A viagem até que foi bem tranquila. Sempre estive acostumada com isso, já que meu pai sempre me levava nas viagens a trabalho, quando podia. A parte mais complicada foi ter que aturar a Monique e a Kátia, depois que desembarcamos.
— United States of America, i came back! — diz Monique, sorridente
— Ninguém estava esperando por você — digo
— Ui, grossa
— Sou realista.
Ela revira os olhos.
— Vamos entrar logo nesse carro
— Tá certo.
Nossa primeira parada foi direto no shopping, pra comprarmos nossos materiais. Tudo aconteceu tão rápido que eu nem tive tempo de sair pra comprar nada no Brasil, na verdade, nem tinha lista de materiais ainda. Até que eu estou empolgada, já que amo comprar materiais escolares.
Quando chegamos lá, fomos direto pra papelaria, o que me animou ainda mais. Sempre tinha visto em vídeos que comprar materiais aqui era bem melhor, pois eram bem mais baratos, ou seja, eu conseguia levar muito mais.
— Tá certo, meninas, chegamos. — diz Kátia enquanto pega uma cesta pra cada uma.
A loja era enorme. Tinham coisas espalhadas pra todo canto, cadernos, fichários, estojos, mochilas, lápis, canetas, borrachas, e TUDO o que vocês podem imaginar.
— Fiquem à vontade, meninas. Escolham tudo o que precisarem e depois me encontrem na saída. — continua, e depois sai
— Pera... ela deixou a gente escolher tudo o que queremos? — pergunto
— Parece que sim — Monique me olha entusiasmada e eu sorrio
— Ela vai se arrepender quando olhar o valor — pego a cesta e saio andando.
[...]
Passamos a tarde inteira lá e agora estamos indo pra casa. Eu comprei de tudo o que podiam imaginar, ao todo, minhas coisas deram mais de 300 dólares SÓ naquela papelaria. Sei que não vou usar nem metade de tudo o que comprei, mas idaí? eu realmente não ligo.
Até que agora, depois de toda a chantagem emocional que Kátia fez, eu finalmente estou me animando um pouco mais pra entrar nessa escola. Sei que vai ser bem difícil de eu conseguir fazer amizades, mas eu vou tentar ao máximo ser menos antisocial, pelo menos nesse começo de ano. Vai ser bem complicado, pois eu odeio gente, mas tá tranquilo.
Chegando à casa, a primeira coisa que fiz foi perguntar onde eu iria dormir. Sei que nossas aulas só começam amanhã e eu posso dormir em qualquer canto da casa, mas estou animada pra arrumar minhas coisas agora.
— Você pode ficar no quarto de hóspedes — responde
— Tá bom, né.
Boto um sorriso no rosto, poderia ser bem pior, vai que ela me diz pra eu ficar no quarto da Monique. Pego minhas coisas e saio procurando o quarto. Até que é uma casa bem grande e, por sinal, parece não receber muita gente o ano todo. Abro a porta do quarto e me jogo na cama. A vista daqui até que é bem bonita. O quarto fica no segundo andar, de frente pra um quintal enorme, onde tem uma piscina. O bom é que quando escurece, as luzes das outras casas acendem e fica muito lindo aqui.
Passei a noite arrumando minhas coisas. Minha mochila estava tão organizadinha, quem via nem pensava que era eu... Eu estou ficando com sono, mas sei que minha ansiedade não permitirá que eu durma essa noite, então fui assistir televisão, até que a manhã chegue.
[...]
Saber que você vai ficar presa dentro de uma escola e só poderá sair aos finais de semana não era a melhor sensação do mundo, mas como todas as outras coisas na vida, eu sou obrigada a aceitar... é, hoje será meu primeiro dia de aula. Vai ser tenso.
Tenho que estar na escola às 9:00 a.m., agora são 7:59a.m. e eu ainda nem levantei da cama.
— Tá, eu sei que tenho que me arrumar... — digo e olho pra cabeceira, onde meu celular se encontra — mas acho que ninguém vai se importar se eu chegar uns minutinhos atrasada hoje, né?
Pego meu celular e volto pra cama. Sempre que eu acordo, eu tenho costume de ficar mexendo no celular, nem que seja só pra abrir e fechar minhas redes sociais, eu só consigo acordar depois disso. O problema foi que, justamente hoje, eu fiquei lá por tempo demais.
— CARALHO, são 8:37 eu preciso me arrumar correndo.
Desço bem rápido, descalça mesmo, tomo um banho e enfio uma roupa qualquer. Seco o cabelo, passo uma maquiagem qualquer na cara então entro no carro.
— Está atrasada. — diz o motorista, ajeitando o vidro retrovisor
— E o que você tem a ver com isso? — reviro os olhos e entro no carro.
Cinco minutos depois, nós saímos e eu fiquei por ali, observando a rua. Nem parece que é hoje que tudo vai mudar. Eu só espero que isso não estrague a minha vida, se não, eu vou estragar a vida da minha mãe também. Na verdade, nem sei se aquele projeto de gente merece ser chamado de minha mãe, mas tranquilo.
Eu estou ansiosa, mas não sei se é num sentido bom ou ruim. Nunca coloquei os pés num internato antes, muito menos sei como funciona, a única coisa que posso ter certeza é que vou fazer muita merda lá, muita mesmo. Não duvido que eu seja expulsa antes mesmo da metade do ano. Passei tanto tempo pensando que quando me deparo, vejo que já estamos parados em frente ao colégio.
— Chegamos. — diz o motorista.
Ele diz que vai levar minhas malas até o quarto. Desço do carro e fico observando ele fazer o trabalho. Tá certo que eu estou meio avoada, se não eu teria ajudado em alguma coisa.
Pera ae, Gabriella falando em ajudar? que milagre é esse?
Eu também não sei, mas não custava nada, né. No instante em que eu ia fazer alguma coisa, duas meninas mais velhas chegam, provavelmente seriam as monitoras.
— Você é a aluna nova? — uma delas pergunta
— Ham, acho que sim, né.
— Muito bem! eu sou a Bethany e ela é a Cassandra. Nós seremos suas guias hoje, até você se adaptar no colégio. — diz sorrindo
— Guias?
— Sim, nós ficaremos com você o dia to...
— Não precisa. Só me mostrar a escola já está bom. — sinto as duas um pouco desapontadas, mas tranquilo
— Ah, tudo bem então. — Cassandra sorri novamente — Vamos conosco! Hoje vai ser um longo dia.
Elas saem andando, e eu as sigo. Nós entramos pela lateral do colégio, onde não tinha muita gente. Elas pararam pra conversar com alguma mulher, e enquanto isso, eu parei pra dar uma espiada adentrando os portões. Com o tanto de gente que tinha alí, eu só podia ter certeza de uma coisa: esse seria um longo ano.
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Ela Chegou! - Colégio Interno
Teen FictionGabriella sempre foi uma menina forte. Nunca ligou pro que as pessoas falavam dela, e sempre viveu como se fosse seu útimo dia. Ta certo que com as coisas que ela fazia, era bem provável que seria seu último, mas ela nunca ligou pra isso, sempre pre...