um golpe em meu ser, golpe tão fatal, partindo meu mundo ao meio. Então tive que dizer a meus macacos que era tempo de levantar as flechas para a luta. A meus anjos ordenei o ataque.

-Abram suas asas meus amores, voem através dos céus e caiam sobre o Sermo como grandes rochas que descem do céu colocando seu peso sobre a criação do deus a palavra.

-Perante a derrota você impõe acordos?! Como deixaria de lutar sabendo da minha esmagadora vitória? - disse meu inimigo sem saber das fatalidades.

Eu poderia usar isso, as palavras que disse para que me atacasse, a estratégia que Sermo sugeriu, pois sabia que ainda assim venceria.

-Proponho paz pois sei de tudo que te fiz sofrer. Não te criei para a morte, ou desgraça, fiz sua efígie para a gloria eterna. Assim quis você, oh deus da palavra! Acaso quer abandonar seu encargo?

Tão obscuro nas sombras, vi no fim do abismo eterno, longe das estrelas, o deus do sentido, Idest, morto. Quem teria matado tal criatura? Aquele adoraria ver o caos. Certo seria se me acusassem de tal acontecimento, todavia, apoio a dor para um propósito maior, não obstante esse já nem existia mais.

-Escute as palavras que colocou em mim Sermo, não há luta ganha ou propósito para que qualquer outra continue.

-Não há propósito para a paz e para nenhuma de suas palavras se não o desejo de vencer.

-Como eu venceria? Sermo, a caso quer que eu morra para sua vida perdurar? Meu irmão, meu destino é te vencer quando me desafiar!

A margem do mundoOnde histórias criam vida. Descubra agora