Héstia - Capítulo 39

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Acordei morrendo de fome. Estava sozinha na barraca e dava claramente para ouvir a minha barriga roncar. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e sai. Beck ainda estava dormindo e Hero e Susana estavam cozinhando. Eu pensei que tinha sido uma péssima ideia traze-la para cá. Era difícil alimentar três, quatro só piorava! Mas ela é bem legal... Era bom ter uma amiga para conversar nos campos que não esteja morta ou desaparecida. Ela iria embora quando encontrasse Charlie, seu namorado. Eles se perderam durante um ataque da equipe inimiga. Francamente, isto aqui já está virando jogos vorazes! Não devemos matar apenas sobreviver! Eu era meio amiga de Susana sabia um pouco da vida dela.

Susana me viu e fez sinal para eu chegar mais perto. Hero cozinhava um peixe, mais ela fazia uma salada de frutas!

- Onde conseguiu tantos tipos de frutas? Beck trouxe apenas maças e bananas.

- Eu colhi hoje de manhã. Tenho a mania de acordar cedo. Peguei de umas árvores atrás das barracas. Também fiz suco e cozinhei dois ovos enormes de águias do submundo, mas não sei se vai dar certo...

- Que bom. Vou pegar mais água, quando terminar me avisa.

Ela assentiu e eu fui em direção ao rio. Primeiro me agachei e lavei o rosto. Levantei e peguei a garrafa, pronta para enchê-la, mas ouvi as folhas das árvores balançarem, mas acima. Larguei a garrafa e fiquei imóvel, mas me abaixei no segundo em que uma vessala uma cobra de no mínimo 3 metros, sua picada tão fatal quanto uma facada no peito e seu veneno tem como último sintoma a morte, apareceu e tentou me picar. Pulei para trás de um arbusto no momento que ela ia voltar. Eu não poderia fazer nada que pudesse me deixar em risco, senão nunca sairíamos daqui. A cobra voltou e entrou na água, quieta, e depois de algum tempo ela saiu pelos cantos tentando não ser percebida. Mas não dei ousadia de tentar me matar e sair na boa. Ataquei no objetivo e deixa-la só com metade do corpo, mas essas cobras são muito rápidas então só fiz um arranhãozinho no final da cauda. Quando ela percebeu que eu a tinha ferido sabia que ia me atacar com toda sua força, sabia que não ia consegui me esquivar a tempo, senti como se tivesse sendo queimada viva, logo na perna, mesmo machucada não ia deixar se safar então juntei toda energia que me sobrava que fiz o meu golpe mais rápido do que nunca imaginei fazer, e logo vi sua cabeça caindo na água. Me assustei em como consegui fazer aquilo, como foi tão ágil. Não poderia ficar tanto tempo me elogiando, então carreguei uma parte da sua cauda para nosso café da manhã. Com certeza ia ser um dos melhores.

Cheguei e dei para Hero que ficou tão assustado que não o emitiu nenhum som sequer, mas seus olhos estavam mais arregalados possíveis e seu queixo travessava a terra.

-falta Beck- Íamos começar até eu lembrar que o cara mais preguiçoso do mundo estava dormindo. - deixa que eu acordo ele.

Sorri e fui acordar Beck. Ele estava dormindo tão tranquilo quando entrei. Peguei o resto de água que tínhamos e joguei em seu rosto. Ele levantou com um pulo e me olhou assustado.

- Não tinha outro jeito de me acordar?

- Tinha, mas eu gosto mais desse. E foi o troco por me chamar de gracinha - ele me olhou indignado. Eu senti um choque na perna, mas nada que me preocupasse- só falta você pra comer. É melhor levantar para sua segurança. - Sorri e sai da barraca, mas não estava tão confortável, sentia minha perna formigar.

Susana me viu e olhou assustada para minha perna.

- Héstia! Você está bem? - Olhei para minha perna, havia lembrado da picada enorme. Aquela vessala energumena! Não havia sentido, pois àquela hora havia tanta adrenalina que não me preocupei depois de ter atacado a cobra, mas agora que percebi, a dor me veio à tona. O remédio havia acabado depois de ter dado a Beck e não havia sobrado mais nada. O veneno começou a fazer efeito. Se eu não conseguir mais remédios, a equipe sairá daqui incompleta.

O veneno afetava bastante a noção do que era dor para mim, no início o veneno não ardia, mas quando começou a se espalhar doeu como nunca senti. Susana queria ajudar, mas não tinha como, a dor foi aumentando a cada segundo. Ela chamou Beck, ele olhou e pareceu assustado, mas sem perder tempo me carregou e levou-me para a barraca onde tinha dormido. A ferida foi aumentando de uma forma estranha que deu para ver a minha carne viva. Dei um grito, minha pele estava sendo rasgada pouco a pouco, eu sabia sobre a picada das vessalas, mas não sabia que faziam tanto estrago assim, e aquele tipo eu nunca tinha visto tal cobra. Hero trouxe muita água com esperança que isso ajudasse. O dia foi escurecendo e eu só sentia cada vez mais dor, Susana estava do meu lado na barraca, Beck dormia do lado de fora caso precisássemos dele e Hero estava vijiando caso alguém tentasse invadir o acampamento. Aquela noite foi dolorosa. Beck entrou de fininho na barraca.

-Quer alguma coisa?-perguntou, mas ele não podia fazer nada.

-Não, só espero que a dor não ouse aumentar-falei com um pouco de dor! Beck Ia saindo da barraca mas voltou.

-Você não era para ser tão teimosa! Pegar a água era o bastante! Olha o que você fez! Tinha que mexer com a cobra, que prejuízo te trouxe! - Beck estava mesmo chateado.

-Eu sei, mas... -eu não tinha o que falar.

-Não você não sabe! Como pode ariscar a vida! Você ta me deixando furioso com seus momentos de insanidade, VOCÊ. PODIA. MORRER! Sabe o quanto isso iai me doer?

-ME DEIXA VOCÊ ACHA QUE SÓ VAI DOER PRA VOCÊ-gritei com toda minha raiva e dor.

Ele saiu nervoso, já era madrugada, o vi caminhando para longe. Susana encharcou-me de água quente e foi quando eu finalmente fechei os olhos e pensei que eu não significava pouco para Beck, ele se importava com a minha segurança, mais eu sei que Caleb também se importa. Meus pensamentos eram tão confuso, minha dor era tão intessa eu prometi que voltaria para Caleb que responderia seu pedido, eu não poderia morrer assim, agora por uma maldita cobra.

Minha visão ficou turva meus olhos quase se fechando , olhei minha mochila e me estiquei para abri-la, peguei com dificuldade apertando os lábios para não uivar de dor, eu preciso da pena e ler a carta de novo, pelo menos isso eu tenho que lembrar.

-eu estraguei tudo-sussurei.

Li a carta fazendo grande esforço para não me entregar a dor, minhas mãos tremiam e na metade da leitura eu fechei os olhos completamente perdendo noção e sentido.

Guerreiros de TitâniaOnde histórias criam vida. Descubra agora