Dylan - Capítulo 37

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Andamos calados até chegar na casa de Nicole. A porta estava aberta e ela estava sentada em um sofá, lendo um livro.

- Vocês chegaram! Pensei que voltariam tarde como Emily sempre faz... Se divertiram? - ela largou o livro e veio em nossa direção.

- Sim. Bem, lembra quando disse que responderia nossas perguntas quando a gente voltase? - eu começei e ela asentiu. - Temos algumas perguntas, se não se importa.

Ela nos guiou até o quarto e trancou a porta.

- Minha filha ainda não conhece a história toda. Não contei com medo do que ela faria se soubese.

- Se soubese o que? - Jenny perguntou.

- Que ainda há esperança. - Ela sussurou. Andou até uma mesa no canto do quarto e sentou, fazendo sinal para fazermos o mesmo.

- Então... você está aqui ha quanto tempo? - eu tentei quebrar o gelo.

- Alguns anos. Não conto mais. Desde quando eu tinha a idade de vocês. - Ela respondeu - Mas eu acho que não é isso que vocês querem perguntar.

- A gente queria saber o motivo desta vila escondida. Por que não vivem com os outros titânios? Do que estão se escondendo? Como fazemos para voltar e por que somos os primeiros a atravesar? E como fizemos isso? - Jenny começou a perguntar sem dar pausa para respirar. Nicole ouvia e asentia.

- Eu vou contar a história que vai explicar tudo. Volto já. - levantou, abriu a porta e saiu. Olhei para Jenny que também parecia confusa.

Quando Nicole voltou, estava segurando um livro grosso e sem título. Trancou a porta de novo e sentou.

- Que livro é esse? - eu perguntei.

- Não é um livro. É um diário. Da rainha titânia.

- Que rainha? - Jenny perguntou, tão surpresa quanto eu. Não sabia que existia uma rainha.

- Titânios normais são vulneráveis á fogo e titânio. Alguns dos antigos Titânios eram apenas á fogo. O titânio não lhes feria. Eles viviam muito por causa disso. Mas eram muito poderosos, e isso causava muita inveja e ganancia. Começaram a lutar entre si pelo poder. Um deles, o mais cruel, chamou todos para uma cabana no meio da floresta, para uma festa. No meio daquela noite, ele saiu, trancou a cabana, e atirou fogo. Ele chegou na vila dizendo que a cabana tinha pego fogo por acidente, e que por pouco ele não escapava. Seu nome era Rodrick. Ele asumiu o trono, virando o nosso rei. Se casou com uma moça chamada Samanta e teve dois filhos, um igual a ele, cruel, invejoso e vingativo... O outro era totalmente o contrário, era o mais novo, educado, gentil e de bom coração. Mas, para sua tristeza, apenas um deles herdou os poderes do antigo titânio. - ela olhou para a gente, esperando uma resposta.

- Foi o filho mais novo, não foi? - Eu perguntei, mesmo tendo certeza. Ela asentiu.

- Samanta descobriu como ele tratava o filho e o que realmente havia acontecido no dia em que os antigos titânios foram mortos. Cheia de raiva, brigou com o marido. Mas ele era mais forte...

- Ela morreu?! - perguntou Jenny, desesperada.

- Não. Ele a amava. Ameaçou matar ela e o filho mais novo se ela o largase. Quando os filhos cresceram, ela não aguentava mais aquele homem. Ela era a razão do filho bom ainda não ter fugido ou morrido, mas se não fosse por Rodrick, isso não seria nescesário. Então ela o matou. Levou ele para a floresta, no mesmo lugar onde ele matára os outros, e colocou fogo nele. O filho mais novo se tornou o novo rei e cuidou muito bem do nosso mundo. Seu nome era Thomas. Se casou com uma moça chamada Wendy e tiveram um filho. O nome de seu irmão mal e de seu filho não estão aqui no diário de sua mulher. Ela não queria arriscar colocando o nome de seu filho, para não ser caçado. Nem o do cunhado, para que o filho não vá atrás dele. O filho é perigoso, pois também têm os poderes do pai.

- E então? - eu estava ansioso para ouvir o final da história.

- Vou fazer melhor que contar o final. Vou dar o diário dela a vocês. - ela estendeu o diário.

- Mas não precisa. É seu e tenho certeza de que deve ser uma peça única. - Jenny disse.

- Aqui ele não servirá para nada. O filho do rei voltou, está na época survival e ainda está vivo. Levem. Farão um favor a mim e a rainha. - Estendi a mão e peguei o diário.

- Obrigado.

- Mas e sobre a muralha? - Jenny perguntou.

- Eles dizem que ela mata para dar pânico! Só dá para atravesar com calma. Relaxem. Vou arrumar uma sacola com suprimentos para vocês. - Ela levantou e saiu do quarto. - Comida, água, remédios...

Olhei para Jenny. Ela parecia meio confusa, mas sorriu.

- O que você acha? - Ela perguntou.

- Legal. Tipo, é bem doido, mas isso é legal. - Ela riu um pouco. - Vamos. Temos trabalho a fazer.

Guerreiros de TitâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora