Jenny - Capítulo 38

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Depois de agradecer e nos despedir de Nicole e Emily, seguimos na direção da muralha. Ela era enorme e eu não me lembro da gente ter atravesado antes. Eu e Dylan nos encostamos nela, mas não conseguiamos relaxar sabendo que aquela enorme muralha de tijolos iria nos engolir.

- E agora? - Eu perguntei para Dylan.

- Temos que dar um jeito de relaxar. - ele disse, deitando apoiado na muralha. Deitei também. - Tenta pensar em alguma coisa feliz.

Eu tentei. Pensei em muitas coisas, mas o meu pensamento sempre voltava a Beck, Héstia e Hero... A posibilidade de não encontrá-los me deixava nervosa, imagina se eles estiverem mortos! Mas sei que Héstia não é tão fácil de matar assim, mas como Hero como deve estar? Nós o deixamos sozinho! Beck deve estar bem, esta com Héstia, ela não o abandonaria. É hora de ir, somos vulneráveis e precisamos desvendar o futuro de uma nação! E ainda mais, eu nem sei quem é o herdeiro, vou sair procurando quem?

Quanto mais ficava parada mais questionamentos se juntavam. Preciso pensar em coisas boas, senão ficaria pressa aqui para sempre. Preciso relaxar. Isso era o que a minha avó dizia quando me levava para tirar sangue. Ela sentava do meu lado, apertava minha mão e me pedia para relaxar. Eu fechava os olhos e ela cantava uma música, e quando eu abria, já tinha acabado.

Comecei a sentir um arrepio frio nas costas e fui mergulhando. Abri os olhos e estava do outro lado. Havia voltado para a época survival.

- Dylan! Você está aí? - eu gritei na direção onde o vi deitar antes de fechar os olhos.

- Estou! - ele gritou bem nervoso.

- Relaxe! Não têm como errar! - Ele não respondeu. Sentei de frente para o muro e esperei. Depois de dez minutos, comecei a cantar. Assim que cheguei ao refrão, vi Dylan escorregando para fora do muro. Ele saiu quase todo. Havia deixado uma parte para trás.

- Meu pé! Onde está meu pé?! SOCORRO! - ele gritava desesperado, com o seu pé direito preso dentro do muro.

- Calma. Se encontrarem a gente, vai ser pior. - tentei fazer ele parar, mas ele me olhou indignado.

- Você mentiu para mim!

- O que? Eu não fiz nada!

- Você disse que não tinha como errar!

- E mesmo assim você deu um jeito! - eu havia começado a gritar. - Relaxe de novo. Vou tentar te puxar.

- O que?! Você vai me matar!

- Vai dar certo! eu acho...

- Fique longe de mim! - Ele se esquivava enquanto eu tentava agarrá-lo pelo braço.

- Pare com isso! Fique quieto! - consegui agarrar um de seus braços e puxei. Ele começou a gritar, até que eu consegui tirar seu pé de lá.

- Viu? Eu consegui. Doeu? - Ele me olhou de um jeito bravo, sarcástico e incrédulo ao mesmo tempo.

- Sim! Foi por isso que eu gritei! E ainda está doendo! - Ele gritou, mas eu ignorei. Estendi a mão para ele.

- Vamos. Eu lembro onde está o acampamento. Chegaremos pela manhã.

Guerreiros de TitâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora