Beck - Capitulo 1

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Era inverno as árvores brancas e a calçada tomada pela neve era aconchegante. Acordei com a janela batendo com o vento, os primeiros sinais que o inverno havia chegado, levantei da cama e parei para sentir a brisa leve e gelada, tudo estava bem. Inverno é minha estação preferida e eu não me incomodo em sentir o vento frio bater no meu peito nu, é como estar em um mundo diferente com fronteiras coloridas só que essa era branca gelada e afofada, nela podemos fazer um anjo de neve, um boneco e guerra de bolas de neve. Senti meu braço arder ao encostar no parapeito e resumi que era hora de parar com essa viagem.Vi Jess na janela, limpando o embassado do vidro, eu tenho minhas dúvidas em relação a nossa amizade, quando tenho chance de falar com ela penso demais e depois de pensar bastante eu falo algo super diferente e percebo que foi uma burrice.

Fechei a janela sentindo minha barriga roncar.Corri as escadas e dei um pulo no último degrau. Liguei o rádio para ouvir noticias sobre as aulas.

-...é isso ai você que acordou disposto a dormi mais, a sorte esteve ao seu lado, hoje o tempo está bem frio então não saiam de casa e evitem entrar em uma fria não é mesmo Robby- ouvi o locutor falar, eu sempre achei de outro mundo vozes de locutor.

-isso ai meu amigo Guilher , sem aulas e trabalho...opa! Por que estamos trabalhando Guilher?-comemorei e fui para cozinha, serio eu amo a neve.

-ninguém em casa, panquecas para mim-peguei a massa na geladeira e coloquei na frigideira. Ouvi o telefone tocar .

-olá, oi paizão-atendi.

-Beck porquê não está no futebol?-ouvi meu pai gritar enfurecido.

-ham, sabe pai está nevando.Eu jogo futebol americano não hockei!-respondi num tom baixo e provocante.

-olhe aqui, veja bem com quem você fala.Não importa vá já para o treino.Sem mesada até lá-o telefone ficou mudo e depois ele desligou.

-droga, mais que cheiro é esse?-algo queimando, minha panqueca.O pano estava junto ao fogo deixando o mais descontrolado e gritei- TEREMOS PANQUECAS CARBONIZADAS E PANO A PÓ CINZA PARA O CAFÉ!

Peguei a mangueira da pia, e molhei práticamente tudo.

-mais água e menos fogo!- eu não tinha medo de fogo, só não gostava da sua aproximação e do seu efeito sobre mim.

Eu tenho futebol não é,pensei.

Corri para o quarto me vesti e calçei o tênis, peguei a chaves deixando o estrago pra trás. Desci as escadas da varanda e senti uma madeira ranger, sorri ao lembrar do martelo que deixei cair aqui quando eu tinha oito anos. Pisei na calçada de neve e tive a sencação de flutuar enquanto andava ,vi a Srta.Skin a vizinha me olhar pela janela ela era legal no dia de ação de graças, acenei e sorri, mas ela só fechou a cortina.

Não havia muita gente nas ruas apenas algumas pessoas com suas roupas de frio ao telefone, todos devem estar namorando ou com a familia, tomando seus chocolates quentes e comemorando a falta aulas por causa da neve. O trânsito estava normal e New York parecia um mar de casas arranhacéus e prédios brancos.

Entrei na estação de metrô, só havia algums funcionarios e outros passageiros. Comprei a passagem e sentei nos bancos que há bem atrás da linha amarela. Fiquei olhando os trilhos pensando em algo animado para fazer hoje. Meus pais provavelmente em seus escritórios só voltariam a tarde e ainda são onze horas. Dylan meu amigo da escola deve estar dormindo e Jess eu não a chamo pra sair desdo segundo ano.

-Beck?-tomei um susto não havia percebido o homem de barba rala e cabelos castanhos com uma capa marrom.

-oi...eu te conheço?-perguntei, ele me mostrou uma identidande. Ele pegou minha identidade, vasculhei os bolsos da calça em busca da minha carteira.-pode me dar, a carteira por favor?

-claro- ele colocou a identidade dentro da carteira e me devolveu.-vamos ao shake shack, Madison Square...conheçe?- ele levantou era bem mais alto.

-sim, eu sempre vou lá. Seu nome?-resolvi pergunta por que a ideia de roubar a carteira dele do jeito que fez comigo provavelmente sairia errado, o universo conspiraria contra mim e eu iria preso mesmo explicando que ele também pegou minha carteira.

-Gary- ele me puxou pelo braço para dentro do metrô eu girei e cai no banco queimando minha mão por causa do metal gelado. Otimo estou com um maluco batedor de carteira.

Guerreiros de TitâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora